Criatividade na educação e nas empresas

“A “faculdade” que vocês precisam adquirir é a da criação, da criatividade, da geração de conhecimento, e não a da erudição, do academicismo ou a da decoreba que se alastra pelo país”

Stephen Kanitz[1]  Parabéns Calouros de 2007, Revista VEJA, Ponto de Vista, Edição 1966, 21/02/2007

Um brilhante artigo do renomado consultor Sthephen Kanitz[1] mais uma vez levanta a bandeira da importância na criatividade na vida dos jovens, não aquela criatividade “convencional” que muitas escolas dizem que desenvolvem[2], mas a verdadeira criatividade[3], tão importante e necessária para o  desenvolvimento técnico e intelectual do Brasil.

 

Na realidade o que constatamos é que grande parte das escolas fazem na verdade é repassar em forma de apostilas, cadernos cifrados e similares os velhos conhecimentos do passado, conhecimentos estes que  na era da internet  estarão obsoletos em quando muito dois anos; ou seja, o que se aprende no primeiro ano da faculdade já se tornou “velharia” quando o aluno chega ao terceiro ano. No entanto, as faixas de alunos que passaram no vestibular preenchem as cidades como se esses jovens adolescentes tivessem verdadadeiramente resolvido o seu projeto de vida; todavia, quando conversamos com o jovens a maioria sequer sabe qual é o real sentido da sua vida. Mas, isso nada tem de alarmante se levarmos em consideração que mais de 50% das pessoas com as quais convivemos não sabem – verdadeiramente – o que desejam para as suas vidas nos próximos cinco anos.

 

Desde 1999 iniciamos a realização dos Fóruns de Criatividade em Aracaju, mas naquele tempo falar de criatividade ainda era uma palavra de despertava a gozação em muitas empresas. Todavia, tivemos sorte porque a maior empresa do Brasil – a Petrobras inseriu em 2000 a criatividade como uma das competências pessoais importantes para ser desenvolvida entre todos os seus empregados. Além disto, duas de suas unidades de negócios[4] desenvolveram bem sucedidos programas para disseminação criatividade entre todos os seus empregados, programas esses que face aos excelentes resultados foram agraciadas com o Prêmio Ser Humano Oswaldo Checchia  em 1998[5] e 2002[6] pela Associação Brasileira de Recursos Humanos/Nacional, São Paulo, SP. Assim sendo, muitas empresas inteligentes observaram que a criatividade precisa entrar pela porta principal da empresa, como uma competência estratégica e não apenas ser considerada como uma competência da moda e que ira dá ibope nos seus resultados de marketing. Pois na verdade para se introduzir a criatividade em uma organização isso não pode nem deve ser feito por decreto; se faz necessário um ousado plano estratégico e um forte compromisso da alta direção da empresa ou da instituição para que em poucos anos esses processo esteja realmente instalado na cultura organizacional. Portanto, não serão cursos de fins de semana, nem decretos, nem apenas o desejo da empresa; mas um forte envolvimento de todos os componentes da organização do mais alto escalão ao mais simples empregado.

 

Mas, como fazer chegar essa tal de criatividade no mundo organizacional, ou num mundo escolar quando uma parte expressiva dos gestores ou professores não possuem a mínima idéia do que seja a criatividade? Isso me faz lembrar um fato que me contaram sobre uma determinada coorderadora de um curso de terceiro grau que retirou a cadeira criatividadade da grade curricular porque a mesma não sabia o que significa criatividade ou se essa tal de mesma criatividade tem embasamento científico. Infelizmente, a meu ver essa pessoa tem pouco contato com o que está acontecendo no mundo na atualidade; uma vez que grandes e renomadas universidades brasileiras como por exemplo a FAAP – Fundação Armando Alvares Penteado, São Paulo possui a cadeira de criatividade em todos os seus cursos; por outro lado é sabido que  existem centros mundiais de renome internacional que estudam e pesquisa a criatividade como por exemplo o Centro de Criatividade da Universidade Estadual de Buffalo, Buffalo, NY, Usa ou a Creative Education Foundation, USA que dita para os USA e Europa os conceitos essenciais e as novidades sobre a criatividade.

 

Falando de empresas vamos citar a COSIL, renomada construtora sergipana que desde o ano de 2004 vem promovendo uma poderosa transformação na sua cultura organizacional e tem usado a metodologia resolução criativa de problemas como uma das ferramentas de apoio, fato este citado por sua Diretoria. Infelizmente, esse não é um comportamento comum nas empresas, nem mesmo as de vanguarda, para muitas delas desenvolvimento de pessoas ainda é considerado um “custo pesado” e não é visto como um “investimento estratégico”. Portanto, como resultado, só resta aos concorrentes copiar o sucesso daqueles que são empreendedores, ou criticar os seus projetos arrojados. Ao invés de se procurar solucões alternativas coerentes  critica-se o arrojado e copia-se sem qualidade, logo é a isso que grande parte dos brasileiros ousa chamar de ‘criatividade’.



[1] www.stephenkanitz.com.br

[2] Desenho, pintura, teatro, e etc

[3] Resultante de um forte amadurecimento do processo atitudinal do indivíduo.

[4] UN-SEAL, Aracaju, SE e UN-ES, Vitórias, ES.

[5] Categoria Gestão de Pessoas: Projeto Criatividade não é dom. (Petrobras/UN-SEAL, Aracaju, SE.)

[6] Categoria Gestão de Pessoas e Responsabilidade Social: Projeto “Criatividade: Inovando e Enfrentando Desafios”. (Petrobras/UN-ES, Vitória, ES)

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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