Curiosidades sobre a Síndrome do Jaleco Branco

Não há como provar a bondade sem carregá-la no coração. Faça o que puder, com o que você tem, onde estiver. Às vezes, é preciso ser paciente para que as melhores coisas nos aconteçam. Viver não é esperar a tempestade passar, é aprender a dançar na chuva. (Anônimo)

O principal sintoma dessa síndrome, identificada pela primeira vez em 1980, é a hipertensão pontual, ou seja, os pacientes têm leituras de pressão alta em um ambiente médico, mas valores pressóricos normais fora do consultório.

Geralmente basta agendar uma consulta e o paciente já entra em pânico, é suficiente o indivíduo sentar diante do médico para a pressão arterial subir, convém frisar que é suficiente pensar que irá realizar futuramente  exames para ficar nervoso, ansioso, suando frio.

Este tipo de reação que algumas pessoas têm diante de médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais de saúde tem nome: latrofobia ou iatrofobia – do grego “iatrós”, que significa médico, ou seja traduzindo é o medo de médico, ou como é mais popularmente conhecida, como a “síndrome do jaleco branco”.

De acordo com registros da Universidade da Califórnia, a síndrome foi identificada pela primeira vez no início dos anos 1980,sendo que o seu principal sintoma é a hipertensão pontual, ou seja, os pacientes têm leituras de pressão alta em um ambiente médico, mas condições normais fora do consultório.

É difícil precisar quantas pessoas sofrem com esse problema ao redor do mundo, principalmente por conta da subnotificação, mas o quadro é mais comum do que parece, convém referir de que alguns estudos divulgados em Universidades Europeias estimam que uma em cada cinco pessoas tenha os sintomas.

Por isso é extremamente importante identificar portadores dessa patologia clínica, pois infelizmente fobias médicas, incluindo medo de hospitais, médicos, injeções ou doenças, representam mais da metade das fobias dos pacientes que procuram os ambulatórios de Psicologia Clínica, segundo o Departamento de Psicologia de um Hospital de Referência em Nova York.

Segundo alguns Pesquisadores trata-se de uma fobia situacional, que envolve uma avaliação constante de não apenas quem são os médicos, mas sim principalmente o que eles representam; Sabe-se que muitas pessoas se sentem insignificantes ou desamparadas quando lidam com figuras de autoridade, sabe-se que ocorre um sentimento de que os médicos têm o poder da vida e da morte.

Para um psicólogo argentino do Hospital Central de Buenos Aires especializado em experiências de transcendência, há várias situações que podem fazer com que uma pessoa sinta essa fobia – e é comum que o quadro, mesmo manifestado na vida adulta, tenha ligação com algum experiência da infância.

Sabe-se que a psicologia nos ajuda a entender que a jornada de cada ser humano é muito única e muito individualizada, o que na prática, significa que quando analisamos sintomas em pessoas diferentes, eles podem ter uma base emocional original muito diversa em cada uma delas, como geralmente ocorre em Medicina; ou seja segundo alguns Psicólogos um fator que pode desencadear a síndrome do jaleco branco é a pessoa ter sofrido algum trauma em um atendimento médico, ou seja pode ter sido algum fato extremamente simples, como por exemplo tomar injeção quando criança, a partir do qual ocorre uma associação a uma experiência com dor e medo; portanto observa-se que essa resposta inconsciente, acaba sendo carregada pela pessoa em sua memória, sendo com isso associada a elementos que compõem esse ambiente: as figuras do médico e do enfermeiro, o mobiliário de um posto de saúde, os corredores de um hospital, a maca do consultório; ou seja ocorre uma associação de estímulos, decorrente disso a pessoa acaba se condicionando, passando por isso a ter  uma resposta emocional automática, em forma de taquicardia, por exemplo.

Devemos por isso ressaltar que há outras possibilidades, pois a mente humana tem mecanismos muito complexos. Muitas vezes a questão não é exatamente com relação a um trauma médico, mas pode ser o que sua figura representa no imaginário daquele contexto. Em nossa cultura, por exemplo, é comum associar o médico a um status social hierarquicamente superior na sociedade. Infelizmente algumas pessoas criam uma espécie de resistência a esse tipo de hierarquia, ou seja nesse caso, o paciente transfere ao médico essa sensação, a de que é algo que ela quer evitar.

Além disso convém referir de que existe o fato de que muitas pessoas têm aversão a mudanças, ou seja estando cientes de que um processo de cura e de tratamento configura orientações médicas para mudanças de hábitos, inconscientemente pode ser criada uma resistência. Por isso essa síndrome aparece com frequência em dependentes químicos, ou seja nesses casos resulta de um temor de que haja uma orientação a largar o tipo de conduta ( o vicio ).

Convém, por fim, lembrar de que o meio cultural de cada um pode ser um fator desencadeador da síndrome. Seria, por exemplo, o caso de uma criança que, ainda sem compreender muito bem, vem a avó sendo tratada de uma doença grave e, depois, morrendo em um ambiente hospitalar, tornando-se portanto uma experiência, profundamente negativa, acabando inconscientemente associando o ‘ir ao médico’ como algo negativo, ou seja inferindo de que ao ir ao médico tivesse o significado do risco de morrer.

Em alguns estudos realizados nos Estados Unidos, constatou-se que a síndrome, quando não tratada, aumenta de forma mais contundente em pacientes mais velhos, essas pesquisas constataram que a diferença entre as leituras de pressão em um ambiente hospitalar e fora dele vai se tornando maior quanto mais alta for a idade do paciente.

Nesses trabalhos, foram analisados 928 indivíduos todos eles com quadro de pressão alta,que foram acompanhados por 15 anos, em suas conclusões foi feita uma importante recomendação, que pacientes com quadro de hipertensão, sobretudo os idosos e com maior risco de acidentes cardiovasculares, sejam examinados com maior frequência e em diferentes ambientes, no sentido da obtenção de que se obtenha um diagnóstico através do resultado de múltiplas aferições, que é um alerta da maioria das Sociedades de Cardiologia de forma Universal.

Nessas pesquisas, os cientistas concluíram que aqueles que não tratam a síndrome têm duas vezes mais chances de morrer de doença cardíaca do que as pessoas com pressão arterial normal, traduzindo em números, a pesquisa indicou 39% mais chances de doença cardíaca, 37% a mais de risco de morte e 111% a mais no risco de morte por doença cardíaca de pessoas com esse quadro, comparativamente aos indivíduos sem a síndrome.

Além disso esses pesquisadores concluíram o que já era esperado: que os pacientes com hipertensão por causa da síndrome do jaleco branco costumam ser medicados com anti-hipertensivos desnecessariamente, justamente pelo diagnóstico equivocado, e advertem de que  não devem ser tratados excessivamente indivíduos assim, pois isso trará consequentemente a ocorrência de pressões sanguíneas perigosamente baixas fora do consultório e causar efeitos colaterais arriscados e desnecessários.

Acredita-se que os indivíduos com hipertensão apenas no consultório precisam ser monitorados de perto, para acompanhar se há uma transição entre o quadro de hipertensão de casa e do consultório.

No entanto nós temos alternativas que podem ajudar no diagnóstico, Eles então sugerem equipamentos de monitoração domiciliar e mesmo dispositivos portáteis que registram leituras automáticas ao longo de 24 horas – podendo, assim, comparar as variações em função do ambiente.

Infelizmente uma das causas para a dificuldade da maioria dos protocolos é que há ainda um ceticismo sobre a importância da síndrome do jaleco branco, isso resultando de mais de 30 estudos anteriores, analisando informações coletados de cerca de 65 mil pacientes, para que se chegasse a essas conclusões, por isso torna-se clara a necessidade premente de aumentar o monitoramento da pressão arterial fora dos consultórios, ou seja  isso torna-se imperioso e fundamental para um correto diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica.

Por fim convém informar de que algumas pesquisas realizadas na Alemanha, enfatizam de que as medições de pressão feitas em casas costumam ser mais confiáveis do que as realizadas em consultórios ou outros ambientes hospitalares, por isso diante das evidências que se acumulam em favor do monitoramento da pressão arterial em casa, é o momento de atualizarmos como o tratamento da hipertensão deve portanto ser acompanhado..

Devemos finalmente concluir de que como as evidências em favor do monitoramento da pressão arterial em casa continuam a se acumular, devemos por isso atualizar como a qualidade do tratamento da hipertensão é avaliada e relatada, pois foi constatado de que 15% a 52% dos pacientes diagnosticados como hipertensos pelo hospital da universidade alemã tinham leituras de pressão dentro do normal, quando em ambiente mais confortável ( como em sua casa ),por isso é sugerido que dispositivos domésticos poderiam medir as pressões de forma adequada, devendo essas informações serem transmitidos pela internet para o médicos dos pacientes.

Uma Alegre e Agradável Semana…

MAKTUB!!!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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