Está claro que hoje que Diabetes Mellitus será transformado em um dos mais importantes problemas médicos e de saúde pública do século XXI, com grande impacto nos países em desenvolvimento e nas Está minorias raciais dos países industrializados. Atualmente, o número de pacientes com diabetes tipo 2 é estimado em 165 milhões e se elevará para mais de 300 milhões no ano de 2025.
Globalmente, isso representa um aumento de 42% no número de indivíduos com diabetes, paralelo a um aumento estimado da população nesse mesmo período de apenas 11%. A razão para esta explosão de casos no mundo e, particularmente, para o diabetes tipo 2, está relacionada à mudança do estilo de vida, alterações demográficas, fenômeno de urbanização e industrialização, maior expectativa de vida e em alguns países, como os Estados Unidos da América, ao rápido crescimento de certas populações com características raciais e étnicas mais propensas ao diabetes, como os indivíduos negros e os de origem hispânica.
Diabetes Mellitus é uma condição clínica em que se encontra uma hiperglicemia mantida (açúcar aumentado no sangue).
O diabetes tipo 1 ocorre principalmente na infância e no início da vida adulta e é responsável por menos de 10% de todos os casos de diabetes. Nesse caso, ocorre uma destruição imunológica da célula beta pancreática produtora de insulina. O diabetes tipo 2, que ocorre geralmente na vida adulta, é a sua forma mais comum, pois está ligado à obesidade em cerca de 80% dos casos.
A hiperglicemia mantida, como consequência da insulinorresistência e da incapacidade pancreática em compensar essa resistência, é a responsável pelas chamadas complicações crônicas. Essas complicações do diabetes, como doença coronária, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, neuropatia, nefropatia e retinopatia diabética, aumentam as deficiências físicas e reduzem a expectativa de vida do paciente. A mortalidade por doença cardiovascular, particularmente doença coronariana, é a principal causa de óbito entre os pacientes com diabetes tipo 2. O custo médio dos cuidados relacionados ao diabetes tipo 2 é cerca de quatro vezes superior àquele dispensado a pacientes não-diabéticos e esse custo está diretamente relacionado à ocorrência das complicações crônicas.
O número de estudos referentes à epidemiologia do diabetes cresceu extraordinariamente nos últimos anos. Apesar disso, muitos governos e planejadores de saúde pública ainda permanecem insensíveis à magnitude do problema e às expectativas econômicas no futuro.
Com base na associação entre a detecção de hiperglicemia (açúcar alto no sangue), tanto de jejum como principalmente a que ocorre após as refeições, e as complicações do diabetes, estabeleceu-se a necessidade de manutenção dos níveis de açúcar no sangue (glicemia) dentro de intervalos próximos da normalidade.
Os principais estudos prospectivos de qualidade, de controle e da evolução a longo prazo, claramente demonstram que o controle estrito da glicemia é essencial para o não-desenvolvimento das chamadas complicações microvasculares. O custo envolvido para que se alcance a melhora do controle glicêmico, que inclui a monitorização da glicemia, o processo de educação continuada do paciente, o maior contato com as equipes de saúde e os custos das medicações, ainda é considerável, porém este investimento se justifica pela redução das despesas envolvidas com o tratamento das complicações crônicas futuramente. Investir nas condições, para que seja oferecido um bom tratamento, melhora ainda a qualidade de vida sem complicações.
O impacto social e econômico do diabetes na sociedade, particularmente o diabetes tipo 2, não pode ser ignorado. O cuidado primário, administrado pelos clínicos, tem um papel essencial no seu controle. Além disso, poucas doenças têm na educação de pacientes e familiares papel tão importante quanto o diabetes. A necessidade de mudança do estilo de vida, o abandono do tabagismo, a necessidade de contato frequente com a equipe médica e a realização de exames por automonitorização e de exames laboratoriais são indispensáveis para o controle global da doença e dos outros fatores de risco cardiovasculares associados.
Assim, o tratamento ideal do paciente diabético deve considerar não somente o desaparecimento dos sintomas e a prevenção das complicações agudas, como também a prevenção da doença microvascular e a redução do risco da doença macrovascular, de forma que se aumente a expectativa de vida a ponto de torná-la comparável à de indivíduos não-diabéticos.
Diabético, cuide-se e tenha melhor qualidade de vida.
Você merece. Um bom Domingo com afeto e sem açúcar.