Que me perdoem os conterrâneos, mas além de ser considerada, de acordo com recente pesquisa, a capital com a melhor qualidade de vida do Brasil – no que concordo plenamente -, Aracaju já deveria ter recebido também o título de “capital dos dois pesos e duas medidas”.
É impressionante como certos fatos políticos, por aqui, ganham conotações e/ou interpretações diferenciadas a partir do grau de interesse deste ou daquele grupo que esteja no poder. Ou de quem dele esteja se beneficiando.
Em um ano eleitoral como o que estamos vivendo, a gente se depara com coisas de arrepiar até mesmo os carecas. Tudo bem, sabemos que ideologia “é algo que não nos pertence mais”… É coisa do passado. O que valia antes, não vale agora. E vice-versa. Mas as mudanças foram muito rápidas para o processamento Dual Core dos sergipanos. Tal qual um passe de mágica de Khronnus, no Fantástico.
Uma constatação desse fato, por exemplo, pode ser vista circulando pelas ruas da cidade, a qualquer hora do dia ou da noite, a bordo – ou de carona, como queira – dos ônibus do Sistema de Transporte Coletivo de Aracaju. Sim, aqueles mesmos que ainda não foram sequer licitados pela SMTT, conforme prometido em prosa e verso, há bem pouco tempo, pelos últimos administradores da capital (deve ter sido prosa).
Chega a ser um disparate, um acinte à inteligência dos cidadãos aracajuanos ver as “homenagens” dos principais prestadores de serviço da PMA ao atual prefeito Edvaldo Nogueira, nos fundos dos ônibus. Não fosse ele o único candidato explicito, até agora, à prefeitura de Aracaju, em cinco de outubro, poderíamos até considerar “natural” esse mimo dos empresários. Mas Edvaldo é candidatíssimo ao governo municipal. Convenhamos, não havia necessidade para essa forçação de barra, se ele está realizando uma excelente administração.
E se fosse uma bela e justa homenagem dos músicos sergipanos ao “meu guerreiro”, Adelson Alves, ou dos comerciantes da orla da Atalaia ao seu patrono João Alves? Os pesos e medidas seriam os mesmos?
Quero crer que o prefeito Edvaldo Nogueira não tenha tomado conhecimento dos busdoors. Mas, pela reação de certas autoridades, não foi só ele.