Data Vênia

Valmir continua no páreo e dando as cartas

O Tribunal Superior Eleitoral, por 4×3 votos, tornou inelegíveis por oito anos o ex-Prefeito Valmir de Francisquinho e seu filho, Deputado Estadual Talysson Barbosa Costa de Valmir, este último também cassado na mesma decisão. O julgamento atingiu como um meteoro a maioria dos sergipanos, que depositavam em Valmir seu favoritismo eleitoral e esperança, afinal clamamos por uma mudança de governo desde o fim da “era” Déda. Esta carência não tem a ver com corrupção, desvio de conduta ou falcatrua de quem quer que seja. Passa na verdade pela necessidade de um processo eleitoral efetivamente diverso e com novas opções. Precisamos de novos nomes e cores políticas, dentre elas o azul imprimido às ruas de Itabaiana, tão condenado por vis interesses políticos. Talvez, nossos ínclitos julgadores não saibam que o céu sergipano é mais azul do que parece ser.

O fato é que ambos os condenados receberam a sentença com resignação e naturalidade. Ora, decisão judicial não se discute e precisa ser cumprida mesmo que a contragosto. Valmir voltou à Sergipe de cabeça erguida e foi recebido com festa no aeroporto de Aracaju. Há muito não se via demonstração de carinho e respeito como a que foi vista na recepção do filho do marchante de porco da cidade de Itabaiana. Os quatro ministros da Suprema Corte transformaram o Pato Roco em herói. “Vamos recorrer! Os advogados sabem o que estão fazendo! Sou um homem que vem do sofrimento e estou calejado em dissabores”, disse Valmir de Francisquinho à multidão que o esperava no Aeroporto Santa Maria.

No dia seguinte, lá estava ele – Pato Roco – de volta à sua jornada política. Foi para o interior do Estado. Concedeu diversas entrevistas às rádios regionais. Tomou café na feira e mostrou aos marchantes que ainda não perdeu a habilidade com os cortes e a faca. Sorriu, fez graça com suas selfs, ou seja, não parou suas atividades e rotina política. “Sou candidato e vou lutar por isso até o último recurso do direito que me for disponível”, esbravejou.

Diversos rumores começaram a circular nas redes sociais. Primeiro, é que Valmir poderia apoiar Emília Correia, que possivelmente estaria no seu palanque como candidata a vice. Depois, que o filho mais novo de Valmir seria candidato a deputado federal e/ou estadual. Terceiro, que o PL, partido do presidente Bolsonaro, estava tendo reuniões secretas para discutir um nome, dentro do partido, para uma eventual substituição de Valmir. Quarto, que o PL estaria trabalhando um “acordão” com o PSD de Fábio Mitidieri, dentre outras supostas e imaturas conjecturas. Nem Valmir nem a cúpula do PL ratificaram qualquer das proposições acima.

Um fato curioso posto pelos articulistas políticos é que a ideia de se contratar um escritório de advocacia em Brasília, para acompanhar o deslinde do processo junto ao TSE e garantir a inelegibilidade de Valmir e Talysson, teria partido do governador Belivaldo Chagas. Acusação totalmente infundada. Belivaldo tem um jeitão bisonho e rude de responder às pessoas. É forte e incisivo no uso da palavra e cobra sem compaixão de seus comandados, mas não combina com condutas pérfidas ou trapaças, não trata seus opositores como algoz. Essa qualidade é que torna Belivaldo diferente da maioria dos líderes políticos que passaram pelo governo do Estado. Se não puder fazer o bem, o mal jamais fará.

A serenidade e paciência dos que conduzem o PL fará a diferença nessa eleição e, com muita cautela, zelo e inteligência, o comandante da sigla em Sergipe, Edvan Amorim, procura ver qual a melhor jogada para virar a mesa, mas tudo no tempo certo. “Precisamos utilizar a paciência e o tempo ao nosso favor e não o contrário”, disse Edvan com maestria. Enquanto isso, o nome de Valmir de Francisquinho ecoa em todo Estado, cada vez mais popular entre os sergipanos. Esperemos a próxima jogada!

BOSCO COSTA (PL). Preocupado com a questão do agronegócio no Brasil, Bosco tem defendido essa bandeira com extrema dedicação, pois acredita que o agro traz desenvolvimento ao país e melhora significativamente a qualidade de vida do seu povo. Uma das conquistas é a aprovação da Medida Provisória 1016/20 – que garante a renegociação de dívidas com fundos constitucionais do Norte – FNO, Nordeste – FNE e Centro Oeste – FCO, para a qual o parlamentar apresentou emenda que garante flexibilidade às negociações e dilação do prazo de quitação, ampliando a abrangência da mesma e diminuindo a inadimplência dos créditos rurais.

RODRIGO VALADARES (UNIÃO BRASIL). Um desconforto político vem tirando o sono dos principais medalhões do União Brasil. André Moura e Fábio Henrique não calcularam bem o convite ao deputado estadual Rodrigo Valadares para disputar uma cadeira na Câmara Federal pela agremiação política. Destemido e sem medo de partir pra cima das lideranças políticas, o jovem deputado tem conquistado um fiel e expressivo eleitorado, desbancando inclusive André e Fábio. O fato é que Fábio Henrique não avança na construção de alianças e André Moura ainda luta com o fantasma de não poder ser candidato e ter que pôr a filha em seu lugar, cuja transmigração de votos não supera os de Rodrigo. O outro impasse é que o coach mais famoso de Sergipe, Anderson Gois, vem se saindo bem em suas caminhadas e poderá superar a velha forma de se fazer política.

MENDONÇA PRADO (PTB). Com um bom cabedal político trazido das experiências como vereador de Aracaju, deputado estadual e federal, assim também pela belíssima passagem à frente da Secretaria de Administração do Estado, Mendoncinha vem conquistando um público fiel. Primeiro, fala com firmeza e conhecimento de causa. Segundo, transmite credibilidade. Terceiro, goza da simpatia da classe A e B de Sergipe. Entretanto, o caminho para o senado está nebuloso graças aos nomes que já se apresentaram. Um primo de Mendonça já o aconselhou a pensar na Câmara Federal e até mesmo na ALESE para uma disputa mais favorável. Outra ponto que o difere dos demais é que assume para todos ser um “bolsonarista” nato.

VALADARES FILHO (PSD). Um eleitor ferrenho e compadre de Valadares Filho disse, semana passada, que ele só teme perder para Henri Clay (PSOL)a vaga para o senado federal por Sergipe. Quiçá, um ledo engano de Tonhão, que teve como seu primeiro emprego o mandato de deputado federal dado pelo seu pai, o ex-senador Valadares, destronada liderança política de Sergipe. Data venia, muita pretensão de Valadares Filho colocar-se no mesmo patamar político de Henri Clay, ex-presidente da OAB/SE por três vezes, e ex-candidato ao senado com mais de 100 mil votos nas últimas eleições, lançado às vésperas do pleito. Acredita-se que o pequeno Valadares conta com os votos dos “lulistas”, que não cairão em sua rede, pois a vaias que recebeu quando da visita de Lula já demonstram sua rejeição por parte dos petistas.

JORGE ALBERTO (PROS). O ex-deputado lançou nas redes sociais sua campanha para governo do Estado com empolgação zero. Jorge já teve seus dias glória como deputado estadual e federal, mandatos gentilmente concedidos pelo saudoso Antônio Carlos Franco. De lá prá cá, só amargou derrotas que o tiraram do jogo político do Estado, tendo uma sobrevida como chefe da Casa Civil de Déda, que o manteve como promessa de campanha. Sem grupo, sem Antônio Carlos e sem o sobrinho Marcos Franco, não deve ir para o páreo, quiçá está à procura de uma segunda suplência de senado e/ou uma vice governadoria.

DANIELA GARCIA (PODEMOS). As fogueiras de São João e São Pedro esfriaram a campanha da delegada Daniela Garcia nos últimos 30 dias. Parece que sua aparição em público distribuindo coraçõezinhos e sorrisos simpáticos não convenceu o eleitorado que tanto esperava. Um analista político disse-me, em fevereiro, que a delegada tinha índice eleitoral, pois vinha de uma derrota da pretérita campanha à prefeitura de Aracaju e que essa “gordura” política seria diluída ao longo do tempo. Diagnóstico acertado, inclusive amigos íntimos já a aconselharam ir para a disputa à Câmara federal ou ALESE.

GUSTINHO RIBEIRO (PR). O neófito Republicano faz uma promissora campanha em busca de sua reeleição. Começou na eleição passada, quando elegeu a esposa Hilda Ribeiro prefeita de Lagarto. Depois consolidou sua liderança política na região centro-sul com a também eleição de Dilson de Agripino em Tobias Barreto, enterrando seus maiores adversário, os Reis (Fábio e Sérgio). Caso venha a estourar a votação, ainda levará para Câmara Federal Heleno Silva e/ou Pastor Jony Marcos,
com melhor chance de pontuação depois dele.

GILMAR CARVALHO (PL). Preparando sua reeleição para deputado estadual, despediu-se do programa de rádio por causa da legislação eleitoral. Com características ímpares, Gilmar Carvalho vai para o pleito mais seguro e com fortes de chances de reeleição. Foi cogitado a ir para o Senado e para a Câmara Federal, mas resolveu mesmo investir na Alese. Para o partido trouxe o que manteve de mais sagrado nos últimos 20 anos de política – sua eterna assessora Verônica, que deve pontuar bem para a Câmara Federal, o que pode lhe render uma suplência. Inteligente dobradinha.

DIÓGENES BRAYNER. O jornalista testou positivo para Covid-19 no final da semana passada e encontra-se internado, deixando diversos leitores preocupados e temporariamente órfãos dos melhores comentários políticos local. Com sintomas leves, redobra os cuidados por causa da idade. Jackson Barreto e Eliane Aquino também testaram positivos e estão isolados. Boa recuperação para todos.

SÉRGIO BARRETO (PSOL). O defensor público tem aparecido em diversos eventos públicos com o discurso de defesa dos direitos humanos. Sérgio tem mais de 15 anos de defensoria pública e agora deve pleitear uma vaga da Alese, sendo seu pares – defensores públicos – os maiores torcedores do neófito candidato. O fato é que a classe nunca deixou de ter um representante na Alese e na Câmara dos Vereadores. Boa sorte!

ALEXANDRE FIGUEIREDO (PSD). Segundo suplente de deputado federal, Alexandre assumiu o mandato de deputado federal com o licenciamento de Fábio Mitidieri, que precisa dedicar-se mais à campanha de governo. Com recurso reduzido, vem rodando todo o Estado de Sergipe, principalmente os mais pobres, onde tem conquistado muitos simpatizantes. Possui fortes e familiares características políticas como a simplicidade, honestidade e positividade. Nos seus primeiros trabalhos na Câmara Federal, mostrou aos sergipanos que leva jeito pra coisa. Sergipe ganha um excelenete parlamentar.

FÁBIO REIS (PSD). Ao som da zabumba, a reeleição da Fábio Reis parece estar no papo, visto que os pré-candidatos do PSD (Nitinho, Katarina Feitosa, Alexandre Figueiredo e Chiquinho Gualberto) possuem mais ou menos a mesma densidade de votos e brigam com unhas e dentes pela segunda vaga que, possivelmente, o partido venha a conseguir. Esse conforto tem causado discussões internas no partido.

SUKITA. Os vídeos gravados pelo ex-prefeito de Capela são por deveras cômicos para não dizer trágicos e só depõem contra o mesmo. Durante esta semana gravou criticando a administração da tradicional festa de Capela e culpando implicitamente a prefeita Sylvany, sua ex mulher pela, pela fatalidade que ceifou a vida Dênisson Marques. Veja o que disse a filha de Dênisson: “… a morte do meu pai não tem lado político, muito prlo contrário, a morte dele é única e exclusiva do assassino. Se que atingir a prefeita e a atua gestão, vc está no seu direito, mas peço que seja um pouquinho mais empático (se conseguir), pare de pensar no seu umbigo e respeite o luto da minha família…”. Em outras palavras mandou Sukita voltar para a garrafa. Fato curioso que na semana retrasada o seu companheiro do PT, Rogério Carvalho, quis fazer a mesma coisa com a morte de Genivaldo de Jesus Santos – abordagem da PRF – e foi repreendido pelo prefeito Humberto Maravilha. “A arrogância é o reino – sem a coroa”

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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