Direita

Está na moda dizer-se “de direita”.

O problema é que a dita “esquerda” se revelou desonesta; ladravaz, em excedentes condenações judiciais.

Lula, o operário que se elegeu Presidente da República, o “molusco apedeuta” de tantos beletristas enciumados, decepcionou cornucópias et catervas.

Ninguém, nesse país, iludira tantos e encantara outros, em edulcorados embalos de sereia.

Digo sereia, porque era assim o ideal chamariz dos nautas cansados em demanda do melhor afago por abraço.

E haverá melhor abraço que aquele feminino, em trinados e acordes de soprano, ou contralto, só para falar de meiguice e do exalto, para o enlevo e o acarinho?

Não foi meigo e canoro, o trinado gutural e barbado do Lula bem vestido e engravatado, quase um burguês enfatiotado, em pós-queda do muro de Berlim, e, sobretudo, em boas escritas de decantadas intenções ao povo brasileiro?

E eu que leio muito, mas não tudo, até hoje nunca soube o que ali continha ou cabia em tal missiva tão louvada e enaltecida pela mídia em euforia.

Em verdade, hoje se percebe um pouco, que tudo não passava de um velho cacoete da imprensa, hoje nomeada de “extrema-imprensa”, que no afã de se contrapor ao regime militar vigente de 1964 a 1985, optou por apoio inconteste ao mascarado por traz da cortina-de-ferro.

Tanto que, a queda do muro de Berlim, foi aqui bem mascada como chicletes, com os ditos malditos, de que por trás do muro nunca vigera governo socialista, nem uma real economia socialista.

O muro dali fora derrubado pelo vero alcaloide, maldito: o capital; “esta droga ordinária que contamina e entorpece a pequena burguesia, e escraviza a classe laboral, do operariado urbano ao campesino rural, roendo-lhe a foice e carcomendo por fim e desmantelo, o percutir de seu martelo”.

E quando a foice e o martelo não mais enaltecem nem estimulam o ideal valor do trabalho, o capital demonstra sua melhor valia em novos cantos, novas sereias, em claves cheias e semicolcheias, suscitando a competição, o ganho e a disputa, sem opressão, porque a liberdade pode rimar com a igualdade e até com a fraternidade, mas em vasilha de pouco angu, cada um busca o seu ragu, na trilha do seu pirão, à fome fartar primeiro.

Ó suprema tríade revolucionária: liberdade, igualdade e fraternidade!

Liberdade, que tantos matam em seu nome, fraternidade, sonho de santos e místicos, e igualdade, uma utopia, que mais vale como distopia, quando não irreal pregação demagógica, sobretudo no Brasil onde o joio campeia fértil, o mar poder até virar sertão, todos bebendo leite e mel, por promessa de almoço e janta, comilança de filé de vaca com rapadura, tudo sem ordenha, nem suor, que dela se obtenha, sua nata e requeijão.

Quando em prisca ocasião, bem dissera Jesus Cristo que a todos mandou, uns aos outros se amarem sem limites, mas repreendendo também, àqueles seus moucos infiéis, como tantos condoídos de hoje com os hipossuficientes e os de tudo carentes, que ousam ainda agora censurar Madalena, por quebrar um perfume de elevado preço, só para ungir os pés de seu Senhor, com as lágrimas de suas dores.

Uma lição, como a de todos do Mestre nunca ouvida, mas ecoada para sempre em desafio:  “Pobres, sempre os tereis!”

Um desafio que continua, afinal os recursos do planeta são exíguos e limitados e o consumo humano, com Capital ou contra ele, sempre o será; incontrolável!

Digo assim, porque nunca houve maior acréscimo de pobreza nos regimes que baniram o capital!

O Estado sempre falindo onde o burocrata vira provedor e o consumidor sem boa regra.

E aí eu volto ao tema, afinal hoje a trena está a mensurar uma camada mais espessa que dantes, dos pensadores “de direita”.

Algo que chama a atenção, porque enquanto o muro alemão caía lá fora, por misteres de Perestróica, aqui em alógica persistência de ancilostomíase, resistia-se até ao Biotônico Fontoura, e o amarelão, a saúva na lavoura e o complexo de vira-lata de quem bem glosou o Rodrigues Nelson, no futebol e na “vida como ela é”, como era, naquele tempo e continua, porque os homens podem mudar, o que não muda é a sua idiotia.

O velho navio fantasma.

 

Igual à Universidade Federal, sempre assembléistica, em greves sucessivas, (agora não que a Covid não deixa) desde que comecei a deblaterar contra tanto demando em nome da anarquia e do descanso, isso desde 1989 quando eu denunciava, em primeiros escritos, que bem mais dentro do que fora dos campi, mourejavam os seus reais inimigos.

 

E, se quiserem bem ver tantos descaminhos, pesquisem os escaninhos dos meus escritos, dar-lhes-ei algumas fotos, denunciando aquela política insensata que só produzia o descalabro do bom ensino universitário, enquanto templo do saber.

Mesmas passeatas

 

Mas eu não gosto de falar de entreveros passados, porque eles se repetem.

 

Os beijos trocados, rejeitados e mal recebidos, precisam ser esquecidos, porque o que interessa não é o transitório, e “o que foi não é nada”, como dizia o Poeta.

 

Infelizmente o ontem se repete, em outro tom, mas na mesma temática, e no mesmo equino desembesto, sem cabresto, porque sempre faltou quem lhes metesse o relho e a espora, a título de ordem: de Figueiredo e seus cavalos aos marimbondos de fogo do Sarney; das carroças banidas por Collor, aos despenteios de Itamar: de FHC I e II, sociólogo de muitas leituras remidas, ao Lula I e II, operário, de poucas letras perquiridas; de Dilma I e quase II, guerrilheira de verve e fuzil; e até de Temer, só metade de um mandato, mas audazmente “temerário”, o que nada foi, nem era nada!

Tema e foto antiga na mesma cantiga.

 

Agora, nem vige ainda, nem dois anos do governo Bolsonaro, e o dito ali é tido como maldito, enquanto pior algoz de plantão, quando os de dentro dos campi enrustidos, combatem o pior combate só pela perpetuação no poder, Reitor sempre erigindo sucessor, repartindo os cargos, que são muitos e pagam melhor, do que ir para a sala de aula, ser formador de jovens e firmar-lhes o futuro em exemplo, prudência e responsabilidade.

Ah! a greve !

 

Ser de Direita é terrível; é destruidor! Diziam isso e repetem ainda!

 

Porque o bom é a anarquia! A passeatamania em boa esbórnia, a vulgata prolatada, qual patusca macacada em defesa do grevismo e da Universidade pública sem qualidade, descambando em desvalia.

 

Estes que puxam a passeata, o protesto e a denúncia vazia, serão sempre os bem amados e louvados “abençoados da esquerda”, da desordem e da anarquia, dita “progressista”, que não progride nem adianta; só claudica!

Le Monde na França, queimando as forças da ordem, numa anarquia a não imitar.

E como claudica!

E envenena, e contamina!

E continua!

Desde o tempo que eu lá estava e a tal mal combatia, como hoje que dali estou bem distante, por lá não passo, não conheço ninguém, nem o rasto dos meus passos resiste a tanta zoeira e poeira, por vislumbre, é preciso dizer assim, porque nada defendo senão a ordem!

Um lamento, por grito surdo, porque nestes tempos de vacinas, não existem cloroquinas, cortisóis ou para-sóis desinfetantes contra as suas patrulhas ideológicas, que nunca acabam, mas proliferam!

Por isso eu não acredito que haja direita, ou um crescimento da direita.

Porque ser de direita ou de esquerda, já disseram antes, é simples hemiplegia mental!

Bastava que a todos coubesse um mínimo de vergonha moral.

Trabalhar mais e protestar menos!

E que “não me venham com chorumelas!”, como dizia o comediante, que por sinal pertencia à esquerda stalinista, porque o resto e o digesto é pura conversa fiada!

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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