De uma cajadada, uma, ou tripla cacetada, o STF atordoou o noticiário das próximas eleições presidenciais.
De repente, eis que Lula teve alimpada a sua ficha eleitoral, que restou mais alva que os lírios do campos e as aves do céu, a invejar as vestes de Salomão, louvadas por Mateus.
E neste igual arrebente, em enleios mitômanos de Proteu, eis o ex-juiz, o ex-ministro e o ex-herói, Sérgio Moro, lançado à vala comum dos sujos e repelidos dos assaz fedidos, escarrado no quinto dos infernos, diriam alguns em gozo e riso, coisa que ninguém o pensaria, antes que lhe fosse quebrada a sua intimidade funcional, e devassada a intenção de seu fingido proceder, em altos embargos auriculares, gravados e desgravados, repetidos e rebisados, em ampla mídia, a tisnar-lhe até a toga em demasia, justo aquela que sempre negra e bem lustrada a muitos parecia, mas que, ofuscava em demasia, eventuais laivos e pinchas, escondendo nódoas terríveis, vê-se agora em permanência e escândalo de insanáveis infâmias, por incuráveis desonras em variegada mácula, nunca a ser facilmente mitigada.
E em tanta sujeira mal alimpada e outras tantas amontoadas, eis que o “sujo e mal-educado” Bolsonaro, continua rigorosamente igual, impoluto, em suas virtudes próprias, o que desagrada a muitos que o vêem aviltante e defeituoso, por que lhe não são do agrado, a voz, o jeito, e o agir, progressivo, resistente e sem recuos, sempre em frente.
Todavia, na frente mesmo, o que se tem é um vírus letal em meio a um noticiário erigindo o descompromisso com a verdade e a boa solução para o mal que sem vacina, usa a mal sina para gerar o descrédito, a miséria, o desemprego e a fome.
Mas, bem adiante, a eleição que bem longe está ainda, é aproximada, só por debate inócuo, de pura agitação e fofoca, porque o hoje sempre interessa pouco, diante do sonho e do que poderá vir: de pior ou de melhor.
E no porvir, e no que está por vir, eis que Bolsonaro se reafirma “resiliente”, com a preferência de terça parte do eleitorado, pelo que dizem as pesquisas em seu favor: à frente de Lula, o “ficha-suja”, hoje alimpado em prévias beatíficas; de Sergio Moro, o antigo “ficha-limpa”, hoje bastante enlameado; e de outros nomes velhos ou novos, enunciados como postulantes ao Planalto e o seu Palácio.
Ou seja: com tanta notícia nova no noticiário, segue o vírus matando, Bolsonaro sendo acusado como seu agente da morte, e o povo gritando: Mito! Mito! Mito! Tudo isso contra os eitos e feitos dos juízos do STF, teimando em fazer tudo diferente e desfazendo tudo até: o que é exasperador!
De forma que, afora as lamentáveis mortes crescentes do COVID, aproximando-se de todos nós, em nuvem pestífera, invadindo nossos poros, mesmo em casa restritos, agasalhados com máscaras e com repetidos esfregaços de álcool-gel, o noticiário de ontem termina sendo bom, muito bom: na próxima eleição haverá pouco espaço para postes, e todos nós, sem arrependimento, poderemos votar no Mito, no Lula e No Moro.
E que a ninguém seja dado o direito de reclamar depois.