E-mail não é o meio

Embora o governador Marcelo Déda (PT) não goste de ouvir, é voz corrente que ele tem se distanciado cada vez mais de suas bases. Anteontem, os vereadores de Aracaju reclamaram ao prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) que não foram chamados para compor o projeto de reeleição do petista. Essa queixa é antiga, principalmente por parte das lideranças políticas do interior, que só falam com Déda em eventos públicos do governo. Quem não se lembra da romaria ao Palácio de Despachos quando o vice Belivaldo Chagas (PSB) assumiu interinamente a chefia do Executivo e abriu a agenda para ouvir os aliados? Diferentemente, o governador insiste em despachar por e-mail, como se o vereador de Carira, Pinhão ou Poço Redondo tivesse banda larga e fosse afeito à nova tecnologia. Encastelado no Palácio diante do moderno notebook, Déda houve cada vez menos as lideranças que o apoiaram. Estas, por sua vez, sem dispor de computador para receber e passar e-mails, procuram outros meios, como fizeram na eleição passada e deram um susto danado no governador.

Estilos diferentes

Muita gente ainda se pergunta por que o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), alcançou uma vitória estrondosa, enquanto seu aliado Marcelo Déda teve dificuldade para derrotar João Alves Filho? A resposta a esta pergunta merece uma análise mais aprofundada, porém é certo que o estilo mais aberto e a permanente relação que mantém com as lideranças do interior foram fundamentais para o sucesso de Wagner. Para se ter uma idéia, o governador baiano concede constantes entrevistas às emissoras interioranas, inclusive a rádio Luandê, de Tobias Barreto. A idéia, que tem dado certo, é prestar contas permanentemente das ações do governo. 

Serra em Sergipe

O presidenciável José Serra (PSDB) deverá passar por Sergipe na semana que vem. Pelo menos foi o que disse ao deputado federal Albano Franco (PSDB) a senadora Marisa Serrano, coordenadora da campanha tucana. A visita será rápida, mas haverá tempo para uma carreata pelas ruas de Aracaju. A idéia do tucanato é apertar o passo nesta reta final da campanha e tentar tirar a vantagem que Dilma Rousseff (PT) exibe em todas as pesquisas de opinião pública. 

Verdes esquecidos

Diferente de Marina Silva (PV), o candidato a senador Antônio Leite ainda não foi procurado pelos coordenadores das campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Diante disso, ‘Tonho’, que teve 27.553 votos, garante que tanto ele quanto os demais verdes sergipanos vão permanecer neutro neste 2º turno, devendo as adesões a um ou outro candidato serem pessoais.

Laércio na Ilha

Em entrevista ontem a Gilmar Carvalho na Ilha/FM, o deputado federal eleito Laércio Oliveira (PR) mal teve tempo de expressar algumas de suas opiniões e aprofundar propostas para a atividade parlamentar.  Em sucessão, vários ouvintes entraram ao vivo para parabenizá-lo pela eleição e externar confiança no mandato de Laércio, a se iniciar em fevereiro próximo.  O deputado e empresário ficou bastante emocionado com a acolhida dos sergipanos.

Fezinha milionária

Conselho aos candidatos que saíram da eleição endividados: façam uma fezinha na Mega-Sena desta quarta-feira, que sorteia o prêmio acumulado de R$ 13 milhões. Com esta grana será possível pagar as contas da campanha e ainda comprar cerca de 520 automóveis populares, ou uma frota de 2600 motocicletas de 125cc. Aplicado na poupança, os R$ 13 milhões renderiam mensalmente mais R$ 78 mil a um eventual acertador. E aí, vai ficar com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar?

Coração na mão 

A coluna ficou sabendo que muitos ocupantes de cargos em comissão no Estado, que torceram e votaram em João Alves Filho (DEM), estão com o coração na mão. Sabem que, a depender dos novos secretários, estão com os dias contados no Governo. O conselho que se dá a essa turma aperreada é tomar o tranqüilizante Lexotan. Alerta-se, contudo, que o medicamento tem forte potencial de dependência.


Oposição no TCE

A bancada da oposição na Assembléia foi ontem ao Tribunal de Contas do Estado pedir cópia do relatório elaborado pelo órgão sobre a situação do Hospital de Urgência de Sergipe. Não obtiveram êxito, pois o material foi encaminhado pelo presidente do TCE, Reinaldo Moura, ao governador Marcelo Déda (PT). O relatório, como tantos outros elaborados por aquele tribunal, pode não ter muito efeito prático, mas já se sabe que servirá para alimentar o discurso da oposição ao governo.

Luto oficial

O governador Marcelo Déda (PT) decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-deputado federal e ex-senador Passos Porto, ocorrida ontem pela manhã. O corpo do importante político sergipano, que está sendo velado na Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe, será sepultado hoje cedo no Cemitério Santa Izabel, em Aracaju. Que a terra lhe seja leve!

Do baú político

O ex-senador Passos Porto pautou sua vida pública pela simplicidade e pelo diálogo, a ponto de ser aliado do ex-governador Leandro Maciel (UDN) e ter a simpatia do ex-governador Seixas Dórea, que em 1962 derrotou o líder udenista. Naquele mesmo ano, Passito, como era chamado, não conseguiu se reeleger para a Câmara Federal. Porém, graças ao pedido feito por Dórea ao governador de Brasília, foi escolhido numa lista tríplice como diretor financeiro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital da República (Novacap). Entrevistado por Osmário Santos, o ex-senador contou orgulhoso: “Inaugurei Brasília. Assinei o ato de fundação da nova capital da República”. Deixou o cargo três anos depois para assumir uma cadeira na Câmara Federal, devido às mortes dos deputados Euclides Paes Mendonça e Francisco de Araújo Macedo. Pacífico e com uma larga experiência administrativa, Passos Porto era sempre lembrado para disputar o governo ou ser prefeito. Com o assassinato de Euclides Paes Mendonça, foi convidado para sucedê-lo no comando político de sua terra, Itabaiana, mas não aceitou: “A violência de lá me intimidava. O município era muito violento”, explicava.

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