Gastrite

Para a mente obtusa, toda a natureza é sombria. Para a mente iluminada, o mundo inteiro arde e faísca com luz.( Ralph Waldo Emerson )

A gastrite é uma patologia clínica que ocorre  quando se observa de que o o revestimento do estômago conhecido como mucosa  encontra-se inflamado; convém lembrar de que essa mucosa contém células especiais que produzem ácido e enzimas, que ajudam a quebrar o alimento para a digestão, e muco, que protege o revestimento do estômago do ácido, observa-se que quando o estômago está inflamado, ocorre  menor produção de ácido, enzimas e muco.

Essa doença se divide em duas formas de apresentação clínica :aguda ou crônica; uma inflamação repentina e acentuada do revestimento do estômago é chamada de gastrite aguda, já no caso da inflamação que dura por muito tempo ela então é chamada de gastrite crônica, infelizmente nos casos em que a gastrite crônica não é tratada adequadamente, ela pode durar por anos ou até mesmo uma vida inteira.

Devemos referir também a chamada gastrite erosiva que é um tipo de gastrite que muitas vezes não causa inflamação significativa mas faz uma lesão superficial do revestimento do estômago, que pode em alguns casos causar sangramento, erosões ou úlceras, e que também pode ser aguda ou crônica.

A relação direta entre a presença de gastrite e aparecimento de sintomas não é bastante clara, por isso é muito bom frisar de que o termo gastrite refere-se especificamente à inflamação anormal do revestimento do estômago. Pessoas que têm gastrite podem sentir dor ou desconforto no abdômen superior, porém muitas pessoas com gastrite não apresentam quaisquer sintomas.

Atualmente se usa o  termo gastrite de totalmente equivocada para descrever qualquer sintoma de dor ou desconforto no abdômen superior, no entanto observamos de que muitas doenças e distúrbios clínicos podem causar esses sintomas, curiosamente a grande maioria das pessoas que apresentam sintomas abdominais superiores não tem gastrite.

ETIOLOGIA

A infecção pelo Helicobacter pylori (H. pylori) é que ocasiona a grande maioria dos casos de gastrite crônica não erosiva, trata-se de uma bactéria que infecta a parede do estômago, e  é transmitido principalmente de pessoa para pessoa, porém nas áreas com falta de saneamento ele pode ser transmitido através de água ou alimentos contaminados. Foi constatado de que nos países industrializados como os Estados Unidos, 26 a 53% da população podem ser infectada com H. pylori.,salientando de que taxas de infecção pelo H. pylori geralmente são mais elevados nas áreas com deficiência de saneamento e com maior densidade populacional, observando que  essas taxas de infecção podem ser superiores a 80 por cento em alguns países em desenvolvimento, em nosso País foram constatados taxas em torno de 68%.

A causa mais comum do desenvolvimento de gastrite erosiva, aguda e crônica, é o uso prolongado de antiinflamatórios não-esteróides (AINEs) como por exemplo a aspirina e o ibuprofeno,além do consumo abusivo de álcool, cocaína e a utilização de radiação no tratamento de neoplasias malignas. Lesões traumáticas, queimaduras graves, doença graves consuntivas e cirurgia também podem causar gastrite erosiva aguda, que pela sua etiologia é denominada de gastrite de estresse.
Existe algumas causas menos comuns de gastrite erosiva e não erosiva que são: doenças autoimunes, em que o sistema imunológico ataca as células saudáveis no revestimento do estômago algumas doenças e desordens do aparelho digestivo como doença de Crohn e anemia perniciosa viroses, parasitas, fungos e bactérias diferentes do H. pylori.

QUADRO CLÍNICO 

Geralmente é uma doença que na maioria dos casos passa desapercebida  por algum tempo, mas no entanto em  algumas pessoas podem ocorrer dor ou desconforto no abdome superior, náusea  e ás vezes até vômitos
Esse conjunto de sintomas é  chamado de dispepsia, porém convém chamar a atenção que a gastrite erosiva pode causar úlceras ou erosões no revestimento do estômago que podem sangrar.

Os sinais de sangramento no estômago são:

·         sangue no vômito

·         fezes pretas ou como alcatrão (piche)

·         sangue vermelho nas fezes

COMPLICAÇÕES

Em sua grande maioria as diversas formas de gastrite crônica inespecífica não causam sintomas, porém devemos lembrar de que a gastrite crônica é um fator de risco para úlcera péptica, pólipos gástricos e tumores gástricos benignos e malignos; além do que algumas pessoas com gastrite crônica pelo H. pylori ou gastrite auto-imune podem desenvolver gastrite atrófica.
A gastrite atrófica destrói as células do revestimento do estômago que produzem ácidos digestivos e enzimas, podendo em alguns casos ocasionar dois tipos de câncer: o câncer gástrico e o linfoma do tecido linfóide associado à mucosa gástrica (linfoma MALT).

DIAGNÓSTICO

O exame mais importante para o diagnóstico de gastrite é a endoscopia com uma biópsia do estômago e pesquisa de H Pylori, geralmente realizado com uma leve sedação, que certamente  irá reduzir o desconforto e a ansiedade antes de iniciar o procedimento da endoscopia; após a sedação é inserido o endoscópio, que é um tubo fino com uma minúscula câmera na ponta, através da boca ou do nariz do paciente na direção do estômago. O médico deverá utilizar o endoscópio para examinar o revestimento do esôfago, estômago e a primeira porção do intestino delgado, geralmente  realiza uma biópsia, que é a coleta de pequenas amostras de tecido para exame com um microscópio e faz a pesquisa obrigatoriamente de HPylori.
Outros exames utilizados para identificar a causa da gastrite ou complicações são os seguintes:

Seriografia contrastada de esôfago, estômago e duodeno: O paciente engole bário, um material de contraste líquido que faz com que o sistema digestivo seja visível aos raios-x; as imagens obtidas podem mostrar alterações no revestimento do estômago, tais como erosões ou úlceras, pelas dificuldades de sua realização na prática, são raramente utilizado na atualidade.

Exame de sangue: O médico pode verificar se há anemia, uma condição na qual a substância do sangue rico em ferro, a hemoglobina, está diminuída, pode ser um sinal de hemorragia crônica no estômago.

Exame de fezes: poderá identificar a presença de sangue nas fezes, outro importante sinal de sangramento no estômago.

Exames para identificar a infecção pelo H. pylori: O médico pode solicitar teste respiratório, no sangue ou fezes para detectar sinais de infecção. .

Os medicamentos que reduzem a quantidade de ácido no estômago podem aliviar os sintomas que porventura acompanhem a gastrite e promover a cura do revestimento do estômago::

-antiácidos; Alka-Seltzer, Maalox, Mylanta, Simeco plus: a grande maioria desses medicamentos usam diferentes combinações de três sais básicos – alumínio, cálcio e magnésio – com íons hidróxido ou bicarbonato para neutralizar o ácido no estômago, mas infelizmente algumas delas podem produzir efeitos colaterais como diarreia ou constipação.

Bloqueadores H2 da histamina, tais como Famotidina e a ranitidina: esses bloqueadores H2 diminuem a produção de ácido.

Inibidores da bomba de prótons (IBPs), como omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, esomeprazol e dexlansoprazole: são medicamentos que diminuem a produção de ácido mais de forma bem mais eficaz do que os bloqueadores H2.

Dependendo da causa da gastrite, medidas ou tratamentos adicionais podem ser necessários, como por exemplo, se ela for causada por uso prolongado de anti-inflamatórios o médico poderá aconselhar o paciente a suspender o uso desses medicamentos, ou então reduzir a sua dose ou mudar para outra classe de medicamentos para a dor.
Os inibidores da bomba de prótons pode ser utilizado para prevenir a gastrite de estresse em pacientes gravemente enfermos ( acamados ).

Devemos chamar a atenção de quanto o tratamento da infecção pelo H. pylori é importante, mesmo se a pessoa não está tendo sintomas da infecção, por que sabe-se que a gastrite do H. pylori não tratada pode levar ao câncer ou ao desenvolvimento de úlceras no estômago ou intestino delgado.

Salientando de que o tratamento mais comum para a infecção de H Pylori é uma terapia tríplice que combina um IBP e dois antibióticos – geralmente amoxicilina e claritromicina – para matar as bactérias, em alguns casos o tratamento também pode incluir o subsalicilato de bismuto.

Geralmente após a realização do tratamento, o médico poderá solicitar, quando necessário, um teste de respiração ou fezes, onde estiver disponível, ou, ainda, em nosso meio, novo exame endoscópico com o teste da urease, para certificar-se que a infecção pelo H. pylori desapareceu.

Sabe-se com toda a certeza de que curando a infecção espera-se curar a gastrite e diminuir o risco de outras doenças gastrointestinais mais graves associadas a ela, como úlcera péptica, câncer gástrico e linfoma MALT.

CONCLUSÕES FINAIS

A gastrite é uma condição na qual o revestimento do estômago está inflamado.
O termo gastrite refere-se especificamente à inflamação anormal do revestimento do estômago, no entanto, esse termo é muitas vezes erroneamente usada para descrever quaisquer sintomas de dor ou desconforto no abdômen superior. Graças a Deus a grande maioria das pessoas que apresentam sintomas abdominais superiores não tem gastrite. A causa mais comum de gastrite é a infecção pelo H. pylori e o uso prolongado de drogas anti-inflamatórias não esteroides.).A maioria do portadores de gastrite são assintomáticos; e naqueles que apresentam sintomas geralmente se queixam de dispepsia, desconforto no abdome superior ou dor com ou sem  náuseas ou vômitos.

O tratamento da infecção pelo H. pylori é de extrema importância, mesmo se a individuo não apresenta sintomas, e de grande relevância frisar de que se não tratada, a infecção pode levar a úlcera péptica ou câncer.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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