Outra vez oportunidade para sorrir

O primeiro turno das eleições atenuou o nível de exaustão de parte da população que está antenada ou trabalha com política. Viver no Brasil, para muita gente, tem sido difícil financeiramente e emocionalmente. Fazer malabarismos entre os altos e baixos da economia, estagnação de salário e a disseminação do ódio através do sentimento do antipetismo e Fake News tem sido uma tarefa árdua. A torcida por não ter um segundo turno era também a minha torcida para evitar a continuação dos desgastes e discussões e evitar a possibilidade de seguir por mais quatro anos com um governo que não me representa e não representa o que eu penso e almejo para um país em progresso.

 

O país que desejo é um país de oportunidades para todo mundo. Eu não quero que médicos recebam menos, eu quero que outras profissões recebam mais e sejam valorizadas também. Eu não quero que as Universidades Federais sejam seletivas, eu quero que todo mundo possa estudar lá, possa ter a oportunidade de abrir a mente e conhecer as diversas formas de conhecimento que são produzidas a partir dos pilares de ensino, pesquisa e extensão que essas instituições proporcionam. Eu quero um país que respeite e reverencie a sua História, que respeite a terra e o que ela produz, que entenda que a agricultura familiar é importante e terras improdutivas não geram renda, não geram comida e por isso é tão importante que elas sejam redistribuídas.

 

Eu não quero pena de morte, eu quero corpo livre, sem regulação do Estado, com garantia de saúde e segurança de maneira educativa e restaurativa. Eu quero consciência de classe, consciência coletiva. Eu quero respeito à memória e à liberdade de culto de fato. Quero poder conversar com todo mundo e discordar sem medo de ser agredida, apenas discordar, dialogar. Eu quero que meu filho cresça entendendo que ninguém é igual e que a gente precisa respeitar as diferenças e a diversidade de ser e pensar. Quero que meu filho entenda que somente a sexualidade dele deve ser de sua conta, que a do outro, não lhe diz respeito e que jamais ele deve inferiorizar e ludibriar alguém por isso.

 

Eu quero um país que não confunda gente preta com bandido, que não mate de fome, de ódio, de preconceito, de feminicídio. Quero um país que entenda que políticos também são funcionários públicos e não ídolos cultuados em rituais religiosos como santos. Eu quero um país que pare de produzir desinformação e maldade, um país que deixe de ser movido pelo ódio e preconceito, que as pessoas parem de achar que comentários ofensivos e que depreciam as condições de ser são apenas “brincadeiras” e mimimi.

 

E é por isso que amanhã, “com fé num futuro melhor eu vou SEM MEDO DE SER FELIZ”!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais