Data Vênia

A girafa, o César e a Ordem mais antidemocrática do Brasil

Sempre brinco com meus amigos com o jargão: “Você é o maior, depois da girafa!”.  Faço isso como forma de mostrar aos meus pares que ninguém é mais importante que o próximo.  A girafa nasce com 1,80 metros, logo nascemos bem menor que ela. Todas as pessoas têm suas qualidades e defeitos. Sinto que a nossa Ordem (OAB/SE) graças a repetição de presidentes e o grupo que há mais de duas décadas a comanda de forma ostensiva consegue mostrar às outras Ordens que é a mais antidemocrática que existe. Não temos alternativas!

Na primeira vez que um grupo se uniu com o objetivo de dar um tom democrático a OAB foi rapidamente engolido pela dinastia que a comanda. Lembro bem! Primeiro depois do lançamento de Inácio Krauss que tinha absoluta certeza que ganharia a eleição, pois Henri Clay não possuía grupo e era persona não grata do círculo de Carlos Augusto Monteiro (iludido pelos “Brittos” assim como Manuel Cruz), senti pela primeira vez que a Ordem mudaria. Ledo engano! Clay tinha tudo que Inácio não tem ainda hoje. IK não tinha dinheiro e nem era um candidato aguerrido capaz convencer nosso eleitorado, muito embora fosse um excelente administrador apto a aglutinar pessoas. Ou seja, as qualidades de Inácio não foram suficientes para vencer a força dos “Britos”. Tanto é que cederam ao poderio logo no primeiro momento e tivemos que engolir pela terceira vez a figura de HC.

Na grande maioria dos Estados brasileiros observamos que os presidentes das “Ordens” costumam não ir à reeleição por uma questão ética e democracia. César Brito é um exemplo. Não foi para a reeleição. Discreto preservou a alternância dos cargos. Foi presidente e elegeu Manuel Cruz, ou seja, manteve o poder mais saiu de cena. Isso o gabaritou a ser o presidente a OAB Federal. Henri Clay remou contra a maré. Foi a reeleição, elegeu o amigo irmão Carlos Augusto (hoje desafeto) e com a força do poder econômico conseguiu ganhar pela terceira vez as eleições. Só dá Clay! Não soube como César manter-se no poder sem aparecer.

É público que Henri Clay só pensa em ser presidente da OAB Federal. Ele precisa galgar as conquistas de César, ou seja, quer ser maior que a “girafa”. Impossível! Clay não é César! Isso é fato. Conquistou as suas três eleições com a poderio dos “Brittos”  não só econômico, mas pessoal. Nas duas primeiras eleições, o cordão de entrada das urnas foi feita por César. Negar um voto a César nesses dois momentos era negar a Jesus (Marcos 14 – Bíblia). Na terceira, quase perdida, contou ainda com a ajuda do professor Carlos Britto que discreto ligou para os grandes amigos pedindo por Clay.

Clay precisa mostrar a todos que é maior que os fatos. Os holofotes têm que estar voltados para seu umbigo. Só quem fala sobre o Ordem é Henri, o todo poderoso. Vaidade das vaidades. Pelo menos umas três vezes contabilizei que ele tinha acabado de chegar de viagem, mas estava pronto para dar entrevista em casos de repercussão, sempre bem vestido e com o terno engomado sem parecer que estivesse saído de um avião. É  maior que girafa!

Há menos de um ano para as eleições da Ordem não preparou o seu substituto. Fala apenas que Krauss é o candidato natural, mas não o confirma. Pelo contrário inibe Inácio a trabalhar sua eleição e, propositalmente, desarticula as células  que o rodeiam com o objetivo de deixá-lo  enfraquecido. Isso é seu objetivo! Hoje, sem dúvidas, Inácio não é o preferido de Clay. Pelo menos temos Sandro Mezarano, fiel escudeiro e com trânsito sem sinais na Ordem; Joaby Gomes, amigo pessoal que vem se destacando à frente da Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados;  Arnaldo Machado, também amigo pessoal e por ser professor da UFS, tem suas limitações e jamais fará sombra aos seus objetivos. Enquanto isso HC procura convencer a Aurélio Belém a ir para a Conselho Federal com o objetivo de enfraquecer Krauss. Esse é o jogo de xadrez de HC que vem sendo observado com as devidas cautelas pela oposição. Clay, dê a César o que é de César! Lembre-se que você não é maior que a girafa. Pensemos sobre a sucessão!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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