Devíamos ser ensinados a não esperar por inspiração para começar algo. Ação sempre gera inspiração. Inspiração raramente gera ação. ( Frank Tibolt )
Hantavirose é uma infecção viral grave, provocada pelo Hantavírus, portanto é classificada como uma zoonose viral aguda, causando sintomas como febre, dor de cabeça e nas articulações, dificuldade para respirar ou batimentos cardíacos acelerados, trata-se de um vírus pertencente à família Bunyaviridae, que pode ser transmitido através das fezes, urina e saliva de alguns roedores, principalmente ratos silvestres. Por ser uma doença provocada por um vírus transmitido de animais para humanos, ela é classificada como uma zoonose viral aguda.
Roedores silvestres conhecidos como rato-da-mata e ratinho-do-arroz (das espécies Akodon e Oligoryzomys, respectivamente) são reservatórios do hantavírus; as espécies se diferenciam daquelas encontradas mais frequentemente em ambientes urbanos por serem de pequeno porte e por viverem nas proximidades de plantações, principalmente de grãos; o aumento excessivo desses animais pode causar danos significativos, como a destruição de plantações, contaminação de grãos armazenados e espalhamento de doenças, principalmente a transmitida pelo hantavírus; destacamos de que como os roedores são mais encontrados em meio a ambientes de plantações, moradores de áreas rurais, pessoas que trabalham em atividades agropecuárias ou de reflorestamento devem ter uma atenção especial à doença. Na suspeita de infecção pelo Hantavírus, é importante ir ao hospital imediatamente para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento adequado, que é feito por meio de medidas de suporte; Por ser uma zoonose de evolução rápida, é importante conhecer os sintomas e as medidas necessárias para prevenir o aparecimento dos casos, que se não diagnosticados e tratados precocemente, podem evoluir para o óbito.
– Transmissão da Hantavirose
O hantavírus é uma doença causada por um vírus de RNA, pertencente à família Hantaviridae e gênero Orthohantavirus, e a infecção humana<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/infeccao/> ocorre principalmente pela inalação de aerossóis (partículas suspensas em forma de poeira), que são gerados e permanecem no ar em locais onde há presença de urina, fezes e saliva de roedores infectados. Outras formas de transmissão da hantavirose são lesões na pele ou mordidas de roedores e contato do vírus com os olhos, boca ou nariz através das mãos contaminadas com fluidos eliminados pelos animais; de acordo com relatório do Ministério da Saúde, dos 39 casos da doença registrados no país em 2022, 26 deles ocorreram na região Sul.
Um fenômeno conhecido como ?ratada?, caracterizado pelo aumento do número de ratos silvestres de uma determinada área, gerando superpopulação, foi observado no estado de Santa Catarina e pode ter motivado a maior quantidade de casos na região, de acordo com o Ministério da Saúde, isso ocorre principalmente durante a floração de determinadas espécies de bambus, conhecidos popularmente como taquaras, a cada 10, 20 ou mais anos.
– Sintomas de hantavirose
Os principais sintomas de hantavirose são:
· Febre; Dor de cabeça; Dor muscular e nas articulações; Cansaço excessivo;
· Dor abdominal, náuseas e vômitos; Tosse seca, que evolui para produtiva com muco e sangue;
· Dificuldade para respirar; Pressão baixa e batimentos cardíacos acelerados.
Os primeiros sintomas da infecção pelo hantavírus podem demorar de 3 a 60 dias, com uma média de 14 dias para aparecer, podendo ser confundidos com outras doenças. Após o início dos primeiros sintomas, existe o comprometimento da função de alguns órgãos, como pulmões, coração e rins, indicando que o vírus está se espalhando e a doença está num estágio mais avançado.
Os sintomas cardiopulmonares da hantavirose são conhecidos como síndrome cardiopulmonar pelo Hantavírus (SCPH), sendo mais comuns no Brasil; Já os sintomas de febre hemorrágica com disfunção renal ,aparecimento de manchas vermelhas e roxas pelo corpo, sangramentos, falência de vários órgãos e diminuição na produção de urina, surgem principalmente na Ásia e Europa.
Diagnóstico
O diagnóstico da hantavirose é feito pelo clínico geral ou infectologista através da avaliação dos sintomas, histórico de contato da pessoa com saliva ou excrementos de roedores ou sua mordida.
Sabemos que ele é feito por sorologia em exames laboratoriais disponibilizados no Sistema Único de Saúde<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/sistema-unico-de-saude-sus/> (SUS),pois o Ministério da Saúde disponibiliza os kits necessários para testes sorológicos, sendo que a coleta de amostra deve ser feita logo após a suspeita do diagnóstico .O método mais comum detecta anticorpos específicos contra o hantavírus em fragmentos de órgãos, Já o diagnóstico molecular (RT-PCR) permite identificar o vírus e seu genótipo, sendo considerado exame complementar para fins de pesquisa.
A coleta de amostra deve ser feita logo após a suspeita do diagnóstico, uma vez que o aparecimento de anticorpos do tipo IgM ocorre de forma concomitante ao início dos sintomas e permanece na circulação até cerca de 60 dias; importante frisar de que quando em amostra única não for possível definir o diagnóstico, deve-se repetir a coleta e realizar uma segunda sorologia somente nas situações em que o paciente apresentar manifestações clínicas fortemente compatíveis com a síndrome cardiopulmonar. IMPORTANTE: Caso a primeira amostra tenha sido coletada nos primeiros dias da doença, a sorologia também pode ser repetida.
Diagnóstico diferencial podem ser realizados, devido aos sintomas semelhantes do hantavírus aos de outras doenças como:
· Covid-19<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/covid-19/>; septicemia; leptospirose<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/leptospirose/>; síndromes gripais; pneumonia atípica; doenças respiratórias<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/doencas-respiratorias/>; dengue<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/dengue/> e febre hemorrágica de agravos virais.
Tratamento
Infelizmente não existe um tratamento de hantavirose desenvolvido especialmente para a doença, no entanto na ausência de medicação específica, os cuidados são feitos de forma personalizada com o objetivo de aliviar os sintomas.
Quando realizado um diagnóstico precoce, o processo de recuperação costuma apresentar melhores resultados, evitando o agravamento dos sintomas. No entanto, por se tratar de uma doença aguda e de rápida evolução, o hantavírus é de notificação compulsória imediata, ou seja os casos devem ser comunicados em até 24 horas para as secretarias municipais e estaduais de Saúde, bem como para o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).
Prevenção da contaminação com Hantavirose
A prevenção do hantavírus baseia-se na utilização de práticas que impeçam o contato humano com os roedores silvestres, além de fezes, urina e saliva dos animais.
As medidas de controle incluem ações como:
· Manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores; abrir locais fechados por muito tempo antes de adentrá-los; capinar o terreno em volta de casas em áreas rurais;
· Manter condições adequadas de saneamento; dar destino adequado aos entulhos existentes; práticas de higiene no manejo ambiental;
O ministério recomenda evitar a manipulação dos roedores, mesmo mortos, ou seja em caso da necessidade de fazer o descarte do roedor deve-se usar luvas de borracha e lavar as mãos logo em seguida.
Evitar varrer ou espanar locais que possam ter a presença de roedores também é uma medida preventiva, uma vez que impede a disseminação das partículas virais provenientes das secreções animais.
Nestes casos, o ideal é fazer a limpeza com panos úmidos e desinfetantes.
Após o aumento de casos em 2023 gerar um alerta sobre o hantavírus em alguns estados no Sul do País,os órgãos públicos também desenvolveram iniciativas para controlar a doença na região.
O Ministério da Saúde afirmou que apoia, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz<https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/fundacao-oswaldo-cruz-fiocruz/> (Fiocruz) e a Secretaria de Saúde dos Estados as ações de vigilância epidemiológica e captura de roedores silvestres.
A ação tem como objetivo identificar corretamente os roedores envolvidos e verificar a positividade com relação ao hantavírus, dessa forma, é possível propiciar melhor compreensão do ciclo silvestre do hantavírus na região, auxiliando no monitoramento e prevenção, além de ampliar o número de profissionais capacitados para lidar com a doença.
– Situação epidemiológica da Hantavirose no Brasil
Dados do Ministério da Saúde, divulgados no em seu relatório epidemiológico anual, mostram um número maior de casos em 2024, se comparado a 2023, quando foram registrados 29 confirmações e cinco óbitos.
No entanto, é possível observar uma pequena diminuição em relação a anos anteriores. Durante o acompanhamento da doença no país, que teve início em 2000, a maior incidência de casos registrada pelo Ministério ocorreu em 2006 ? foram 206 confirmações e 71 óbitos pela doença, essa pesquisa foi realizada em parceria com o Grupo Técnico de Doenças Relacionadas a Roedores (GT-Roedores), a coordenação-geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial (CGZV) e o Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT).
O relatório também indicou que os principais sintomas registrados para a doença são febre, falta de ar e dor de cabeça, além de tosse seca; ações de monitoramento e de prevenção, como as realizadas no Sul do País, são importantes para manter o controle da doença; neste contexto, a comunicação dos casos aos órgãos responsáveis também torna-se fundamental.
Uma Semana Mágica, cheia de boas e alegres surpresas…..