Os candidatos a presidente da República devem se preocupar com dois fatos que, neste momento, destroem o Brasil: a violência e a corrupção. Ninguém esconde que o país sempre conviveu com uma atuação ousada dos bandidos que amedrontavam principalmente o Rio de Janeiro, eterno cenário de uma guerrilha urbana entre policiais e traficantes de drogas. O Rio, a mais bela cidade do país, ainda vive com medo. Por trás de suas favelas está a atuação permanente das quadrilhas que comandam o tráfico, contam com a conivência do lado podre da polícia e orienta o carnaval. Recentemente, as páginas dos jornais registraram que assessores do bispo Crivella, candidato a governador no Rio, foram proibidos por bandidos de subirem em determinada favela. E não se atreveram a desobedecer. Já o candidato, acostumado a fazer política nessas áreas, considerou natural e foi lá dar o seu recado a um eleitorado que segue a orientação do crime organizado. Sobre a droga não disse nada, aconselhou apenas aos eleitores que se puderem sair do caminho dela seria melhor. A violência em São Paulo não era tão exposta quanto à do Rio de Janeiro, mas os paulistanos tinha conhecimento do que acontecia na periferia de uma cidade onde o crime se organizou e passou a atuar dentro do melhor esquema de guerrilha. A ação de maio, onde o trabalhador ficou absolutamente órfão de segurança, os bandidos agiram de forma orientada e “tsumanisou” a capital paulista, incendiando ônibus, atingindo agências bancárias, lojas, shopping e provocando um rastro de mortes, sangue e medo. Muito medo. A polícia atônita teve grandes baixas e no interior explodiam rebeliões em penitenciárias de grande porte. Atualmente, também em São Paulo, o crime organizado está atuando da forma mais covarde, mas eficiente: mata pobres e indefesos agentes penitenciários, para intimidá-los em todo o estado. E está conseguindo, porque muitos deles já pensam em abandonar a carreira e até partir de São Paulo para um lugar tranqüilo. Tranqüilo? Aonde? Não se convive com a violência apenas no eixo Rio/São Paulo. Não existe mais cidades, principalmente as capitais, que não convivam com o medo de marginais que atuam com uma certa descontração quando assaltam bolsas de senhoras no comércio, ou fazem seqüestros relâmpagos a qualquer hora do dia ou da noite. E até mata uma simples professorinha que foi tirar uma grana em um caixa rápido por volta do meio dia. Já se chegou a Aracaju, onde os marginais deitam e rolam, numa versão tupiniquim, mas violenta, do que acontece nas metrópoles. É assim que vive esse Brasil gigante. Submisso ao crime e esperando uma palavra forte e segura (falei segura?) dos candidatos a presidente. Artur Bernandes teria dito que “governar é construir estradas”. Hoje fará um Brasil melhor quem conseguir por um freio na violência e inverter a situação em que vive o cidadão preso em casa, atemorizado em carros blindados, enquanto os marginais estão soltos, por conivência, incompetência ou falta de condições da polícia. Quanto à corrupção, que se tornou glamourosa em determinados setores dos poderes constituído, continua sendo o cancro que corrói o Brasil. Qual a proposta que um candidato a presidente pode apresentar para colocar um mínimo de ética em segmentos que ainda apostam na Lei de Gerson, onde o “mais importante é levar vantagem”? Alckmin já disse que não basta usar o velho jargão da política: “no meu governo não roubo e nem deixo roubar”. A frase é ridícula, porque infelizmente o mau exemplo vem de cima. E Lula o que pensa para acabar e prender mensaleiros? De não permitir dólares nas cuecas ou de buscar a verdade sobre o lamaçal em que se transformou os podres poderes? É possível que nada. Lula forma coligação com parte deles para disputar a reeleição. O novo presidente deve ter compromissos com a questão social e com o básico como saúde e educação. Mas a segurança e a corrupção merecem um discurso mais convincente, porque continuam envergonhando o país. Quer dizer, envergonhando quem ainda acredita na ética, na honestidade, no compromisso com o povo e no trabalho, ainda que se dá bem a qualquer custo seja a preferência de boa parte do cidadão brasileiro. REUNIÃO O governador João Alves Filho (PFL), candidato à reeleição, e Fabiano Oliveira (PSDB), candidato à vice, reuniram-se com prefeitos e vices que os apóiam em um salão na Atalaia. Durante o encontro, João Alves Filho pediu a todos mobilização em seus municípios e que trabalhassem para convencer os eleitores que Sergipe está no caminho certo. ENCONTROS João Alves Filho vai realizar novas reuniões com lideranças do interior para fazer uma exposição do que realizou e mostrar o que ainda pretende fazer. Sempre ao lado de Fabiano Oliveira, o governador João Alves Filho tem mostrado da necessidade de se manter a unidade em torno da continuidade do seu governo. ALCKMIN O candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, chega a Aracaju nesta sexta-feira, às 13:30 horas, e será recebido pela coligação “Sergipe no Rumo Certo”. Estarão lá João Alves Filho (PFL), o candidato à vice, Fabiano Oliveira (PSDB), senadora Maria do Carmo (PFL) e pelo candidato a deputado federal Albano Franco (PSDB). LARGADA Para Fabiano Oliveira, a visita de Alckmin “será a largada para os atos públicos da campanha eleitoral de nossa coligação rumo à vitória”. “Estamos confiantes porque as pesquisas mostram um crescimento rápido e considerável de Alckmin. O povo começou a reagir positivamente”, disse Fabiano. ALBANO A visita de Alckmin será prestigiada pelo presidente de honra do PSDB sergipano, Albano Franco, e segue cronograma de visitas pelo Nordeste. O candidato a presidente tucano será levado por aliados em carreata até o Espaço Augustu`s, onde haverá uma recepção festiva. BRASÍLIA Já o candidato do PT, Marcelo Déda, passou todo o dia de ontem em Brasília, onde teve reunião com a Executiva Nacional. O retorno de Déda aconteceu ontem à noite. Hoje ele terá, ao lado de Belivaldo Chagas uma reunião com candidatos proporcionais, no Sindicato dos Bancários. MOTIVO O motivo da reunião é conversar com as bases sobre a campanha eleitoral e as dificuldades impostas pela nova legislação eleitoral. Déda e Belivaldo também tratam da carreata que o bloco de oposição está agendando para o próximo sábado. Será o início da campanha de rua. BERZOINI Marcelo Déda teve uma conversa com o presidente do partido, Ricardo Berzoini, que lhe garantiu prioridade do partido para sua candidatura. Avisou a Déda que o presidente Lula só fará comícios nos estados nos finais de semana. Déda preferiu que o presidente viesse a Sergipe durante o período de programa de TV. FÁBIO O radialista Fábio Henrique (PDT) disse ontem que “essa história de ser candidato a prefeito de Socorro não existe”. Lembrou que é amigo pessoal do prefeito José Franco. Desmentiu que haja qualquer acerto para se transferir para a Rede Ilha e disse que o seu problema de candidatura a deputado estadual não é eleitoral, mas numérico. ISOLADO Segundo Fábio Henrique, “nós ficamos isolados. Não por culpa do deputado federal João Fontes ou minha, mas pela candidatura própria do PDT a presidente”. Amanhã o PDT terá uma reunião decisiva inclusive para Fábio Henrique: “se todos os candidatos decidirem ficar, eu disputo a Assembléia Legislativa”, disse. ACORDO O deputado Bosco Costa (sem partido) ainda não definiu que o seu sobrinho, candidato a deputado estadual pelo PTB, apoie Valadares Filho (PSB) para deputado federal. As conversas foram paralisadas, mas estava marcada para ontem à noite mais um encontro entre Bosco e o senador Valadares para definirem ou não o acordo. JUNTOS O candidato a deputado federal Albano Franco (PSDB) e o deputado federal Bosco Costa (sem partido) viajaram juntos a Brasília e conversaram muito. Enquanto esteve na Câmara federal, Albano Franco continuou usando o gabinete de Bosco, como fazia antes. CALHEIROS Quem não se lembra de Floro Calheiros? Sergipe todo, hoje talvez menos a Polícia. Pois bem: Floro está numa cidade que faz divisa com a Bolívia. Tem um bom rebanho de gado e vive da pecuária com a tranqüilidade dos inocentes. É um fazendeiro poderoso na região. Notas REELEIÇÃO A Comissão de Constituição e Justiça votará hoje a Emenda Constitucional que acaba com a reeleição para os cargos de presidente da República, governador e prefeito. Se aprovada, os chefes do Executivo voltam a exercer mandatos de quatro anos. A aprovação da emenda tem o apoio do PSDB, PFL e PT. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já afirmou que é favorável ao fim da reeleição. Entretanto, mesmo sendo aprovada hoje, a proposta somente deverá ser apreciada no Plenário no próximo ano. ANALFABETOS O TSE anunciou, ontem, que dos 125,913 milhões de leitores, 8,2 milhões se declararam analfabetos. De acordo com o tribunal, são 4,4 milhões de eleitoras analfabetas contra 3,86 milhões de eleitores. Apenas 1,8 milhão de homens têm o ensino superior completo. Entre as mulheres, 2,29 milhões têm nível superior. DIVERGÊNCIAS Um dia depois do presidente Lula receber apoio de cerca de 80% do PMDB à reeleição, o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer, anunciou que apoiará formalmente o candidato à Presidência de Geraldo Alckmin (PSDB). “Eu hoje estou declarando meu apoio a Geraldo Alckmin por várias razões”. Segundo Alckmin uma delas é para revelar que nem todo o PMDB optou por uma candidatura e outra que há divergência nos estados quanto a isso. Temer não citou, mas Sergipe é estado onde o PMDB está dividido. É fogo A prefeita de Itabaiana, Maria Mendonça (PSDB) nomeou Elaine Araújo, filha do prefeito de Malhador, Dedé do Inhame, para a Secretaria Municipal da Saúde. Maria Mendonça negou, entretanto, que essa nomeação fora em troca de votos para o seu irmão e ex-deputado José Teles de Mendonça (PSDB). O ex-prefeito de Lagarto, José Raymundo Ribeiro (Cabo Zé), do PTN, está fechado com o candidato a deputado federal Albano Franco (PSDB). Os dois são compadres e haviam rompido politicamente durante o segundo mandato do então governador Albano Franco. Agora retornaram a amizade. A senadora Heloísa Helena (Psol) deverá ter entre seus cabos eleitorais de Sergipe o candidato a governador pelo PDT, João Fontes. Os seis candidatos ao governo do Estado apresentaram junto ao TRE uma previsão de gastos de quase R$ 12,5 milhões. A maioria dos deputados estaduais viajou a Brasília ontem para reuniões ordinárias, em que havia previsão para várias votações. Começa na próxima sexta-feira o II Colóquio Internacional da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento da Universidade Federal de Sergipe. As inscrições podem ser feitas na sala do Observatório de Economia e Comunicação (Obscom) da UFS, O otimismo do empresariado brasileiro em relação aos próprios negócios caiu, segundo pesquisa feita pela Serasa. A linha de crédito oferecida para empresas, nas modalidades como vendedor e comprador, apresentou taxa anual de 41,18% a 71,67% ao ano. brayner@infonet.com.br
No ensino fundamental (1º a 8º série) são 43,7 milhões. Dos quais, 22,1 milhões são homens e 21,5 milhões, mulheres. Aqueles que terminaram o ensino fundamental contabilizam 9,9 milhões, 4,8 milhões de homens e 5 milhões de mulheres.
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