CURSOS DE MEDICINA NA MIRA DO MEC

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As faculdades  de Medicina das Universidades Federais de Alagoas, Pará, Bahia e Amazonas estão entre os dezessete cursos que passarão por fiscalização rigorosa por parte do Ministério da Educação em função dos conceitos inadequados obtidos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ( Enade) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD).

As sanções previstas incluem até a desativação desses cursos e de suas habilitações. Evidente que isso será uma medida extrema caso não sejam atendidas as exigências para saneamento das irregularidades encontradas.

Ninguém deseja ver uma escola médica com suas portas lacradas, notadamente quando é de natureza pública e principalmente por estar localizada em capitais brasileiras. No entanto, essa situação de penúria não pode perdurar, comprometendo de forma concreta a formação dos novos médicos. No caso específico das instituições públicas citadas, o MEC ( que colaborou para que essa situação chegasse a esse estado), tem a obrigação de prover os recursos que, em minha opinião, são essencialmente financeiros, para o saneamento das instituições,

Mas sanear as escolas não é tudo. O crescimento exagerado do número de cursos de medicina ( somente nos últimos 14 anos, pasmem os senhores, dobrou em quantidade, passando de 80 para 175 cursos), sem atender aos requisitos mínimos de necessidade social e de estrutura mínima instalada, veio atender apenas aos interesses mercantis de aglomerados educacionais privados. Abrir um curso de Medicina se tornou no Brasil um grande negócio. Infelizmente.

Todos vêm acompanhando a luta (inglória) das entidades médicas nacionais, ao longo de décadas, contra a abertura indiscriminada de novas escolas. Fatos novos, porém, parecem dar um novo alento a esse pesadelo, envolvendo parlamentares e governantes. A comissão que auxilia o MEC na supervisão dos cursos de medicina, que é presidida pelo médico Adib Jatene, anunciou recentemente a implementação de mecanismos mais rigorosos para a concessão da autorização. Um deles é extremamente providencial por ser eliminatório: nenhuma instituição que não tenha um complexo médico-hospitalar ambulatorial que seja referencia regional há pelo menos dois anos pode ter um curso de medicina. Sem dúvida, uma medida importante para a moralização do setor.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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