A oportunidade é agora. Na história do País, não se tem noticia de nenhum momento mais apropriado para o eleitorado promover uma verdadeira revolução. A seqüência de escândalos, em especial, envolvendo deputados federais e senadores, longe de servir de instrumento de frustração, deve ser aproveitado e transformado em algo de dimensão mais nobre e profundo. Como estamos em pleno processo eleitoral essa “transformação” passa a ser mais palpável, mais real. Ela está mais próxima que nunca. E o que é melhor, o cidadão e a cidadã têm a oportunidade de dar uma reviravolta nas instituições legislativas de forma pacifica, sem o derramamento de uma única gota de sangue. É só votar e votar bem.
Em quem votar? Essa talvez não seja a melhor pergunta, mas sim, em quem não votar? Sim, em quem não votar? Primeiro critério para definir em quem não votar é ver se o seu candidato está envolvido em algum desses escândalos que estoura a todo o momento. Se está, diga não a ele ou ela. Outro critério importante: não troque seu voto por nenhum tipo de moeda. Seja ela, um colchão, um sapato, um emprego, um filtro de água, um milheiro de tijolos, alguns sacos de cimento… Enfim o voto é o bem maior que o ser humano conquistou dentro da sociedade capitalista “democrática” e não pode e não deve ser instrumento de troca de favores, seja ele de que monta for.
O candidato, seja ele quem for, que compra o voto, não tem compromisso com quem o elegeu. Ao assumir seu mandato preocupa-se apenas em “tirar vantagens e recuperar o que gastou na campanha”. É ai que entra a parcela de culpa do eleitorado que mesmo de forma inconsciente “troca o voto por favores”. Não é apenas o chamado eleitor sem esclarecimento que faz este tipo de jogo. Muita gente com nível de formação intelectual e até com certa posse usa desse expediente e até estimulam o chamado “lupem” a agir da mesma forma. Quando isso acontece terminamos contribuindo para formação de “anões do orçamento”, “integrantes da pasta cor de rosa”, componentes da “lista de furnas”, “mensaleiros” e até de “sanguessugas”.
O resultado disso é que no congresso hoje se vive o maior mar de lama da história da nação brasileira. A casa que tem como papel primordial fiscalizar as ações do Poder Executivo, elaborar leis que favoreçam a maioria da população e assegurar o princípio democrático na representação do povo através do Poder Legislativo, infelizmente, literalmente virou, com exceções, um bando de sanguessugas. Muitos estão ali apenas para sugar o sangue do povo e atender seus interesses pessoais.