Uma questão que sempre me perguntei foi: “Será que existe realmente uma correlação estreita entre a profissão que escolhemos e o sucesso?” Todavia, vale considerar que o sucesso a que estou me referindo não é aquele encontrado por ter fotos em capas de revistas ou em jornais. A referência de sucesso aqui considerada é aquela que faz com que o indivíduo se sentir feliz com o que faz sentir prazer em ir trabalhar, sentir prazer em aprofundar os seus conhecimentos para aplicar no seu trabalho, sentir prazer em compartilhar o que aprende na sua jornada da vida e, principalmente, se sentir muito feliz com o produto do seu trabalho. Na maioria das vezes, quando se foca o mundo organizacional, percebe-se que as pessoas acreditam que o conhecimento que obtiveram com os cursos pagos pelas suas empresas é apenas delas e, por este motivo, não se sentem nem um pouco preocupadas em compartilhar o que aprenderam. Por outro lado, também se observa que na maioria das empresas não existe uma cobrança formal para os empregados compartilharem o que aprenderam nos cursos ofertados ou pagos pela mesma. Como a empresa não aprende sozinha e sim através dos seus empregados, o conhecimento muitas vezes fica concentrado em determinados indivíduos e com eles poderá ir embora quando saem da empresa ou quando se aposentam. Assim sendo, a questão da organização de aprendizagem tão difundida e propalada pelo Peter Senge, ainda é, pelo menos do Brasil, um caminho a ser seguido. Se observarmos as pessoas de sucesso, a maioria afirma que tem muito prazer no trabalho que fazem, no entanto a sua caminhada rumo ao sucesso na verdade foi longa e árdua. No mundo real, o que se observa é que a maioria das pessoas vê o seu trabalho – apenas – como uma maneira de sustento, para pagar as contas, a prestação da casa e a educação dos filhos. Essa é a resposta geral que temos de uma maioria expressiva de pessoas. Por outro lado, outro aspecto fundamental das pessoas bem sucedidas é que praticamente todas elas sempre tiveram objetivos muito claros para as suas vidas e sabiam exatamente onde desejavam chegar. Embora esse seja um aspecto fundamental, lamentavelmente não é o comportamento da maioria dos indivíduos. Fiz essa experiência quando dava aulas no curso de Administração da FSLF e, para minha surpresa o horizonte mais extenso que os meus alunos pesquisavam era: “Terminar o curso”. Daí, incluímos como um trabalho final definir um “projeto de vida”, portanto, era um sacrifício sem precedentes. No início todos reclamavam, no entanto, à medida que conseguiam se posicionar no futuro, idealizar o seu futuro desejado começavam por enxergar e buscar coisas que nunca haviam pensado antes. Daí percebia-se nitidamente que o “projeto de vida” já estava atuando em suas mentes de maneira inconsciente. Na vida moderna atual percebemos que, ao contrário do passado, as empresas não só planejam muito como também buscam talentos, ou seja, pessoas com diferencial de competência que as ajudem a cumprir a sua missão e atingir a sua visão. Portanto, hoje em dia, as pessoas que chegam às empresas e não conseguem enxergar qual o seu papel nesse contexto e o que precisam fazer para ajudar a fazer isto acontecer, mais cedo do que se acredita se tornam desnecessárias. Este é um caminho sem volta. Logo, é necessário que cada um entenda que o mercado está mudando velozmente, e as empresas precisam também acompanhar esse processo. Por outro lado, as pessoas precisam também mudar nessa velocidade alucinante. Cada vez mais, o tempo em que um “padrinho” político ajudava a alguém conseguir um bom emprego está se tornando difícil. Isto acontece por vários motivos, desde a cobrada transparência exigida pela população, como pela necessidade que empresas e instituições precisam se proteger de contratações enganosas e das conseqüências danosas que um fato desta causa. Finalmente, para se encontrar um rumo melhor, ou aquele caminho quase certo, algumas considerações precisam ser levantadas: 1º. – O ambiente de trabalho está mudando. Não vale só pensar em competitividade, é preciso também considerar o mercado, as suas velozes mutações e as suas altas e baixas. 2º. – As empresas estão se organizando em estruturas simples e mais enxutas. Logo, cada vez mais as caixinhas de “cargos” estão sendo deixadas de lado. Ao passo que, os talentos, a cooperação, a visão sistêmica, o trabalho em equipe, a capacidade de estabelecer parcerias, o pensamento criativo e a inovação são habilidades essências e diferenciais de competência importantíssimos para o mercado atual. 3º. – Novos papéis se despontam no ambiente organizacional, mais flexibilidade, mais velocidade é fundamental para a sobrevivência de pessoas e organizações. Portanto, aquelas pessoas que pensam muito para decidir precisam desenvolver o raciocínio rápido. (*) www.fbcriativo.org.br
O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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