Confusão na sucessão

A queda da verticalização – praticamente certa na Câmara Federal – fortalece os Diretórios Regionais dos partidos, porque flexibiliza suas posições. Entretanto, com a possível polarização da disputa presidencial entre o PT e o PSDB, a tendência de uma eleição verticalizada se evidencia pelo fechamento de questão das Executivas Nacionais de cada legenda. Qualquer análise leva para o confronto de tucanos e petistas, embora o PMDB esteja se articulando para fortalecimento da sigla, buscando retomar as suas origens e se transformar em uma frente que acomode desgostosos de todos os lados. Se conseguir esse objetivo, inclusive retirando o “P” para retornar ao antigo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que foi o porto seguro de alguns integrantes de partidos que atuavam na clandestinidade. Para a mudança, a legenda terá que derrubar um artifício imposto pela ditadura militar, que obriga todas as siglas iniciarem com a palavra “partido”, exatamente com o objetivo de extinguir o MDB.

 

À época, a Arena se transformou em PDS e o MDB resistiu em fixar a legenda e apenas acrescentou o que exigia a regulamentação partidária dos tempos rígidos do regime de exceção. Com essa disposição de agora, a direção nacional do PMDB está discutindo uma nova estrutura para o partido, onde se dispõe a abandonar a posição de legenda que serve apenas para fazer coligações. Com uma nova tendência, optando pela independência em relação aos governos Federal e estaduais – não se trata de rompimento – o PMDB pensa seriamente em ter candidato a presidente da República em 2006. Só assim retoma a posição de partido forte, que fez a história desse país como um bloco de resistência à ditadura militar e acomodou segmentos importantes que migraram para os partidos de esquerda com a redemocratização do país.

 

Deixando de lado a possibilidade do PMDB sugerir candidatura à sucessão de Lula da Silva, não há dúvida que o PSDB vai para a disputa presidencial e tende polarizar com o PT, para impedir o PT no Poder por mis quatro anos. Isso está bem traçado no panorama político nacional. Mas, como ficam os estados sem a verticalização e com esse clima de orgia ideológica e infidelidade partidária? A tendência nacional é que PFL e PSDB se unam para lançar um candidato a presidente. Fala-se no governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, e no governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Um dos dois vai enfrentar Lula nas eleições presidenciais de 2006, tendo como vice uma liderança pefelista. Em termos de Sergipe, não há como essa composição acontecer, mesmo que os partidos fechem questão para que se faça coligação em todo o país. Nas eleições de 2002 o governador João Alves Filho (PFL) votou em Lula para presidente, no segundo turno. O ex-governador Albano Franco (PSDB) acompanhou a legenda e ficou com José Serra, mas discretamente liberou seu pessoal para votar em José Eduardo Dutra (PT) ao Governo do Estado, na disputa com João Alves. E olha que havia verticalização!

 

Para as eleições de 2006, há uma perspectiva de um processo eleitoral absolutamente confuso, em termos de tendências. Em Sergipe, a disputa pelo Governo do Estado será polarizada entre um nome do PT, provavelmente Marcelo Déda, e o governador João Alves Filho (PFL), que vai a busca da reeleição. Para presidente da república, João e Albano, ainda teoricamente, devem trabalhar para o mesmo candidato. Entretanto, no Estado, os dois estarão em pólos absolutamente diferentes. Neste momento, com certeza, o PSDB em Sergipe veste vermelho desde pequenininho. E como ficará isso? O candidato a presidente terá palanque em Sergipe? E as coligações? O ex-governador vai compor a chapa majoritária do PT? Enfim, como ficará esse embrulho de peças geometricamente disformes? As indagações são complexas e muito difíceis de responder e avaliar. É bom anotar: a formação das chapas proporcionais em Sergipe será a mais confusa de todas as épocas, porque sairá do campo ideológico, para unificar legendas que estarão brigando em Brasília, mas literalmente afinadas no estado. O PT vulgarizará todos os seus conceitos, inclusive o de fazer coligação com PSDB e PFL, como consta dos estatutos do partido, desde que veja qualquer possibilidade de chegar ao Poder.

Muita coisa realmente pode acontecer. Até mesmo o retorno de duplas que juraram jamais conviver sob o mesmo teto político…

 

 

CONVÊNIO

O governador João Alves Filho (PFL), acompanhado do secretário da Educação, Lindberg Lucena, tem audiência hoje com o presidente Lula da Silva, em Brasília.

Assina convenio com o Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional – FNDE -, no valor de R$ 11 milhões, a fundo perdido. A liberação foi uma luta de João Alves.

 

ALMOÇO

O governador João Alves Filho almoçou, ontem, com um grupo de prefeitos derrotado nas eleições passadas ou que não disputaram o pleito. Todos integrantes do bloco que o apóia.

João Alves disse que continuava o mesmo amigo e vai continua o relacionamento político e pessoal quando eles deixarem as prefeituras.

 

CONVOCAÇÃO

Através de requerimento do senador Valadares (PSB), o Senado está convocando os ministros Ciro Gomes, da Integração Nacional, e Marina Silva, do Meio Ambiente.

Os senadores querem saber a posição do Governo Lula quanto à transposição do rio São Francisco antes da revitalização.

 

REFORMA

Nos bastidores da Prefeitura de Aracaju corre a informação que o prefeito Marcelo Déda fará uma reforma de 50% de sua equipe de auxiliares.

O nome mais citado para troca é o do superintendente da SMTT, ex-deputado Bosco Mendonça (PSB), pela questão dos pardais.

 

FUNCAJU

Surgiu o primeiro nome que pode integrar a nova equipe de Marcelo Déda: José Francisco dos Santos (Chico Buchinho), que não teve êxito como candidato a vereador.

Buchinho retornaria à Funcaju, em lugar da vereadora eleita Tânia Soares (PCdoB), que vai exercer o mandato.

 

CÂMARA

O vereador Zeca da Silva (PSB) está trabalhando sua candidatura à Presidência da Mesa Diretora da Câmara. As conversas são de bastidores.

A expectativa é que ele enfrente o atual presidente Sérgio Góis (PL), que disputa a reeleição com o apoio total de Marcelo Déda.

 

SUSANA

A deputada estadual Susana Azevedo (PPS) conversou demoradamente com o ex-deputado Raimundo Vieira (Mundinho) e pediu seu apoio para disputar vaga na Câmara Federal.

Mundinho não será candidato em 2006 e já assumiu compromisso de apoiar Ilzo Silveira (PFL) para deputado estadual.

 

PROJETO

O Governo do Estado enviou à Assembléia pedido de empréstimo no valor de R$ 70 milhões. Dez para modernização administrativa e 60 para barragem do rio Poxim-Açu.

A oposição não é contra o empréstimo, mas só autoriza o empréstimo se soube prazo de carência e em quantos meses ele será pago.

 

MACHADO

O deputado federal José Carlos Machado (PFL) deve ser mantido na coordenação da bancada para a apresentação de emendas à Comissão de Orçamento da União.

O próprio prefeito Marcelo Déda, em uma conversa que teve com Machado, acha que ele deve continua na coordenação, porque ele conduziu bem a questão das emendas no ano passado.

 

CANDIDATURA

Um bloco influente da oposição não aceita o ex-governador Albano Franco (PSDB) como candidato ao Senado Federal.

Segundo um dos seus membros, caso Albano queira disputar a Câmara Federal, “o caminho estará aberto para ele”.

 

VERTICALIZAÇÃO

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal derrubou a verticalização para as eleições estaduais do próximo ano.

A maioria dos parlamentares acha que o artifício eleitoral também cairá em plenário, porque ele só interessa ao Partido dos Trabalhadores.

 

DONA MARIA

A senadora Maria do Carmo Alves está concluindo alguns trabalhos para deixar a Secretaria da Pobreza até o final de dezembro e retornar ao Senado Federal.

Maria do Carmo passa o mês de dezembro em Brasília e deve reassumir a Secretaria em Janeiro. Seu lugar no Senado será ocupado pelo suplente Carlos Alberto.

 

ALBANO

O ex-governador Albano Franco (PSDB) disse ontem que não tem nada de pessoal contra o senador Almeida Lima (PDT) e na reunião reconheceu o seu peso político em Sergipe.

“O que eu não podia – acrescentou Albano Franco – era abandonar os amigos que estão à frente do PSDB no Estado”.

 

LIBERAL

O deputado federal Heleno Silva (PL) revelou ontem que está fortalecendo o partido em Sergipe, para conquistar uma vaga na chapa majoritária da oposição.

Embora tenha dito que não sabe quem seria o indicado para disputar mandato majoritário pelo PL, fala-se com insistência que Heleno está de olho no Senado Federal.

 

Notas

 

ALMEIDA

O senador Almeida Lima (PDT) ressaltou a importância da aprovação do projeto que dá mais transparência aos gastos públicos: “É fundamental que se busque maior transparência possível nos gastos públicos. Se o dinheiro é do povo, o povo tem todo o direito de saber como e quanto o governo está gastando”.

O projeto aprovado determina a disponibilização, na Internet, em tempo real, de informações detalhadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, do Distrito Federal, dos estados e dos municípios.

 

SABATINA

O presidente do Ipes, José Lima, deu um show na sabatina a que se submeteu na Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. Lima deu todas as explicações solicitadas, dentro dos seus limites e garantiu dar outras respostas depois que fizer uma consulto aos seus assessores, para oferecer dados exatos aos parlamentares.

O objetivo da sabatina é para que os deputados tenham um retrato real de toda a situação do Ipes Saúde, para que busquem uma solução, junto ao Governo do Estado, na solução dos problemas daquela instituição.

 

ALERTA

A bancada da oposição alertou ao líder do Governo na Assembléia Legislativa, Venâncio Fonseca (PP), que o projeto que prevê a destinação dos royalties do estado, pela exploração do petróleo, como garantia para implantação do Sergipe Parque Tecnológico – Sergipe Tec – pode não ser aprovado pelo grupo.

O projeto só terá chances de aprovação caso o percentual seja definido previamente. No projeto o governador João Alves Filho não fixa um valor, o que pode atingir a R$ 60 milhões anuais, obtidos com os royalties.

 

É fogo

 

Os deputados federais conseguiram iniciar os trabalhos na Câmara e os partidos devem desobstruir a pauta a partir de terça-feira.

 

O deputado estadual Gilmar Carvalho inicia o seu trabalho na Sergipe FM a partir da próxima terça-feira.

 

Gilmar Carvalho disse que em nenhum momento conversou com Albano Franco para ingressar na rádio e nem seguirá o seu comando político.

 

O ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis, está se preparando para disputar um mandato parlamentar, mas ainda não definiu sua posição.

 

O deputado estadual Fabiano Oliveira (PTB) está em ritmo de pré-caju e está dedicando parte do seu tempo ao evento.

 

Os soldados da Polícia Militar mantêm a posição de dar segurança ao pré-caju, com o recebimento antecipado das diárias.

 

É certa a participação do ex-prefeito de Paulo Afonso (BA), Paulo de Deus, na equipe do governador João Alves Filho, a partir do próximo ano.

 

A situação de estiagem em Poço Redondo é grave e o município está em estado de emergência. A população passa por dificuldades.

 

O deputado Mardoqueu Bodano quer a transferência do Batalhão da Polícia Militar do Parque dos Coqueiros, para o bairro Santa Maria (antigo Terra Dura).

 

A produção da indústria brasileira registrou crescimento zero em setembro, em comparação com agosto, após seis meses de crescimento, segundo o IBGE.

 

O Ministério da Previdência Social instalou um grupo de trabalho para estudar como será feito e recadastramento de aposentados e pensionistas.

 

O ministro Antônio Palocci, da Fazenda, acredita que a carga tributária vai subir neste ano, mas afirma que a arrecadação extra será devolvida à sociedade.

 

brayner@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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