Dia D é só de Dilma?

Com a aprovação pelo Senado do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o Brasil entra, a partir de hoje, num compasso de espera. O que acontecerá depois da posse provisória do ainda vice Michel Temerário (PMDB)? Quais serão as conseqüências para a abalada democracia, dos atos programados pelos movimentos sociais e os inflamados petistas? Questões como estas vão permanecer sem respostas pelos próximos dias ou meses. Não duvidem, tudo pode acontecer por conta do impedimento de uma presidente eleita pelo voto direto da maioria dos brasileiros: Dilma não é Fernando Collor, um político regional sem apoio partidário e execrado até pelos familiares. Este impeachment será diferente do primeiro e pode levar o país a uma convulsão social. Para agravar tão delicada situação, o Congresso que está afastando a presidente do Brasil é comandado por um trapalhão chamado Waldir Maranhão (PP) e Renan Calheiros (PMDB), um denunciado quase réu. Para aumentar a tensão, o futuro governo provisório chega em plena pré-campanha eleitoral, quando os ânimos ficam ainda mais acirrados. Tomara que o D deste dia 11 não seja o fatídico D de Ditadura Militar. Que o D de Deus nos proteja nesta inquietante escuridão política!

Maria omite-se

Dependesse da senadora Maria do Carmo Alves (DEM), o senador Delcídio do Amaral (sem partido) não teria sido cassado ontem. Tendo reassumido o mandato para votar favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a demista sergipana simplesmente não compareceu ao “trabalho”, omitiu-se de votar na cassação do colega. Além de dona Maria, também gazearam a sessão os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Rose de Freitas (PMDB-ES) e Eduardo Braga (PMDB-AM).

Pressão popular

E o deputado federal Fábio Reis (PMDB) está injuriado com os manifestantes que promoveram um barulhento ato em frente à casa dele, na cidade de Lagarto. A turma não o perdoa por ele ter votado pela admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). “É preciso saber separar a vida pública da pessoal”, queixa-se Fábio. O deputado diz que a manifestação deixou em pânico a mãe, dona Rose Meire Almeida.

Mau exemplo

A Assembleia Legislativa promoveu ontem, em Ilha das Flores, o projeto “Parlamentar por um dia”, destinado a alunos do ensino médio das escolas públicas. Para alguns curiosos presentes ao evento, a aula política só não foi melhor porque os organizadores não falaram sobre o mau exemplo de boa parte dos deputados estaduais, condenados sob a acusação de terem metido a mão grande nas verbas de subvenção do Legislativo. Cruz, credo!

Grana atrasada

Os aposentados e pensionistas que apostaram receber seus vencimentos de abril nesta quarta-feira (11), conforme o prometido, vão pagar juros por mais um dia de atraso em suas contas. Diferente do que anunciou no último dia 30, o governo de Sergipe só deve depositar o dinheiro dos coitados amanhã (12). Quer dizer, a cada mês, o Executivo ganha um dia dos aposentados e pensionistas. Que maldade com nossos velhinhos!

Bola da vez

O governo pode vender o Banco do Estado de Sergipe (Banese). A sombria previsão é do deputado estadual Valmir Monteiro (PSC). “Perguntado se isso pode acontecer, o governador Jackson Barreto ficou em silêncio. Ora, quem cala consente”, diz o parlamentar lagartense. Segundo ele, para ajudar as finanças do governo, a Assembleia já aprovou aumento do ICMS, reajuste da conta de água mas, mesmo assim, não tem dinheiro que chegue. Por fim, Valmir pergunta: “O que está acontecendo?”. Sabe-se lá!

BRT paraguaio

O vereador Lucas Aribé (PSB) tem feito duras criticas ao BRT paraguaio, um embuste da Prefeitura, na tentativa de enganar os aracajuanos. Segundo ele, o moderno Bus Rapid Transit não se resume a ônibus articulados e faixas pintadas no asfalto. “O prefeito João Alves Filho (DEM) prometeu o BRT na campanha eleitoral, mas até agora só pintou algumas vias com faixas azuis e brancas que, segundo a imprensa, custaram R$ 7 milhões”, discursa. Que tinta cara, né?

Remanejando

De forma lenta e gradual, o governador Jackson Barreto (PMDB), dá continuidade ao processo de rearrumação de sua equipe de trabalho, puxando agora mudanças no chamado segundo escalão. Ontem, JB assinou atos de nomeações de José Carlos Felizola (Presidência da Cohidro), Márcio Barreto Leite (Presidência da Segrase) e Wellington Paixão (Presidência da Sergas). Esta informação é do blog Primeira Mão.

Queixas negadas

E o PCdoB se apressou em negar que o deputado estadual Padre Inaldo ficou contrariado com a presença do prefeiturável Edvaldo Nogueira na convenção do PDT. O revendo é pré-candidato a prefeito de Socorro, justamente contra o projeto do prefeito pedetista Fábio Henrique. Sem citar nomes, o presidente estadual do PCdoB, Hallison de Sousa, diz que “o partido está coeso e preparado para enfrentar as eleições municipais”. Então, tá!

Escanteio

Apesar do esforço para mostrar pontos positivos da administração do prefeito João Alves Filho (DEM), o vice José Carlos Machado (PSDB) segue sendo escanteado pelo aliado de longos anos. Sempre que pode, João se desmancha em elogios ao deputado estadual Robson Viana (PTN), para muitos, o provável candidato a vice na chapa do prefeito. Ontem mesmo, Alves Filho disse à jornalista Aldaci de Souza que “Robson Viana tem gabarito e preparo pra ser vice”. Te cuida, Machadão!

Casa dos sonhos

Vende-se uma confortável casa avarandada e com um quintal repleto de fruteiras diversas como limoeiro, cajueiro, umbuzeiro e pitangueira. O imóvel está localizado ao lado de um bar sortido de bebidas quentes, cerveja geladérrima, uma grande variedade de tira-gostos deliciosos, clientela de alto nível, sem contar que o “pendura” é muito bem aceito. Preço a combinar. Outras informações podem ser obtidas na rua da Pinga, nº 51, bairro Cana Brava, ou no bar da esquina. Depois da Lei Seca, esta é a casa ideal para quem não quer dirigir depois de encher a caveira.

Recorte de jornal

Publicado no Correio Sergipense, em 18 de setembro de 1841.

Resumo dos jornais

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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