Mieloma Múltiplo: considerações Gerais

A descoberta mais bonita que os verdadeiros amigos fazem é o fato de que podem crescer separadamente sem se distanciarem  (Elisabeth Foley )

Curiosidade: – Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde em 2023, com 195 pacientes, mostrou que 92% deles nunca tinham ouvido falar sobre o doença antes de receber o seu diagnóstico. 1/3 dos entrevistados alegaram ter demorado mais de 6 meses para procurar um médico, mesmo com o surgimento de sintomas – o número sobe para mais de 45%, quando se faz um filtro daqueles que usam o sistema público de saúde-.

O mieloma múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais frequente no mundo, trata-se de um tumor maligno de células medulares causado pela proliferação de plasmócitos neoplásicos, ou seja, células que sofrem mutação e se tornam anormais. É uma doença que ocorre na medula óssea, local do organismo aonde essas células anormais se acumulam, levando à  produção de uma grande quantidade de anticorpos anormais, que pelo fato de não conseguirem exercer suas funções de proteção, eles formam um amontoado de proteínas desordenadas, denominadas monoclonais ou proteínas/componentes M.

A expansão da doença acarreta intensa destruição óssea, desencadeando em seguida dor intensa e múltiplas fraturas nos casos mais avançados, além disso também podem evoluir para insuficiência renal e infecções frequentes e recorrentes na evolução da doença.

Infelizmente são diagnosticados cerca de 8 mil novos casos de mieloma múltiplo no Brasil por ano, que afeta principalmente, ou seja com maior frequência homens e mulheres com mais de 60 anos.

Quadro clínico

Podem ser assintomáticos em alguns pacientes; Principalmente se os plasmócitos se infiltrarem em pequena quantidade na medula óssea e a produção de componente M for pequena, mas infelizmente dor intensa e múltiplas fraturas ósseas, ocorrem mesmo na ausência de sintomas clínicos.

No entanto quando ocorre uma maior infiltração de plasmócitos e maior produção de proteína M, o indivíduo poderá apresentar uma série de sintomas, como:

-Cansaço extremo, palidez, perda de peso sem causa definidas, redução da função renal, perda de apetite,

-Fraqueza, edema dos membros inferiores, sede intensa, obstipação severa, perda de apetite, infecções frequentes.

Diagnóstico

Quando é assintomático a doença pode ser descoberta por acaso durante exames de rotina, sendo que o mais frequente é o exame de sangue, que irá demostrar a presença de anemia e hiperproteinemia.

Além disso podemos realizar exames de imagem como radiografias, tomografias e ressonância magnética que podem auxiliar na avaliação do mieloma múltiplo, identificando as lesões líticas características da doença óssea

Podemos também realizar biópsia da medula óssea, quando é retirado um fragmento do osso da bacia para análise em laboratório, e mielograma; o principal objetivo desses exames é a quantificação dos plasmócitos presentes nessa região; quando se faz a detecção de mais de 10% de plasmócitos clonais na medula óssea, podemos confirmar com toda a certeza de que estamos diante de um paciente com mieloma múltiplo.

Podemos também realizar outros procedimentos de diagnóstico complementares como a eletroforese de proteína e a imunofixação de proteína, ambos realizados por meio de coletas de sangue e urina, com o objetivo de encontrar a proteína M no sangue do paciente.

Tratamento

São utilizados medicamentos com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes; como por exemplo a utilização de inibidores do proteassoma (que atacam as células doentes com menos impacto nas saudáveis), os imunomoduladores, os anticorpos monoclonais e os corticoides.

No caso de portadores de Mieloma Múltiplo com menos de 70 anos, podemos realizar transplante autólogo de células-tronco periféricas;

Finalmente convém ter muita atenção ao tratamento de suporte, ou seja, de sintomas físicos que possam prejudicar a qualidade de vida e a saúde do paciente; para concluir devemos citar a utilização do bisfosfonatos que ajuda a manter os ossos fortes, pois eles inibem a reabsorção óssea mediada por osteoclastos, reduzindo a dor óssea, a hipercalcemia e a incidência de fraturas.

Muita Paz, Luz e Saúde…Uma semana repleta de Alegrias…

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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