O prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), candidato à reeleição, não vai confessar, em nenhuma circunstância, nem sob tortura, que pretende cumprir um mandato de apenas 16 meses, caso saia vitorioso nas eleições de 3 de outubro, para disputar o governo do estado em 2006. Seria uma inabilidade do marketing e uma escorregada do prefeito que teria característica de amadorismo político. É verdade que o prefeito Marcelo Déda pensa em continuar a sua administração, porque tem muito tempo pela frente para avaliar se é prudente ou não tentar uma nova disputa dentro de mais 16 meses. Lógico que o nome do prefeito é bem lembrado, pelos petistas e por todos os membros que formam o bloco de oposição, para governador do estado, mas o pleito agora é outro, tem história completamente diferente e envolve o Marcelo Déda numa empreitada que, de todas as formas, é difícil. Nenhuma eleição é fácil e qualquer vitória só depois da apuração dos votos… O prefeito Marcelo Déda não gostou das declarações do deputado federal Jackson Barreto (PTB), de que a ponte que liga Aracaju à Barra dos Coqueiros só seria construída em seu governo. Fora uma declaração precipitada e, como Jackson integra a cúpula dessas oposições, o que ele disse circulou como uma definição de que Déda disputaria o governo em 2006. Além disso, praticamente confessou que todas as exigências dos órgãos ambientais, hoje vinculados ao Partido dos Trabalhadores, tinham objetivos políticos. Não foi uma informação feliz, porque fortaleceu o pensamento de setores da sociedade, de que Marcelo Déda também estaria construindo uma ponte, entre a Prefeitura e o Governo, tendo com base o voto da população para sua reeleição. É de se deduzir que foi uma tagarelice que não constrói em nada o projeto político das oposições. Ninguém será capaz de duvidar que, uma das primeiras perguntas dos adversários do prefeito Marcelo Deda, no debate que se realizara dia 30 de setembro na televisão, qualquer que seja ele, será exatamente relacionada às eleições de 2006. Vão querer saber, e até pedir que ele assuma compromissos, se Deda permanecerá à frente da administração municipal, caso seja eleito, até o final do mandato. Isso é muito claro, até pela forma como o colocam na berlinda em relação a isso. Não se trata de adivinhação, mas de lógica, porque esse é o ponto que os demais candidatos consideram o mais vulnerável para que o eleitorado repense o seu voto, já que está elegendo um cidadão que ficará apenas 16 meses na Prefeitura. O prefeito Marcelo Déda já sabe disso e, certamente, já tem a resposta na ponta da língua, porque é um dos quesitos mais certos da prova oral a que se submeterá durante o debate. Como aluno esperto, o prefeito Marcelo Déda – que costuma estudar bem as lições – vai procurar a resposta mais evasiva possível, mas, com o seu estilo, deverá convencer a população. Está claro que vai tentar tirar a força da pergunta e jogará o fato para frente, ao lembrar que não pode discutir sobre o que acontecerá dentro de mais 10 minutos, quanto mais em 16 meses. Podem anotar: lembrará que ninguém é candidato dele mesmo e que tudo dependerá do movimento da sociedade em torno disso. Nenhum homem pública deve deixar de atender à convocação do povo para qualquer tipo de luta. Se a vontade do eleitorado é ter Marcelo Déda como candidato ao governo, ninguém tenha dúvida que ele o será. Mas agora, a disputa é pela Prefeitura de Aracaju, que nada tem a ver com o que acontecerá mais adiante. Evidente que a tendência natural do Partido dos Trabalhadores é estudar um nome para ser candidato ao Governo do Estado. Marcelo Déda é um deles, mas tem também o presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, que tem a preferência de uma ala considerável do partido. Não há dúvida que essa discussão acontecerá, já que são três nomes para o majoritário: governador, vice e senador. Os partidos que integram o bloco não vão apenas servir de escada para o PT e querem posição nessa nova chapa, que não pode esquecer o prefeito Marcelo Déda. Claro que isso é para depois, quando muita coisa ainda pode acontecer e a própria coligação de agora sofrer alterações. Tudo bem, dentro do previsível. Mas nada disso arrancará do prefeito Marcelo Déda a confissão de que será eleito para não cumprir o mandato. Seria uma declaração burra, o que não é característica do prefeito. ITAPORANGA Uma pesquisa realizada no município de Itaporanga D’ajuda, pela Exatta, coloca o candidato Carlão bem à frente de Gracinha, tanto na estimulada quanto na espontânea. Na estimulada Carlão aparece com 46% e Gracinha com 38% e na espontânea Carlão vem com 41% e Gracinha 32%. A Exatta ouviu 300 pessoas e registrou a pesquisa no TRE. PRESENÇA Segundo uma liderança de Itaporanga, esse crescimento aconteceu depois que o governador João Alves Filho participou do comício de Carlão naquele município. A mesma coisa ocorreu nos municípios de Poço Verde, Itabaiana e está acontecendo em Monte Alegre. EMSETUR O presidente da extinta Emsetur, Ary Leite, vai permanecer à frente da Superintendência Geral do Turismo, como já definiu o governador João Alves Filho (PFL). A superintendência vai englobar três gerências: promoção turística, produtos e estatísticas. Não terá autonomia financeira. FABIANO O deputado estadual Fabiano Oliveira (PTB) defende que eleições gerais no país de quatro em quatro anos: “até as traições diminuiriam”, disse. Segundo Fabiano, hoje quem o político apóia só tem o direito de participar da eleição. Acha que o país está parado “e ninguém agüenta”. SEFAZ O governador João Alves Filho é que fará a abertura da reunião do Sefaz, dia 21, na com a participação de secretários da Fazenda de todo o país, Receita Federal e Tesouro Nacional. Durante os três dias de reuniões, serão discutidos os principais temas na área de arrecadação e de medidas para melhorar o setor em todas as áreas. D. MARIA A senadora Maria do Carmo Alves disse ontem que não há jeito dela e do marido, governador João Alves Filho, deixarem o PFL. Para a senadora, ACM está entrando de inocente, porque Lula precisa do voto dele. Segundo ela, “é uma estratégia para enfraquecer o PFL”. INVERDADE A senadora Maria do Carmo Alves disse que os jornais divulgaram que ela participou de uma reunião com o presidente Lula, ontem, levada pelo senador ACM. Trata-se de uma inverdade, porque D. Maria está de licença e se encontra em Aracaju trabalhando na Secretaria de Combate à Pobreza. REUNIÃO A Reunião da coligação que apóia Marcelo Deda (PT), realizada ontem, foi dirigida pelo candidato a vice-prefeito, Edvaldo Nogueira (PCdoB). Edvaldo levou um recado de Deda: “ninguém poderá falar no nome do prefeito em relação a 2006, sem antes consulta-lo”. IRRITOU O prefeito Marcelo Déda, candidato à reeleição, não teria gostado das declarações feitas pelo deputado federal Jackson Barreto (PTB), sobre a ponte. No burburinho das discussões sobre a ponte que liga Aracaju a Barra dos Coqueiros, Jackson disse que ela só seria construída “no Governo de Marcelo Deda”. DESISTÊNCIA O candidato a prefeito de Porto da Folha, Raimundo Rodrigues (PMDB), está querendo desistir da candidatura. Raimundo está descontente porque não vem recebendo nenhum apoio, mesmo abrindo a candidatura de vice para o PFL. DECLARAÇÃO Os candidatos a vereador que apóiam o prefeito Zezé Rocha (PTB) à reeleição, assinaram uma declaração sobre isenção do candidato em determinados atos. Quem comprar votos, fazer doação de alguma coisa ou pagar dívidas é de responsabilidade de quem o fez. O candidato a prefeito está isento de qualquer atitude do tipo. ALMEIDA A opinião é de um assessor próximo do Governo: “as eleições continuam mornas com pouca motivação. Fala-se pouco sobre isso”. Na sua opinião, “está faltando o senador Almeida Lima na campanha. Ele é o grande opositor do prefeito Marcelo Deda em Aracaju”. HELENO A comunidade evangélica de Sergipe, nos mais variados segmentos, pede que o deputado federal Heleno Silva (PL) seja candidato a senador da república. O deputado Heleno Silva acha que este não é o momento de falar sobre as eleições de 2006: “é coisa para os próximos meses”, disse. ALBANO O ex-governador Albano Franco (PSDB) disse ontem que não se negava a conversar com ninguém. Acha apenas que isso deve acontecer depois das eleições. “Num processo desses, não existe tempo para se conversar”, disse Albano e continuou: “também não há tanta pressa nisso”. ROTEIRO O guia Roteiro do Poder –2004, com endereço de autoridades de Sergipe e de todo o país, comete um erro grave: coloca a foto de Antônio Francisco na relação dos deputados. O Roteiro é atualizado. Já trás Mendonça Prado licenciado e Ivan Paixão na Câmara Federal. Sinal de que não fora feito antes de Antônio Francisco ser cassado. Notas REUNIÃO Em um encontro com os candidatos a vereador e a cúpula do partido, o prefeito Marcelo Déda, candidato à reeleição mostrou uma pesquisa que demonstra uma rejeição dos demais candidatos, em razão dos ataques que fazem contra ele na televisão, sem que apresentem programas de governos e propostas. Diante dessa posição, Marcelo Déda resolveu que não entrará mais na justiça para respostas e não fará qualquer referência aos adversários, porque considera que os ataques estão beneficiando a sua candidatura. PALESTRA O presidente do Banese, Jair Araújo, está em São Paulo para participar, a convite, do Fórum de Marketing Industrial como palestrante especial. Vai mostrar como um banco de porte pequeno, que atua em mercado restrito, como o de Sergipe, consegue chegar ao 13º colocado entre os bancos de varejo do país. O Fórum acontecerá no Hotel Grand Meliá Monfarrej e terá a participação de um público restrito, formado por 180 presidente de empresas industriais e executivos das mais significativas empresas brasileiras. CONTRATO O Tribunal de Contas do Estado contratou por R$ 4,3 milhões a empresa Ravele Locação de Serviços Ltda, da Bahia, para prestação de serviços gerais pelo período de 24 meses, o que equivale a R$ 180 mil por mês, o que daria para pagar a cerca de 300 servidores com salário de R$ 600,00 por mês. Segundo um dos auditores do Tribunal de Contas há necessidade de se fazer uma apuração contratual, em razão do elevado valor do contrato. A Ravele também está atuando em outros setores públicos, dentro da mesma atividade. É fogo O empresário Manuel Messias Santos (Sukita), do PSB, candidato a prefeito de Capela, está fazendo uma campanha para “Governo do Estado”. Sukita tem contratado as melhores bandas para os comícios, além de estar gastando um volume de dinheiro que ascende ao mandato que disputa. Ferreira, candidato a prefeito em Capela pelo PT, só se mantém na disputa para que Marcelo Deda e José Eduardo Dutra não subam no palanque de Sukita. Alguns candidatos a vereador de partidos da coligação que apóiam Marcelo Deda, não estão participando de comícios e passeatas. O problema da coligação é que apenas os candidatos do PT têm vez com a distribuição de material. O pessoal dos outros partidos está optando pelo corpo a corpo. Um das campanhas mais difíceis é a de Itabaiana, porque as pesquisas dão empate técnico e a movimentação é muito grande entre o eleitorado. Com apoio da CDL, sob a presidência de Gilson Figueiredo, o artista plástico alagoano, Almérico Cavalcanti, está com uma exposição na galeria Álvaro Santos. O secretário de Turismo, Pedrinho Valadares, recebeu ontem Lúcia Rôlla, representante da área de Capacitação do Ministério do Turismo. O ex-vereador Alcivan Menezes, candidato a prefeito da Barra dos Coqueiros pelo PMDB, está sentindo nos pés o que é fazer campanha em uma cidade do interior. O ministro da Casa Civil, José Dirceu, afirmou que é preciso um acordo nacional, entre governo, empresariado e trabalhadores, para se criar condições políticas que propiciem a redução dos juros do país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem proposto, em conversas reservadas, a inclusão de representantes do empresariado e dos trabalhadores no CMN. Por Diógenes Brayner
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