Infecção urinária: cuidados gerais

As infecções do trato urinário são aquelas que ocorrem no sistema urinário e atingem principalmente aos diabéticos e as mulheres (infelizmente estatisticamente 20% terão uma infecção urinária durante sua vida).

O sistema urinário é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra: Os rins servem para limpar o sangue e dessa maneira formam a urina, já os ureteres são dois tubos que saem de cada um dos rins e que levam a urina para a bexiga. A bexiga é um órgão oco que armazena a urina e que quando se encontra cheia leva o indivíduo a sentir vontade de urinar. A uretra, por sua vez, serve para fazer o transporte da urina contida na bexiga para o exterior.

Em geral, as infecções do trato urinário são causadas por bactérias, ou seja, são uns microorganismos que habitam normalmente o trato digestivo (por exemplo, intestinos, reto, anus), a vagina e as regiões em torno da uretra, e que ao entrar no sistema urinário (pela sua proximidade e/ou falta de higiene íntima), sobe pelos ureteres e podem desencadear o aparecimento de uma infecção urinária.

O que causa infecção do trato urinário?

Habitualmente, o trato urinário tem um sistema de defesa contra a invasão desses microorganismos, porém esses mecanismos podem estar reduzidos ou até mesmo abolidos nas mulheres, nos idosos, nos imunodeprimidos e também nos diabéticos descompensados .

Sabemos de que existem diversos fatores de risco que tendem a favorecer o desenvolvimento de infecções do trato urinário, como por exemplo:

Sexo feminino: A maior frequência desse tipo de infecção nas mulheres decorre do fato de que sua uretra é mais curta que a do homem, além do fato de que a atividade sexual facilita que as bactérias cheguem mais rápido ao sistema urinário.

Diabetes descompensado: a presença de açúcar na urina favorece o crescimento e a proliferação de bactérias na região.

Obstrução do sistema Urinário: Pode ocorrer pela presença de cálculos (“pedras”) nas vias urinárias ou pelo crescimento da próstata (órgão masculino que se localiza embaixo da bexiga em torno da uretra), que quando aumenta de volume leva a obstrução da saída de urina originária da bexiga, que quando acumulada torna-se uma região extremamente propicia ao desenvolvimento bacteriano, frisando de que é um problema mais frequente após os quarenta anos.

Quando é o melhor momento de procurar o médico?

Nem todas as infecções do trato urinário causam sintomas ou sinais. Por exemplo, nos diabéticos ela pode se manifestar apenas com uma elevação “inexplicável” do açúcar no sangue; no entanto na maioria das pessoas geralmente aparecem alguns sintomas ou sinais que podem alertar o paciente ou o seu médico para a existência de um problema a ser investigado. Por exemplo, podem surgir, sensação de ardor e/ou dor ao urinar ( disúria ), vontade persistente de urinar ( incontinência urinária ) e com frequência de “pouquinho em pouquinho” (‘de gota em gota’), ou então eliminar uma urina com cheiro forte e/ ou desagradável, ou então observar mudança da cor da urina, que pode tornar-se turva e/ou com sinais de sangue.

No entanto a depender do local comprometido podemos ter quadros clínicos mais definidos:

Pielonefrite aguda: Infecção nos rins que causa dor na região inferior ou lateral das costelas (em geral nas costas) que pode cursar com febre, calafrios, náuseas e vômitos.

Cistite: Infecção da bexiga que produz dor na região pélvica e urina com mau – cheiro.

Uretrite: Infecção da uretra em geral com muita dor e/ou ardor ao urinar e que se acompanha às vezes com eliminação de pus na urina.

Como Diagnosticar?

A suspeita da Infecção urinária ocorre com o aparecimento de alguns dos sintomas anteriormente referidos, porém a confirmação deve ser feita através da realização de alguns exames complementares.

Exame de Urina: no mais simples podem ser encontrados sinais de pus ou bactérias e na cultura podemos identificar a bactéria causadora da infecção (a mais comum é a echerichia coli que habita o intestino), contar as suas colônias (acima de 100 mil já é sinal de gravidade) e identificar o antibiótico ao qual ela é sensível ou resistente.

Exames radiológicos ou ultrasonográficos: Podem definir se existe aumento dos rins (hidronefrose), obstrução das vias urinárias por cálculos (“pedras”), ou crescimento da próstata; em alguns casos pode ser detectada a presença de uma pielonefrite grave através da observação de uma “inchação” (edema) dos tecidos que cercam os rins.

Complicações:

Como tudo em medicina, se a infecção do trato urinário é tratada a tempo não irá ocorrer nenhuma complicação, caso contrário, com certeza elas irão ocorrer e sua gravidade certamente que irá depender do grau de descaso com que o problema foi conduzido.

Por exemplo, pode ocorrer que uma simples infecção urinária baixa (bexiga e/ou uretra) suba aos rins e possam causar uma pielonefrite aguda grave com possibilidade de lesão renal irreversível, ou até de uma infecção generalizada – septicemia -(muito comum nos diabéticos descompensados), que pode evoluir até para a morte do paciente.

Além disso, a infecção urinária não tratada pode precipitar nas grávidas um parto pré- maturo, com o nascimento de recém-nascidos de baixo peso, e nos diabéticos podem ser um fator de descompensação e de risco de vida.

O que devemos fazer para melhorar uma infecção do trato Urinário?

A principal conduta deve ser sempre procurar um médico ao primeiro sinal ou sintoma de infecção urinária, além disso, “nunca” tomar medicações por conta própria, principalmente antibióticos porque pode levar a um “falso e temporário alívio dos sintomas”, que certamente irão retornar na forma de uma infecção resistente pelo uso inadequado da medicação.

Em contrapartida, a cultura de urina poderá fornecer a indicação do antibiótico ao qual a bactéria é sensível e facilitar a sua correta utilização, em relação à dose e ao tempo em que ele deve ser administrado.

Nos casos de infecções graves que comprometem com severidade os rins pode ser necessária a hospitalização para que se utilize antibióticos mais potentes administrados por via endovenosa ou intramuscular.

A comprovação de que o tratamento foi eficaz se faz pela realização de nova cultura que comprove a ausência da bactéria naquela mostra de urina.

É bom lembrar que nos casos de infecções urinárias de repetição é extremamente importante procurar a ajuda de um nefrologista para avaliar com mais profundidade o porquê dessa recorrência.

Prevenção:

• Beber muito líquido durante o dia, principalmente água (2 a 3 litros /24 horas).

• Urinar com frequência, evitando que a urina permaneça muito tempo na bexiga.

• Cuidar bem do seu diabetes.

• Evitar usar desodorantes ou sabões exclusivamente na região genital

• Urinar antes e depois de ter relações sexuais

• Ao defecar fazer o asseio sempre da frente para trás, evitando assim que as bactérias da região anal cheguem à vagina ou a uretra.

• Fazer o asseio na área genital sempre com duchas e nunca na banheira.

Tenham uma boa semana.

MAKTUB!!!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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