Hidrocele: quadro clínico, diagnóstico e tratamento

Você pode escolher a pessoa que quer se tornar. Todos os dias você decide se continua do jeito que é ou muda. A grande glória do ser humano é poder participar de sua autocriação. ( Roberto Shinyashiki <https://www.pensador.com/autor/roberto_shinyashiki/> )

Trata-se de uma condição em que ocorre o acúmulo de líquido ao redor do testículo de crianças ou bebês do sexo masculino, sendo detectada logo após o nascimento ou ainda nos primeiros anos de vida, é um problema que geralmente não é doloroso e, em muitos casos, tende a desaparecer espontaneamente. No entanto, compreender a condição e saber identificar seus sinais é essencial para que os pais fiquem tranquilos e, quando necessário, busquem ajuda médica especializada.

A hidrocele se forma quando há um acúmulo de líquido na bolsa escrotal, que envolve um ou ambos os testículos, geralmente é uma condição que está associada ao desenvolvimento fetal, ou seja durante a formação do bebê, os testículos, que inicialmente se desenvolvem na cavidade abdominal, descem até o escroto através de um canal que normalmente se fecha antes do nascimento, destacamos de que no caso da hidrocele, esse canal permanece aberto, permitindo a entrada e o acúmulo de líquido na região testicular.

Existem dois tipos principais de hidrocele:

– Hidrocele comunicante: ocorre quando o canal entre o abdome e o escroto permanece aberto, permitindo que o líquido se mova livremente entre as duas regiões, é uma condição que pode fazer com que o volume do escroto varie ao longo do dia, aumentando quando a criança está em pé e diminuindo enquanto ela descansa.

– Hidrocele não comunicante: nesse caso, o canal se fecha, mas o líquido já presente no escroto não é absorvido pelo corpo, ou seja embora o volume do escroto não varie, ele pode parecer inchado o tempo todo.

Causas

A principal causa da hidrocele está relacionada ao desenvolvimento do bebê ainda no útero, e que ocorre porque o canal que liga o abdome ao escroto não se fechar completamente, deixando espaço para o acúmulo de líquido, salientando de que não há, até o momento, indicações de que a hidrocele seja causada por fatores externos, hábitos da mãe durante a gestação ou outras condições; ressaltando que a hidrocele é relativamente comum, afetando muitos bebês do sexo masculino, e que geralmente não apresenta sintomas adicionais ou impacto sobre a saúde e o desenvolvimento da criança.

Quadro Clínico

O principal sintoma da hidrocele é o inchaço no testículo, que é geralmente indolor e não causa desconforto à criança, o que faz com que muitos pais só percebam a condição durante as trocas de fralda ou durante exames pediátricos de rotina.

Em alguns casos, o escroto pode parecer maior em certos momentos do dia, especialmente se a criança está em pé ou em atividade, e diminuir quando está deitada ou descansando,sendo portanto um sinal típico da hidrocele do tipo comunicante. No caso da hidrocele não comunicante, o inchaço é constante e não apresenta variações de tamanho ao longo dos dias. Importante lembrar que o inchaço causado pela hidrocele é visualmente evidente, mas não provoca sintomas adicionais, como febre ou dor.

Diagnóstico

O diagnóstico da hidrocele é feito geralmente durante um exame físico de rotina, onde o médico pode visualizar, palpar e observar as características deste inchaço na região escrotal, além disso uma técnica muito utilizada é a transiluminação, um exame simples e não invasivo, onde uma luz é aplicada ao escrotona presença de hidrocele, a luz atravessa a área, evidenciando a presença de líquido.

Quando há suspeita de outras condições, como uma hérnia inguinal ou tumor testicular, o médico pode solicitar exames adicionais, como ultrassonografia, para uma avaliação mais precisa e para garantir que não há outros problemas relacionados.

Tratamento

O tratamento depende do tipo de hidrocele que a criança apresenta e da evolução do quadro clínico ao longo do tempo, ou seja, se o inchaço demonstra sinais de piora ou de regressão durante os meses.  Geralmente, especialmente em bebês e crianças pequenas, a hidrocele tende a desaparecer de forma espontânea até o primeiro ano de vida, sem a necessidade de intervenção.

Durante esse período, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a evolução do quadro e garantir que o líquido está sendo reabsorvido pelo corpo,por isso em muitos casos, o médico apenas observa a condição, orientando os pais a monitorar o tamanho dos testículos e a relatar qualquer mudança repentina ou desconforto.

Cirurgia

Se a hidrocele¹<https://uropediatriasp.com.br/hidrocele/#ref-1> persistir após o primeiro ano de vida, ou se houver sinais de complicações, como dor ou piora súbita do inchaço, a recomendação é realizar uma cirurgia simples chamada hidrocelectomia, é um procedimento que é feito com anestesia geral, é considerado seguro e envolve a remoção do líquido e o fechamento do canal entre o abdome e o escroto; já nos casos de hidrocele comunicante, o fechamento do canal é fundamental para impedir a recorrência do acúmulo de líquido, felizmente a cirurgia tem um tempo de recuperação curto, e a criança geralmente volta à rotina normal em poucos dias.

Observação:

Muitas vezes, a hidrocele é confundida com a hérnia inguinal<https://uropediatriasp.com.br/hernia-inguinal/>, já que ambas podem causar inchaço na região escrotal, no entanto é muito importante entender as diferenças para um diagnóstico adequado. Na hérnia inguinal, há passagem de uma parte do intestino para o canal inguinal, o que pode causar dor e desconforto. Diferente da hidrocele, a hérnia não se resolve sozinha e sempre será necessária a intervenção cirúrgica. A hidrocele, por sua vez, envolve apenas o acúmulo de líquido, sem a presença de outros órgãos na região escrotal, além disso a hidrocele pode desaparecer naturalmente, o que não ocorre com a hérnia.

Embora a hidrocele geralmente não cause problemas graves, manter o acompanhamento médico regular é essencial para garantir o bem-estar da criança. Em alguns casos, buscar orientação médica imediata é fundamental, especialmente se:

— O inchaço no escroto aumentar subitamente

–  A criança apresentar sinais de dor ou desconforto

–  Houver vermelhidão ou sinais de inflamação na região

– A hidrocele persistir após o primeiro ano de vida

Identificar esses sinais e buscar orientação no momento certo ajuda a prevenir complicações e garante o melhor cuidado para a criança
acompanhar de perto a condição é o primeiro passo para lidar com a hidrocele com mais segurança e tranquilidade.

Considerações Finais:

Para muitos pais, o diagnóstico de hidrocele pode gerar ansiedade, mas é importante lembrar que, na maioria dos casos, a condição se resolve naturalmente, sem necessidade de intervenção, por causa disso é que o acompanhamento médico e a atenção às orientações são passos importantes para monitorar o desenvolvimento da criança.

Esclarecer dúvidas com o médico sobre a condição, os critérios para indicar uma cirurgia e o que esperar no pós-operatório pode trazer mais confiança e tranquilidade, certamente de que contar com uma equipe médica disponível para explicar cada detalhe do tratamento torna a jornada mais segura e acolhedora; lidar com a hidrocele requer suporte e orientação, e é aqui que experiência do pediatra/cirurgião e sua ( s ) dedicação( s ) entram em ação para ajudar as famílias.

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O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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