Quando Sorri a Borboleta Azul: Uma Crônica Afetiva

Foi assim a posse da Professora Doutora Ana Cláudia Sousa Mendonça no MAC-Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da ASL – Academia Sergipana de Letras

Por Domingos Pascoal de Melo

Há momentos em que a memória cultural de um povo se ergue acima das perspectivas esperadas. Assim foi no dia 04 de agosto de 2025, na Academia Sergipana de Letras, quando o sorriso largo e o coração em jubilo da Professora Doutora Ana Cláudia Sousa Mendonça ocuparam o espaldar da Cadeira 17 do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho um espaço onde a cultura floresce com a promessa e o compromisso.

A solenidade teve a cadência das cerimônias memoráveis: presidida com elegância e firmeza pelo Acadêmico José Anderson Nascimento, presidente da ASL, e acolhida com aplausos por uma plateia de amigos, confrades, confreiras e almas sensíveis à arte de bem viver e melhor educar.

A nova Macadêmica como chamamos com carinho os membros do MAC é pedagoga, pesquisadora, escritora, poetisa, mestra e doutora em Educação. Uma educadora que não apenas ensina, mas transforma. Seu ingresso foi saudado com emoção pelo Acadêmico José Ginaldo de Jesus, que traduziu em palavras a amizade construída ao longo de mais de três décadas. Entre eles, não há apenas admiração: há afeto, respeito, e uma confiança que transcende os salões da Academia.

As palavras do Cenecista, Professor e Padre José Lima Santana ressoaram como oração poética: exaltou o amor que começa na sala de aula e se prolonga pela eternidade dos vínculos. Ana Cláudia foi sua aluna. Hoje, colega de trincheira literária. Um ciclo que se fecha e outro que se inicia, ambos abençoados pelo talento e pela fé na educação como instrumento de resgate humano.

A Coordenadora do MAC, Educadora Cris Souza, semeadora de esperanças e talentos encerrou os pronunciamentos com alegria e firme certeza: a chegada de Ana Cláudia enriquecerá ainda mais o projeto de irradiar cultura por todos os cantos de Sergipe.

E que noite! Vozes e versos se entrelaçaram: a Acadêmica Izabel Melo encantou cantando fado à capela; Dirce Nascimento e José Denivaldo declamaram com as maestrias dos grandes vates sergipanos. Maestro Dida, com sua música, embalou a alma do evento.

A Cadeira 17, agora ocupada pela Professora Ana Cláudia, carrega história e propósito. Fundada por Jane Alves Moreira de Oliveira, teve como sucessores os acadêmicos Paulo Amado de Oliveira, Raimundo Aguiar Figueiredo Filho (in memoriam) e Pascoal D’Ávila Maynard Júnior. Cada um, ao seu tempo, imprimiu sua marca. Agora, é vez de a borboleta azul bater asas.

E por falar em asas, a noite foi coroada com o lançamento da obra “O Casulo Autista: a Transformação da Borboleta Azul”, um livro infantojuvenil que nasce do cotidiano em sala de aula e floresce como metáfora viva da inclusão. A história real de um aluno com Transtorno do Espectro Autista, nível 3 de suporte, é contada com sensibilidade, empatia e coragem. Um livro que voa alto, mas pousa no coração de quem educa e de quem aprende.

A recepção, no Átrio dos fundadores da Academia Sergipana de Letras, foi mais do que um coquetel: foi um abraço coletivo, um encontro de almas com música, palavras e celebração.

Na história da Academia Sergipana de Letras, algumas posses permanecem como marcos. Esta, certamente, será lembrada como a posse do sorriso, da poesia viva, da borboleta azul que saiu do casulo para colorir o Movimento Cultural Antônio Garcia Filho.

Que venham novos voos, Professora Ana Cláudia. O céu da cultura sergipana está aberto, e lhe espera com as portas escancaradas.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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