Compras de fim de ano

“Nem mesmo o suposto fim do mundo conteve o entusiasmo geral pelas compras de fim de ano”. Uma sentença desnecessária, eu sei, mas era preciso começar. O caso é que estive no shopping por esses dias e encontrei o óbvio: lojas cheias, pessoas frenéticas, vendedores muito entusiasmados e pouca roupa realmente interessante. Não sei se Freud explica, mas mesmo sem tecer grandes planos para as últimas festividades do ano, eu sempre compro alguma coisa. E não fico só nas roupas “de sair”, como dizem meus pais, compro também algumas aleatoriedades.

A verdade é que as minhas compras de fim de ano são as mais conscientes. Primeiro porque disponho de um valor determinado e, quase sempre, intransponível para gastar, então nada é comprado por mero impulso. Sigo até uma espécie de método. Antes de tudo, vem a lista com as minhas necessidades por ordem de importância e de preço. Quando as roupas de sair estão garantidas, parto para aquelas peças básicas, bem para o dia-a-dia mesmo. Se o dinheiro render, compro alguns acessórios também.

No entanto, a execução do plano não é tão simples quanto parece. No meio dessa maratona, peças lindas são deixadas de lado pelo seu valor exorbitante, outras ficam nas araras da loja porque não vestem bem e sempre há as armadilhas do provador para driblar.

A boa iluminação e os espelhos amplos dos lojas tem o poder de converter qualquer peça que caiu bem na ilusão de que aquela é a melhor roupa que você já vestiu na vida. Quando o atendimento é bom, a situação fica ainda mais aliciante. Mas em casa, sob luzes menos glamorosas, a verdade se manifesta e aquela peça pode não ser tão fantástica assim.

Boa compra, é aquela que também te deixa delirando fora dos limites dos centros comerciais e não só no provador. Por isso, não deixe para estrear suas aquisições na hora H. Prove no dia seguinte mesmo, combine com as outras peças do seu armário e se você se der conta de que não foi uma boa compra, não tenha pudores para voltar na loja e trocar.

E já que comecei, vou continuar: Sempre que for comprar uma peça para usar com outra que você já tenha, leve-a às compras também. Assim você garante que a composição que você imaginou vai realmente funcionar. E, mesmo que digam que uma segunda opinião é essencial, não se deixe levar completamente. Mesmo se a opinião for positiva. No mais, comprar é uma questão de instinto. Se você achou aquela calça bonita, mas muito cara; ela é muito cara. Se você deu de cara com aquela peça improvável, mas está crente de que funciona; ela funciona. E assim, meio abruptamente, encerro meu terceiro post mais problemático do ano.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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