Criatividade não é mais apenas uma habilidade, mas nesse mundo de intensas transformações a criatividade tornou-se uma ferramenta estratégica de trabalho. Portanto, as empresas que quiserem sobreviver e progredir neste século vão ter que pensar não apenas no seu plano estratégico, mas essencialmente em como regatar e desenvolver o pensamento criativo da sua equipe de trabalho.
É complicado pensar nisto, quando percebemos que uma maioria expressiva das empresas ainda não consegue enxergar como incluir a criatividade no seu processo ou como resgatar e desenvolver a criatividade dos seus empregados. Todavia, vale considerar que primeiramente há a necessidade de que os líderes da empresa entendam o significado e a importância da criatividade no âmbito organizacional, para que seja possível disseminar esse processo para os demais empregados da organização.
Sabe-se que o sucesso de se desenvolver a criatividade no âmbito organizacional está diretamente associado no interesse dos líderes em introduzir e aplicar essa habilidade dentro da organização. Portanto, uma pesquisa da Universidade de Lund, Suécia, mostra que o poder das lideranças em disseminar conceitos positivos ou negativos na organização é da ordem de 67%. Na verdade essa resposta é realmente a esperado, porque o que percebemos na maioria dos ambientes organizacionais é que os líderes terminam por se transformar em exemplos bons ou maus seguidos pelas suas equipes.
Uma outra pesquisa afirma que apenas 39% dos produtos propostos chegam a ser realmente desenvolvidos, mas apenas 17% completam o processo e, finalmente, apenas 8% chega a ser introduzido no mercado e apenas 1% atinge os objetivos desejados. Portanto, é grande o desperdício do que é produzido e o que realmente é desejado pelo mercado.
O que provoca essa perda tão grande? O que é dito pelo departamento de marketing das empresas é que os diretores das suas empresas em sua maioria não têm a mínima noção do impacto desses novos produtos no mercado e, ao mesmo tempo, esses altos executivos contribuíram muito pouco para a finalização dos produtos e uma grande parte desses executivos não querem ter o menor envolvimento com os produtos.
Por esse motivo, falamos que se uma empresa quer trabalhar verdadeiramente com inovação, o primeiro passo é cultivar a prática do pensamento criativo na organização; todavia, não basta apenas a famosa “caixinha de idéias criativas”. Esse é um caminho utilizado por muitas empresas que, em seguida, propalam que estão resgatando a criatividade. O processo criativo, antes de qualquer coisa, é um processo atitudinal, ou seja, as pessoas precisam se sentir ouvidas, as suas idéias precisam ser analisadas antes de massacradas, e sobretudo, a criatividade não é apenas para os empregados mais simples ou de áreas específicas. Mais do que nunca a gestão das organizações precisa de doses maciças de criatividade, justamente para que os seus líderes comecem a entender que é possível fazer mais com menos e não afirmem que a empresa não consegue inovar porque para inovar é preciso um investimento muito alto.
Fernando Viana
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