Transtornos do Espectro Autista (TEA)

Nunca deixe ninguém te dizer que não pode fazer alguma coisa. Se você tem um sonho tem que correr atrás dele. As pessoas não conseguem vencer e dizem que você também não vai vencer. Se você quer uma coisa corre atrás. (Oscar Wilde )

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes condições marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente, quais sejam grande dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O Transtorno de Espectro Autista também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leve à mais grave, no entanto todas elas, em menor ou maior grau estão relacionadas com as dificuldades de comunicação e relacionamento social.

No entanto de acordo com o quadro clínico, o Transtorno de Espectro Autista pode ser classificado em:

-Autismo clássico: Grau de comprometimento pode variar bastante, ou seja os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente; conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação; por isso embora possam entender enunciados simples, têm dificuldade de compreensão e apreendem apenas o sentido literal das palavras, em geral não compreendem metáforas nem o duplo sentido (dificultando bastante o relacionamento com as outras pessoas do seu convívio ). Frisando de que em suas formas mais graves, demonstram ausência completa da existência de qualquer contato interpessoal. Encontramos nesses casos crianças isoladas, que não aprendem a falar, não olham para as outras pessoas nos olhos, não retribuem sorrisos, repetem movimentos estereotipados, sem muito significado ou ficam girando ao redor de si mesmas e apresentam deficiência mental importante;

-Autismo de alto desempenho (também chamado de síndrome de Asperger):Nesses casos encontramos crianças que  apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas numa medida bem reduzida, ou seja são verbais e muito inteligentes. Tão inteligentes que chegam a ser confundidos com gênios, porque são imbatíveis nas áreas do conhecimento em que se especializam, por isso é que quanto menor for a dificuldade de interação social, mais eles conseguem levar uma vida próxima à normal.

-Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE):nesses casos as crianças são considerados dentro do espectro do autismo (dificuldade de comunicação e de interação social), mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.

Não faz muito tempo, o autismo era considerado uma condição rara, que atingia apenas uma em cada 2 mil crianças, no entanto atualmente a maioria das pesquisas demonstraram de que uma em cada cem crianças ( infelizmente algumas pesquisas indicam que o transtorno é ainda muito mais frequente), podendo ser diagnosticada com algum grau do espectro, afetando mais os meninos do que as meninas, se instalando em geral nos três primeiros anos de vida, que é a fase da vida em que os neurônios que coordenam a comunicação e os relacionamentos sociais deixam de formar as conexões necessárias.

Curiosamente, porém bastante significativo é de que as manifestações na adolescência e na vida adulta estão geralmente correlacionadas com o grau de comprometimento e com a capacidade de superar as dificuldades seguindo as condutas terapêuticas adequadas para cada caso em sua fase inicial.

Convém chamar muita a atenção de que o diagnóstico é essencialmente clínico, sendo sempre se baseia nos sinais e sintomas, levando em conta os critérios estabelecidos por DSM–IV (Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria) e pelo CID-10 (Classificação Internacional de Doenças da OMS), o comprometimento e o histórico do paciente.

ETIOLOGIA

Diversos estudos iniciais consideravam o transtorno resultado de dinâmica familiar problemática e de condições de ordem psicológica alteradas, hipótese no entanto que se mostrou improcedente; no momento se admite a existência de múltiplas causas para o autismo, entre eles, fatores genéticos, biológicos e ambientais; porém infelizmente saber como o cérebro dessas pessoas ainda é um grande mistério para ciência.

TRATAMENTO  

Atualmente não conhecemos a cura definitiva para o transtorno do espectro do autismo, além do que não sabemos  um padrão de tratamento que possa ser aplicado em todos os portadores do distúrbio; o que se sabe com toda a certeza é de que como tudo em medicina, cada paciente exige um tipo de acompanhamento específico e individualizado que exige a participação dos pais, dos familiares e de uma equipe profissional multidisciplinar integrada visando à reabilitação global do paciente, salientando de que o uso de medicamentos só é indicado quando surgem complicações e comorbidades.

INTEGRAÇÃO FAMILIAR  

Sabemos com toda a certeza de que o diagnóstico de autismo traz sempre sofrimento para a família inteira, por isso, as pessoas envolvidas – pais, irmãos, parentes – precisam conhecer as características do espectro e aprender técnicas que facilitam a autossuficiência e a comunicação da criança e o relacionamento entre todos que com ela convivem; as crianças com autismo precisam de tratamento e suas famílias de um grande e constante apoio, informações e treinamento, por isso devem sempre procurar a  AMA (Associação dos Amigos dos Autistas),que  é uma entidade sem fins lucrativos que presta importantes serviços nesse sentido.

ORIENTAÇÕES GERAIS

Convém sempre lembrar de que ter em casa uma pessoa com formas graves de autismo pode representar um fator de desequilíbrio para toda a família, por isso, todos os envolvidos precisam de atendimento e orientação especializados;

-Torna-se sempre fundamental descobrir um meio ou técnica, não importam quais, que possibilitem estabelecer algum tipo de comunicação com o autista;

-Autistas têm dificuldade de lidar com mudanças, por menores que sejam, em decorrência disso é muito importante manter o seu mundo organizado e sempre dentro de uma rotina;

-Apesar de a tendência atual ser a inclusão de alunos com deficiência em escolas regulares, as limitações que o transtorno provoca devem ser sempre respeitadas, por que existem casos em que o melhor é procurar uma instituição que possa oferecer um atendimento mais individualizado;

-lembrando sempre de que autistas de bom rendimento podem apresentar desempenho em determinadas áreas do conhecimento com características de genialidade.

DUVIDAS FREQUENTES!!!

Vacina causa autismo?

Não! Isso é fake News, não existem evidências da ocorrência de uma associação causal entre a vacina contra sarampocaxumba e rubéola e o transtorno do espectro autista. Infelizmente no passado, estudos anteriores que sugerem uma ligação causal estavam marcados por erros metodológicos (o médico responsável por tais estudos inclusive teve seu registro cassado),além disso não existem evidências de que qualquer outra vacina infantil possa aumentar o risco do transtorno do espectro autista, pelo contrário: as revisões sobre a relação entre o conservante timerosal ou os adjuvantes de alumínio contidos em vacinas inativadas e a possibilidade de desenvolvimento do transtorno concluíram firmemente que não há risco algum.

O AUTISMO TEM CURA?

Infelizmente não existe cura para o autismo

Quadro Clínico

O mais comum é que os sinais fiquem evidentes antes da criança completar 3 anos. Convém sempre salientar de que os sintomas podem variar bastante conforme o tipo, mas os mais frequentes são: ausência completa ou dificuldade de manter contato interpessoal (principalmente contato visual), incapacidade de aprender a falar (ou não usa a fala como forma de comunicação), incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental. Em geral a criança fica ausente ou voltado para si mesmo, com elevado grau de comprometimento da compreensão.

 Uma criança com autismo pode levar uma vida normal?

Depende do grau do transtorno, uma criança pode levar uma vida normal; Com muita frequência, os autistas com grau leve são muito inteligentes, somente são sensíveis a mudanças súbitas, o que faz com que possam ter uma vida bem próxima da normalidade. Alguns podem viver anos sem receber o diagnóstico, e não raro, são confundidos com pessoas que são apenas muito tímidas no entanto nos graus mais graves, que implicam em grande dificuldade de relacionamento, pode haver comprometimento da qualidade de vida que exige acompanhamento especializado.

OBS: não existe remédio natural para o autista, em decorrência disso devemos sempre ter cuidado com os falso “ curadores “, por isso os medicamentos podem ser prescritos apenas na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como depressão e ansiedade.

O tratamento deve ser sempre multidisciplinar e interdisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos, de forma a incentivar o paciente a realizar sozinho tarefas cotidianas.

Vamos observar melhor o que podemos fazer pelos nossos “ autistas “. Boa semana com muita Paz e bastante Amor!!!

NAMASTÊ!!!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais