O governador João Alves Filho (DEM) comete um exagero ao prometer criar 40 mil empregos somente com o Projeto Califórnia, que, segundo ele, atrairá nada menos do que 120 empresas para o semi-árido sergipano. Ora, os municípios do entorno do projeto de irrigação que, diga-se de passagem, se arrasta há vários governos – inclusive o do demista – possuem cerca de 144 mil habitantes (IBGE 2007). Quer dizer, com uma cajadada só seriam gerados empregos para pouco mais de 27% desta população. É muito. Para se ter uma idéia, a economia de Sergipe como um todo contratou 65 mil trabalhadores de janeiro a setembro deste ano, 3,25% da população do Estado. Ademais, além da mão de obra ativa, existem na região crianças, estudantes, donas de casa, idosos, aposentados, empresários, servidores públicos e proprietários rurais, que estão fora dos 40 mil empregos prometidos. Talvez o exagero escrito ontem por João Alves, durante o chat que participou no Portal Infonet, seja resultado do seu costume de arredondar os números, mas alguém precisa adverti-lo para não carregar tanto nas tintas.
Estréia na TV
Os candidatos ao governo de Sergipe, ao Senado e ao Legislativo estadual estréiam hoje no Programa Eleitoral Gratuito no rádio e na televisão. Ontem foi a vez dos postulantes a cadeira de presidente da República e dos candidatos a deputado federal. Tirando o demista Bosco Sá, que apareceu pedindo votos calçado num vistoso par de botas, não ocorreram fatos interessantes no programa de ontem. Segundo os marqueteiros de Déda (PT) e João Alves (DEM), o primeiro vai mostrar a importância de permanecer no governo, enquanto o outro explicará o motivo de tentar ser governador pela quarta vez.
Verde liberado
E quem está feliz da vida é o candidato a Senador Antônio Leite (PV). Tudo porque o Tribunal Regional Eleitoral não acatou o pedido de impugnação de sua candidatura feito pela Procuradoria Regional Eleitoral. Liberado para fazer campanha, o verde promete entrar em campo com todo o gás. Já nesta quarta-feira ele dará início a sua Caravana Verde, que vai percorrer todo o Estado mostrando a importância de se eleger um senador preocupado com o social e a ecologia.
Fazendo estragos
Como já era previsto, o candidato ao Senado Albano Franco (PSDB) permanece fazendo estrago nas candidaturas de seus adversários. Sem parceiro de chapa, o tucano tem trabalhado pelo segundo voto junto aos eleitores de Valadares (PSB), Eduardo Amorim (PSC), José Carlos Machado (DEM) e Emanuel Cacho (PPS). Albano está colocando em prática o slogan do candidato Antônio Leite (PV): “O outro sou eu”. Falar nisso, o verde não respeitou a coligação do seu partido com o PSDB e está pedindo votos para Eduardo Amorim.
Potássio
O governador Marcelo Déda (PT) deu uma parada na campanha à reeleição e foi ontem ao Rio de Janeiro, onde se reuniu com o presidente da Vale, Roger Agnelli. Na pauta, a mediação das negociações entre a companhia e a Petrobras para a implantação do Projeto Carnalita, que visa ampliar a produção de potássio em Sergipe com um investimento de 1,8 bilhão de dólares. A Vale quer antecipar o arrendamento da jazida de potássio pertencente à Petrobras. Hoje, Déda discute o assunto com o presidente Lula (PT) e o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.
Hits da campanha
Depois que o candidato a deputado estadual Jorge Araújo (PDT) aproveitou a música “Dezessete e Setecentos”, de Luiz Gonzaga, para divulgar seu número, o candidato a Câmara Federal, Laércio Oliveira (PL) pensa em fazer o mesmo. Ele gostou muito quando, durante a inauguração de seu comitê, o governador Marcelo Déda (PT) abriu o discurso fazendo menção à música de Gilberto Gil que diz “começou a circular o expresso 2222”, numa referência ao número de Laércio.
No forno
O Ibope está com uma pesquisa no forno para o Governo de Sergipe. Encomendado pela TV Sergipe e Rege Globo, o estudo deverá ser divulgado quinta-feira da semana que vem. A previsão é que o Ibope faça três pesquisas eleitorais no Estado até as eleições de outubro.
Discurso atrasado
Veja o que publica hoje a coluna Periscópio, do Jornal da Cidade: “O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) acha que o candidato a governador João Alves Filho (DEM) redecorou o discurso da campanha de 2006, pois anda prometendo o que já foi feito pelo Governo Marcelo Déda (PT). “Ele disse que vai estabelecer o abastecimento de água de qualidade em Tobias Barreto. Ora, foi na administração de Dr. João que aquele município viveu graves problemas de falta d’água. No verão de 2008 o caos só não se
instalou em Tobias Barreto graças às obras alí realizadas pela atual administração da
Deso. João Alves pensa que engana o povo prometendo o que já está feito?” fustiga
Pisando na bola
De olho nas irregularidades cometidas durante a campanha, a Procuradoria Regional Eleitoral denunciou os candidatos ao Senado Albano Franco (PSDB) e a Assembléia, Paulinho das Varzinhas (DEM). A alegação é a colocação de um imenso painel com os nomes e números dos dois em um muro particular. A propaganda tem um tamanho bastante superior aos 4 metros quadrados permitidos em lei. Albano também foi representado porque seus cabos eleitorais usaram cones para controlar o trânsito durante uma panfletagem na Passarela do Caranguejo, Orla de Atalaia.
Campanha de arromba
A coluna pública abaixo o cordel “Comício de Beco Estreito” do paraibano Jessier Quirino, que “ensina” como fazer uma campanha eleitoral vitoriosa.
Pra se fazer um comício
Em tempo de eleição
Não carece de arrodei
Nem dinheiro muito não
Basta um F-4000
Ou qualquer mei caminhão
Entalado em beco estreito
E um bandeirado má feito
Cruzando em dez posição.
Um locutor tabacudo
De converseiro comprido
Uns alto-falante rouco
Que espalhe o alarido
Microfone com flanela
Ou vermelha ou amarela
Conforme a cor do partido
Uma gambiarra véa
Banguela no acender
Quatro faixa de bramante
Escrito qualquer dizer
Dois pistom e um taró
Pode até ficar melhor
Uma torcida pra torcer.
Aí é subir pra riba
Meia dúzia de corruto
Quatro babão, cinco puta
Uns oito capanga bruto
E acunhar na promessa
E a pisadinha é essa:
Três promessa por minuto.
Anunciar a chegança
Do corruto ganhador
Pedir o “V” da vitória
Dos dedo do eleitor
E mandar que os vira-lata
Do bojo da passeata
Traga o home no andor.
Protegendo o monossílabo
De dedada e beliscão
A cavalo na cacunda
Chega o dono da eleição
Faz boca de fechecler
E nesse qué-ré-qué-qué
Vez por outra um foguetão
Com voz de vento encanado
Com o VIVA dos babão
É só dizer que é mentira
Sua fama de ladrão
Falar do roubo dos home
Proteger o fim da fome
E tá ganha a eleição.
E terminada a campanha
Faturada a votação
Foda-se o povo, pistom
Foda-se caminhão
Promessa, meta e programa…
É só mergulhar na Brahma
E curtir a posição.
Sendo um cabra despachudo
De politiquice quente
Batedorzão de carteira
Vigaristão competente
É só mandar pros otário
A foto num calendário
Bem família, bem decente:
Ele, um diabo sério, honrado
Ela, uma diaba influente
Bem vestido e bem posado
Até parecendo gente
Carregando a tiracolo
Sem pose, sem protocolo
Um diabozinho inocente.
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