Curto e grosso

Nunca na história política de Sergipe a classe empresarial mandou um recado tão incisivo a um candidato a governador como fez sexta-feira. Ao declarar apoio aberto a Marcelo Déda (PT), mais de 60% do PIB privado sergipano disseram não querer o retorno de João Alves (DEM) ao governo. O ineditismo do fato justifica-se porque os empresários sempre se mantiveram distantes das disputas eleitorais, ajudando os candidatos da preferência, mas sem fazer barulho. Ao tornarem público que estão com Déda, fecham as portas para qualquer ajuda financeira ao demista, justo na hora que este mais precisa. Além disso, as empresas representadas no almoço com o governador são as grandes empregadoras de Sergipe tendo, quando juntas, também muita força política. Foi um golpe no fígado de João Alves. Resta saber se, a um mês das eleições, ele terá fôlego para resistir.

Bucha fria

É visível o esmorecimento dos simpatizantes de João Alves depois da pesquisa do Ibope, divulgada sexta-feira pela TV Sergipe. A vantagem de 16 pontos colocada por Marcelo Déda assustou principalmente aqueles que acreditaram na conversa à boca miúda sobre um possível empate técnico entre os dois candidatos. Para piorar, a rejeição de João Alves (31%) é mais um complicador para reverter o quadro, embora Déda também seja rejeitado por um percentual elevado do eleitor (26%). Como, segundo a pesquisa, os demais candidatos ao governo não decolaram, a hipótese de segundo turno está afastada. Isso quer dizer que o demista só tem pouco maios de um mês para reverter o quadro.

O calo de Amorim

O candidato ao Senado José Carlos Machado (DEM) é o calo no caminho de Eduardo Amorim (PSC). A maior prova disso é a pesquisa do Ibope. O demista aparece com apenas 7% das intenções de voto, percentual que, se fosse para Amorim (25%), o deixaria empatado tecnicamente com o tucano Albano Franco (34%), que está cabeça a cabeça com Antônio Carlos Valadares (35%). E por que imaginar que boa parte dos votos de Machadão iria para o candidato do PSC? Porque os votos de ambos têm o mesmo perfil. Portanto, pelo Ibope, dificilmente o demista se elege, mas a sua candidatura pode significar a derrota de Amorim.

Dataform confirma

A vantagem de Marcelo Déda sobre João Alves é confirmada pela pesquisa do Instituto Dataform, divulgada nesta segunda. Com 48%, o petista coloca mais de 15 pontos à frente do demista, que aparece com 32,7%. A margem de erro é de 3%. Os brancos e nulos são 5,2% do eleitorado, indecisos 5,3%, e 5,2 não responderam ou não sabem em quem vão votar. A consulta de opinião pública foi realizada entre os dias 24 e 26 passados e está registrada na Justiça Eleitoral com os números 10.450/2010 e 26.167/200.  Vera Lúcia aparece com 2,2%, Leonardo Dias com 0,5%, Avilete Cruz com 0,3% e Henrique 0,1, enquanto Arivaldo José não pontuou.

Briga boa

Assim como o Ibope mostrou sexta-feira passada, o Dataform revela hoje que a disputa para o Senado está pegando fogo. Valadares lidera tanto na 1ª quanto na 2ª opção de voto (24% e 25,4%), seguido por Albano Franco (16,9% e 15%), que tem Eduardo Amorim no encalço (12,7% e 13,1%). Machadão aparece mais embaixo (6,3% e 5%). Também para o Senado a margem de erro é de 3 pontos.

Na rabeira

Segundo o Dataform, os demais candidatos ao Senado estão patinando lá embaixo. Veja a situação deles tanto para a 1ª quanto para a 2ª opção: Emanuel Cacho 1,1% e 1,4%; Antônio Leite 0,6% e 1,6%; Lourdinha 0,9% e 0,7%; Professora Lúcia 0,7% e 0,8%; Gugu Liberado 0,5% e 0,6%; Professor Marques 0,5% e 0,7%; Leandro 0,4% e 0,4%; João Nascimento 0,4% e 0,6%; Atamário Cordeiro 0,2% e 0,1%; e Paulinho da União Tur 0,1% e 0,1%. Brancos e nulos são 9,3% e 10,8%; Não souberam responder ou não sabem em quem votam 16,7% e 25,4%.

Posição indigesta

Voltando à pesquisa do Ibope, divulgada sexta pela TV Sergipe, o jornalista Marcos Cardoso faz uma observação pertinente. Segundo a consulta popular, se as eleições fossem hoje, os candidatos a senador Antônio Carlos Valadares (35%) e Albano Franco (34%) teriam mais votos do que João Alves Filho (32%). 

No vermelho

O Ibope mostra ainda que, tirando Déda e João Alves, os demais candidatos a governador têm mais rejeição do que aceitação. Vera Lúcia (PSTU) aparece na pesquisa do Ibope com 1% das preferências do eleitorado, porém 12% disseram que não votam nela de jeito nenhum. O comunista Leonardo Dias nem é citado na pesquisa sobre intenção de votos, mas é rejeitado por 10% dos eleitores. Com zero ponto na consulta popular, também sofrem com a rejeição os candidatos Francisco Henrique (9%), Avilete Cruz (12%) e Arivaldo José (8%). Estão perdendo para eles mesmos.

Arco-íris

A nova Parada Gay de Sergipe foi um sucesso de público e alegria. Durante a tarde e noite de ontem na Orla de Atalaia, dezenas de milhares de pessoas se divertiram ao som de trios-elétricos, exibiram fantasias diversas e, sutilmente, reagiram contra a homofobia. Claro que os candidatos a cargos eletivos aproveitaram a animada concentração para fazer corpo-a-corpo à cata de votos.  Ressalte-se a participação do médico Almir Santana, que aproveitou a Parada Gay para distribuir preservativos e alertar sobre o perigo do crack.

Casal de cobras

A médica Ana Flávia Pinto, processada sob a acusação de racismo, e seu marido, um policial federal, formam um casal de cobras. Ela anda às voltas com a Justiça para aprender a respeitar o semelhante, não chamar mais um cidadão de negro e morto a fome. Ele tentou intimidar o trabalho da imprensa, partindo pra cima da jornalista Aldaci Souza como se quisesse trucidá-la. No caso dele, a sociedade sergipana já o julgou. Minha irmã, quando encontrar esses destemperados, só tome cuidado com a mordida, pois a peçonha infecciona.

Metamorfose

Quem diria? Maria já foi de João, agora João é de Maria. Apresentar o ex-governador como o candidato da senadora é um dos principais motes do marketing demista. Vejam as voltas que o mundo dá: até um dia desses, João era o grande cabo eleitoral da esposa. Hoje recorre a ela para arrebanhar votos.

Do baú político

Um voto apenas fez o saudoso do desembargador Fernando Franco governador Sergipe, além de torná-lo o único sergipano a presidir os três Poderes. Eleito deputado estadual em 1962, o pessedista concorre, dois anos depois, à presidência da Assembléia contra Wolney Melo (UDN). Contados os votos, deu empate, forçando uma nova eleição. Os dois entraram em campo para reverter o quadro em seu favor. Bastava um votinho para se eleger presidente do Legislativo. Horas antes da votação, Fernando Franco conquista o sufrágio que lhe garantiu a vitória. “Procurei um eleitor de Wolney e disse que ele já tinha cumprido a obrigação com um deputado que era amigo dele, tanto quanto eu”. Convenceu e ganhou o precioso voto. E quem foi o deputado que quase elegeu Wolney Melo presidente da Assembléia e depois ajudou a derrotá-lo? “O nome dessa figura é Fernando Leite”, respondeu o desembargador, com aquele seu jeitão alegre. Com a prisão do governador Seixas Dória – cassado pelo golpe militar –, o vice Celso de Carvalho assume o governo, e Fernando Franco o substitui várias vezes, algumas por quase um mês. Depois chega à desembargadoria e, consequentemente, à presidência do Tribunal de Justiça.

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