Sucumbem, mais uma vez, todas as possibilidades de termos na política, cidadãos distantes de quaisquer suspeitas para disputar cargos eletivos no país. Dois ministros votaram a favor, dentre eles, o honrado Carlos Aires brito, à impugnação das candidaturas referentes a pessoas problemáticas com a justiça brasileira.
Óbvio que o projeto comprova, tristemente, a velha máxima de Rui Barbosa , o qual afirmava que não sobrariam homens honestos para disputar a política brasileira. O poeta já antevia momentos tenebrosos para a estrutura do processo que detém governadores, ministros e outras autoridades envolvidos em escamoteações infinitas contra o povo brasileiro. Em meio a estas transgressões , encontram-se lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, repito, formação de quadrilha, tráfico de influência, improbidade administrativa, todos os processos que maculam parte do desenvolvimento social brasileiro, não só no tocante à economia, enfim, mas no que concerne ao resgate da ética- elemento fundamental para a visão de sociedade que está sendo edificada pelos novos componentes dela.
Segundo o ministro, coerente, Carlos Aires Brito, dizendo-se voto vencido, em um furor de simplicidade e constrangimento, por averiguar a posição dos colegas, admite que a democracia se faz com maioria. Entretanto, o que a maioria, o povo brasileiro, pensa a este respeito? É bem verdade que as leis foram executadas, elaboradas, mas por quem, a favor de quem e com o objetivo de quê? Esses pontos devem ser reavaliados, pois , independentemente do poder, executivo, legislativo, judiciário, eles acabam agredindo aqueles que deveriam proteger de uma corja, que munida de poder econômico e tendo consciência das falhas na legislação, locupleta-se dos direitos alheios – dos cidadãos brasileiros – para maquinar as atrozes licitações e intercâmbios neuro-destruidores contra os cofres públicos.
Em um sistema quase que infinito e em nome da lei, algo deve pontuar-se como errado, visto que todos os escamoteadores são soltos, liberados por hábeas corpus, pílula da liberdade para aos transgressores, os que fazem mal à nação . Antônio Palocci é deputado Federal, Celso Pitta está em casa, Maluf nunca passou por um julgamento justo, Fernando Collor ficou de férias oito anos , obrigatórios, e retorna como Senador da República ( só se for dos Alagoanos) e o Superior Tribunal Federal concede honras de igualdade a pessoas com comportamentos suspeitos. Em decorrência destas posturas, é que as pessoas exercem a inversão de valores, postulando-se a lei do mais esperto, do “garoto de praia”, que rouba milhões, mas como réu primário receberá hábeas corpus , pois possui residência fixa, possui bons antecedentes, e me pergunto, qual o bandido já nasceu marginal. Enquanto isto, a sociedade permanece na expectativa de providências que envolvam moral , mais lógicas, para salvaguardar o próprio povo.
Em anexo a estes fatores, presencia-se a preocupação de delegados e da própria justiça em cercear as candidaturas de representantes do morro ligados ao tráfico de drogas; exatamente, candidatos ligados ao tráfico de drogas não podem; ligados ao de influência podem. Averigúe se dá para entender. Daí, se os 500 mil moradores da rocinha votarem em “Pedro Bala Certeira” e o mesmo for suspeito, mas ainda não foi julgado culpado, por que, então, este não pode disputar, se representa a democracia do morro, da comunidade desassistida, na qual vigoram a sobrevivência e a lei da malandragem? Só mudam as facções e as ideologias. Uma se faz com o garoto desdentado que cresceu a cheirar cola , a outra por intermédio de muitos que estudam nas melhores universidades para pôr a vírgula e as interpretações ao bel –prazer de; no fundo, as escolhas não são, portanto, democracias? Cabe ao povo decidir. Por que defender o povo das gangues armadas e nos jogar, literalmente, em gangues de terno e gravata com papéis timbrados? Por isto, é que investem tanto em campanhas publicitárias para “CONSCIENTIZAR” o povo de que o voto é a arma para as mudanças. Neste momento, leia-se a arma para experenciar o suicídio. E mais, já que vivemos em democracia, deixemos o ato de votar como escolha, não como obrigatoriedade. Contradição só faz efeito em quem não lê, em quem não pensa. Poupe-nos!