Copom, Trump, greve e mais um maio negro

Copom, Trump, greve e mais um maio negro

Muitas pessoas estão ansiosas para a chegada de junho, afinal é São João, mas poucos estão tão angustiados para o fim do mês quanto os investidores brasileiros. Frustração com a queda dos juros, tensões geopolíticas e a greve dos caminhoneiros, é neste cenário que o mercado brasileiro entrega mais um maio negro.

O mês começou com Trump anunciando fim do acordo nuclear com o Irã e cancelando a agenda diplomática com os norte coreanos, gerando temor nos mercados globais. Internamente o Banco Central jogou um balde de água fria nos investidores, anunciando, na reunião do dia 16, a manutenção da taxa de juros em 6,5% a.a quando o mercado esperavam queda de 0,25%. Para decretar o desmoronamento de aproximadamente 10% na Bolsa de Valores, a greve dos caminhoneiros vem para relembrar que estamos em crise política e como os nervos ficam à flor da pele em ano de eleição. Toda esta volatilidade testou os corações dos investidores brasileiros que aguardam ansiosamente para o fim de mais um mês de maio marcado por eventos negativos.

Ter meses de maio assombrados passou a ser cada vez mais comum, mostrando que a teoria “Sell in may and go away” (venda em maio e vá embora) tem funcionado para o mercado brasileiro. Segundo o Infomoney, nos últimos 10 anos o índice Ibovespa subiu apenas em 2 oportunidades, sendo elas 2008 e 2009. Nos últimos anos os acontecimentos nos meses de maio vêm reforçando a teoria, 2016 a queda de 10,09% por conta de denúncias da Lava Jato. Em 2017 o fatídico “Joesley Day”, quando a Bolsa, depois de 10 anos, caiu 10% em um dia e acionou o Circuit Breaker (mecanismo utilizado pela Bovespa para evitar movimentos bruscos). No caso de 2018 a série de eventos negativos estão levando o IBOV cair aproximadamente 10%. Tais acontecimentos confirmam que o mês de maio não é dos melhores para os negócios.

Apesar de toda a volatilidade que maio historicamente trás, os meses de junho de 2016 e de 2017 foram marcados por recuperação, fechando nas duas situações, com resultados positivos. O Brasil constuma conviver com crises políticas, greves e etc. e conseguiu superar todas as adversidades. A volatilidade de curto prazo faz parte da caminhada e se os mercados seguirem as estatísticas recentes, junho tende a ser o arco-íris após a tempestade trazendo, além de forró e Copa do Mundo, estabilidade econômica e prosperidade nas finanças.

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