Nunca imaginei que o artigo publicado ontem (Déda em Brasília) pudesse gerar tanta polêmica entre os internautas sergipanos. Boa parte deles, provavelmente, petistas. Recebi vários e-mails com análises diversas. Alguns receptivos ao meu ponto de vista; outros nem tanto. Mas todos, sem exceção, apontando para a importância da permanência de Marcelo Déda em Sergipe.
Quero deixar claro que não estou estimulando o prefeito da capital a aceitar qualquer convite que lhe seja formulado pelo presidente Lula. Muito pelo contrário. Afinal, quem sou eu para influenciar o prefeito a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Fiz apenas uma análise da situação tumultuada em que se encontra o presidente e chamei a atenção para a necessidade dele, nessas horas, contar com amigos leais e competentes por perto.
Mas vamos aos fatos: na terça-feira, Marcelo Déda recebeu, sim, uma ligação do presidente Lula, às 23:30 h, horário de Brasília. E, naturalmente, a conversa girou em torno das mudanças que serão promovidas no primeiro escalão do governo. Aliás, elas já começaram ontem, com a saída do ministro José Dirceu da Casa Civil.
Marcelo Déda ouviu atentamente o companheiro Lula. Como de costume, fez observações importantes e, já no final da conversa, passou a sentir um friozinho na barriga diante do que parecia inevitável: uma sondagem para assumir a Casa Civil.
Não se sabe ao certo se houve – ou não – um convite formal. Somente Déda poderia nos confirmar isso. Mas ele prefere negar. De qualquer maneira, até o anúncio do novo ministro-chefe da Casa Civil, o prefeito de Aracaju continuará a figurar na imprensa nacional como um dos três nomes com chances reais de assumir o cargo. Além dele figuram também: Jorge Viana, governador reeleito do Acre, fundador do PT, e Patrus Ananias, ministro do Desenvolvimento Social, ex-prefeito de Belo Horizonte, deputado eleito com mais de 500 mil votos.
Para a Casa Civil, Lula já deixou claro que pretende indicar um político do PT, com trajetória e liderança no partido do presidente, experiência administrativa bem-sucedida em governos petistas, relações pessoais de confiança e que esteja disposto a não disputar as eleições de 2006.
Eis aí o grande problema: as eleições de 2006. Déda está entre a cruz e a espada.