Não espere esperando, espere vivendo…O que for teu te encontra! O que não for já ficou para trás…( Starisy )
Introdução:
Atualmente, não há casos documentados de transmissão de gripe aviária de humano para humano, também conhecida como gripe aviária H5N1, embora haja preocupação de que o vírus, que se espalhou entre vacas de fazendas nos EUA, possa sofrer mutação e se espalhar para humanos, levando a uma pandemia de gripe.
Uma das barreiras que atualmente impedem que os vírus aviários se espalhem para humanos tem a ver com a maneira como diferentes vírus da gripe se ligam ao seu hospedeiro, sabemos de que isso acontece quando a hemaglutinina de um vírus da gripe se liga a um receptor, o que sabemos é de que no caso da gripe, o receptor contém moléculas de ácido siálico.
No entanto, existem vários tipos de receptores de vírus, O hemaglutinina dos vírus da gripe aviária se ligam a receptores “tipo aviário” contendo ácido siálico, no entanto eles se ligam a receptores diferentes – alguns com ácido siálico que são abundantes em nossas células do trato respiratório superior.
Felizmente sabemos de que para que o vírus da gripe aviária seja transmitido de um humano para outro, ele primeiro teria que desenvolver a capacidade de se ligar com sucesso aos receptores humanos, pois os vírus da gripe diferem em suas proteínas de envelope hemaglutinina e neuraminidase, das quais existem 18 e 11 tipos diferentes, respectivamente.
Os estudos até o momento realizados não identificaram um isolado H5N1 específico atualmente circulando no mundo real, fizeram alguns testes experimentais in vitro que, por meio de uma série de técnicas laboratoriais diferentes, introduziu mutações em um ponto específico na proteína HA do vírus H5N1 e, em seguida, avaliou como elas se ligavam ao receptor do tipo humano.
Os pesquisadores também determinaram as estruturas cristalinas dessas proteínas mutantes para descobrir a base molecular de como essas proteínas se ligam aos receptores, sendo então descoberto de que uma única mutação (especificamente, uma única mutação de glutamina para leucina no resíduo 226 da hemaglutinina do vírus) foi suficiente para fazer o vírus se ligar ao receptor humano em laboratório.
Teoricamente o aparecimento dessa única mutação permitiria que o vírus fosse transmitido de pessoa para pessoa, além disso, os pesquisadores descobriram que só uma segunda mutação aumentaria ainda mais a ligação ao receptor humano, graças a Deus nada disso significa que estamos “a uma mutação de distância” de uma pandemia.
Pandemia no mundo animal
O primeiro vírus da gripe aviária altamente patogênico do subtipo H5N1 surgiu na China em 1996,desde então, os vírus se espalhou difusamente na Europa, África, América do Norte e Ásia por meio de aves migratórias e se diversificaram em diferentes tipos genéticos (clados e subclados).
Em 2020, surgiu o clado 2.3.4.4b, que chegou à América do Norte no final de 2021,os vírus pertencentes a esse grupo conseguiram infectar mais de 350 espécies de pássaros e mais de 50 espécies de mamíferos marinhos e terrestres, incluindo humanos, em virtude desse fato é de que ocorreu sua disseminação geográfica (foi detectado até na Antártida), sua disseminação temporal (casos são descritos ao longo do ano),observou-se que um grande número de espécies que mostram uma grande transmissão e um grande número de animais afetados, a epidemia de gripe aviária já pode ser considerada uma pandemia no mundo animal, sendo por causa disso é conhecido como panzoótica.
No final de março de 2024,ocorreu o primeiro caso de infecção pelo vírus em gado leiteiro, um reservatório inesperado do vírus, e que foi relatado nos Estados Unidos. Desde então, o patógeno foi detectado em mais de 900 fazendas leiteiras em 16 estados, com a Califórnia tendo a maior incidência (cerca de 80% dos casos); a infecção pelo vírus em aves selvagens também é generalizada, e surtos em granjas avícolas causaram a morte de mais de 100 milhões de aves nos EUA, infelizmente o vírus foi identificado em muitas espécies de mamíferos selvagens e animais de zoológico, particularmente felinos.
Gripe Viária em humanos
Historicamente, as infecções humanas pelo vírus eram esporádicas e sempre relacionadas à exposição a aves infectadas, no entanto em novembro de 2024, mais de 900 casos humanos em 24 países foram relatados, com taxas de mortalidade de mais de 30% em casos hospitalizados, no entanto, isso é provavelmente uma superestimativa, pois infecções assintomáticas ou não registradas não são levadas em consideração.
Desde início de março de 2024, quando a primeira transmissão de H5N1 de vaca para humano ocorreu nos Estados Unidos, 64 casos humanos foram confirmados em nove estados, mais da metade deles (36) na Califórnia, destacando de que as informações clínicas detalhadas sobre 46 desses casos identificados entre março e outubro de 2024 foram divulgadas recentemente, ou seja de 46 pacientes, 25 foram expostos a vacas leiteiras infectadas e 20 a aves; em apenas um dos pacientes, a fonte da infecção não estava clara, por que o paciente hospitalizado com sintomas não respiratórios, não teve complicações e recebeu alta três dias após a admissão.
Entre os 45 pacientes com exposição animal, todos tiveram doença leve, nenhum foi hospitalizado e nenhum morreu ( embora uma morte separada por infecção pelo vírus tenha sido relatada nos EUA ); conjuntivite ocorreu em 93%, febre em 49% e sintomas respiratórios em apenas 36%, todos de curta duração; felizmente nenhum caso adicional foi identificado entre os 97 contatos desses pacientes, então nenhuma transmissão de pessoa para pessoa pôde ser demonstrada, sendo portanto muito consistente com a atual falta de evidências de transmissão de humano para humano do vírus nos Estados Unidos.
É muito importante referir de que ainda não é uma pandemia por que o vírus pode precisar de mais tempo para encontrar a combinação certa de mutações, ou seja para que o vírus da gripe aviária H5N1 se torne pandêmico, ele não precisaria apenas melhorar sua capacidade de ser transportado por vias aéreas entre humanos e se ligar a receptores nas células das pessoas, mas também precisaria melhorar sua capacidade de entrar nesses receptores e se multiplicar dentro deles.
Além disso, ele precisaria contornar o sistema imunológico humano, no entanto não podemos descartar a possibilidade de que parte da população já tenha alguma imunidade adquirida aos vírus da gripe neuraminidase tipo 1 (como o H5N1) por meio do contato com outros vírus da gripe humana, como o H1N1, ou que as vacinas contra a gripe sazonal tenham algum valor protetor.
Uma Boa e Agradável Semana…
Deus Sempre Junto com os Homens de Boa Vontade …