Flebite: diagnóstico, quadro clínico, causas e tratamento

Acredite em si e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você. ( Cynthia Kersey )

A flebite é a inflamação da camada interna dos vasos sanguíneos mais superficiais, sendo mais comum de surgir em veias das pernas, tornozelos e pés, porém pode acontecer em qualquer veia do corpo, causando sintomas como inchaço, vermelhidão na pele e dor no local afetado; ela pode ocorrer devido a danos na veia, como traumas, cirurgias, uso de cateter para administrar medicamentos ou irritação da veia após injeção de remédios, mas também pode surgir devido a alterações na circulação sanguínea, o que pode favorecer a formação de coágulos dentro da veia, sendo nesse caso chamada de tromboflebite.

O tratamento da flebite deve ser feito pelo angiologista ou clínico geral, de acordo com a gravidade da inflamação, podendo ser indicado repouso, uso de meias elásticas, realização de compressas e medicamentos anti-inflamatórios ou, se necessário, medicamentos anticoagulantes.

Quadro Clínico

·         Dor à palpação na região; Inchaço e vermelhidão local; Aumento da temperatura da pele na região afetada; Sensação de peso ou dormência no membro afetado;

·         Veia sobressaltada, semelhantes a estrias vermelhas; Cordão endurecido debaixo da pele, que pode ser sentido ao apalpar; ocasionalmente Febre;

No caso da suspeita clínica de flebite, é muito importante consultar um angiologista ou um clínico geral sempre que surgirem sintomas de flebite, para que sejam realizados exames, realizado o diagnóstico, identificado o tipo de flebite e iniciado o tratamento mais adequado.

É muito importante diferenciar a flebite da tromboflebite. Na flebite encontramos uma inflamação da parede de um vaso sanguíneo superficial ou profundo, mas não existe formação de coágulo, no entanto, essa inflamação pode dificultar o fluxo sanguíneo na região, e causar a agregação de plaquetas na parede do vaso sanguíneo e a formação de coágulos; ou seja quando existe a inflamação do vaso sanguíneo e a formação de coágulo ao mesmo tempo, a condição é chamada de tromboflebite.

Diagnóstico

Geralmente é feito pelo angiologista ou clínico geral através da avaliação dos sintomas, exame físico da região afetada, histórico de saúde, além do histórico familiar de doenças circulatórias e cardiovasculares.

Além disso, o médico pode solicitar exame de sangue de dímero-D, para avaliar a coagulação sanguínea, e exames de imagem, como ultrassom, scan doppler dos membros inferiores ou tomografia computadorizada, que ajudam a confirmar o diagnóstico e descartar outras condições com sintomas semelhantes, como tromboflebite ou trombose venosa profunda.

Classificação das Flebites

Ela pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com a localização do vaso sanguíneo afetados, sendo os principais:

– Flebite superficial: afeta a parede das veias mais superficiais, perto da superfície da pele, levando ao aparecimento de sintomas mais evidentes e fáceis de serem tratados, no entanto, pode levar ao surgimento de infecções ( erisipela ) ou feridas na pele, podendo chegar até a uma infecção sanguínea;

– Flebite profunda: acontece quando a inflamação afeta veias maiores e mais profundas, especialmente nas pernas.

Convém destacar de que a flebite, tanto superficial como profunda, pode reduzir bastante a circulação de sangue no local, o que favorece o acúmulo de plaquetas dentro do vaso sanguíneo e a formação de coágulos, sendo chamada de tromboflebite venosa superficial ou trombose venosa profunda, infelizmente esses coágulos, podem se desprender do vaso sanguíneo e chegar até os pulmões, causando embolia pulmonar, condição bastante grave que pode colocar a vida em risco.

Causas

Pode ser causada por uma inflamação na parede do vaso sanguíneo devido a traumas, infecções, diminuição do fluxo sanguíneo ou irritação do vaso sanguíneo.

Fatores de Risco:

·  Histórico de doenças tromboembólicas venosas; obesidade e sedentarismo; Tabagismo; Varizes nas pernas;  Desidratação;

·Utilização de cateter intravenoso, por mais de 48 horas; Lesões nos braços ou nas pernas; Infecção Generalizada; Câncer; Gravidez ;

·Aplicação de remédios intravenosos que podem causar irritação na veia, como antibióticos ou cloreto de potássio;

·Falta de movimentação das pernas, que pode ser consequência de uma cirurgia ou longa viagem de carro, ônibus ou avião;

·Traumas na veia, como cirurgias ou por quebrar um osso; Trombofilia;

· Terapia de reposição hormonal com estrogênio ou uso de pílulas anticoncepcionais combinadas.

Observação: A doença pode surgir em qualquer região do corpo, sendo que as pernas, pés e braços são as áreas mais afetadas, pois são áreas mais expostas a pequenos ferimentos e susceptíveis à formação de varizes; no entanto outra área que pode ser afetada é o órgão sexual masculino, pois a ereção pode causar traumatismos nos vasos sanguíneos e alterações na circulação sanguínea na região, aumentando o risco de coagulação e dando origem a uma condição chamada de tromboflebite da veia dorsal superficial do pênis.

Tratamento

Deve ser preferencialmente feito por um angiologista ou clínico geral de acordo com o tipo de flebite, gravidade dos sintomas e doenças associadas.

– Uso de meias de compressão: no caso da flebite superficial, o médico pode recomendar o uso de meias de compressão elástica, para ajudar a melhorar a circulação sanguínea e facilitar o retorno do sangue ao coração, além de reduzir o inchaço da perna e aliviar a dor; salientando de que o uso dessas meias elásticas de compressão deve ser unicamente prescrito pelo angiologista de forma individualizada, sendo importante retirá-la à noite, devendo substituí-las a cada 6 meses, pois com a lavagem regular, perdem a compressão.

– Elevar o membro afetado- acima do nível do coração, pois ajuda a reduzir o inchaço, melhora a circulação sanguínea bem como o fornecimento de oxigênio para os tecidos, evitando  a formação de coágulos dentro do vaso sanguíneo, devendo sempre ser feita por 30 minutos, três ou 4 vezes por dia.

Por causa disso nos casos de flebite superficial, é recomendado elevar o braço, caso a flebite tenha ocorrido em uma veia do braço, ou manter a perna elevada sempre que possível quando estiver em repouso ou sentado, realizando movimentos com os pés, salientando de que o repouso não deve ser feito por períodos prolongados, pois pode aumentar o risco de desenvolvimento de coágulos no vaso sanguíneo; além disso outra medida para a flebite superficial que pode ser recomendada é fazer pequenas caminhadas para evitar a formação de coágulos nos vasos sanguíneos além de aplicar compressas mornas na região afetada, para ajudar a aliviar os sintomas.

– Utilização de Medicamentos

O uso de medicamentos como anti-inflamatórios -( quando não houver nefropatia associada )- pode ser indicado para ajudar a aliviar os sintomas da flebite superficial, ou ainda remédios antiagregantes plaquetários, como o ácido acetilsalicílico com o objetivo de reduzir o risco de formação de coágulos na veia.

No entanto no caso de flebite profunda, o tratamento é feito com internamento hospitalar e uso de remédios anticoagulantes, como a heparina, varfarina ou rivaroxabana, por exemplo, que diminuem a formação de trombos, prevenindo complicações cardíacas ou pulmonares.

Nos casos mais graves, o angiologista pode utilizar medicamentos trombolíticos, como estreptoquinase, alteplase ou tenecteplase, para dissolver coágulos sanguíneos, recomendado nos casos graves, como tratamento de emergência no hospital; além disso, nos casos do paciente apresentar infecção, pode ser indicado o uso de antibióticos.

Convém observar de que após o início do tratamento no hospital, ele deve ser sempre continuado em casa, podendo ter uma duração de 3 a 6 meses, o que vai depender da gravidade de cada um dos casos apresentados.

Orientações Gerais

Tomar os medicamentos de forma correta, obedecendo criteriosamente aos horários estabelecidos pelo médico;

·Usar as meias de compressão recomendadas, fazer acompanhamento regular com o médico, realizando os exames por ele solicitados;

· Praticar atividades físicas regularmente, conforme orientação médica; para de fumar; Manter o peso saudável;

· Não ficar muito tempo deitado ou parado em situações de viagem, durante a gravidez, puerpério ou internamento hospitalar;

· Evitar ficar muito tempo sentado sem movimentar as pernas, como trabalhar muitas horas sentado;

· Evitar o uso de anticoncepcionais orais, em mulheres que têm um risco aumentado de problemas de coagulação.

Além disso, ao tomar anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários indicados pelo médico, pode-se aumentar o risco de sangramentos, sendo importante comunicar ao médico se ocorrer sangramento nasal ou apresentar sangue na urina ou nas fezes, aumento de hematomas no corpo, pois pode ser necessário ajuste da dose do remédio.

Uma Semana Simpática e muito cheia de Alegrias…………………………………..

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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