“A verdade. A verdade é relativíssima. Mas então há um absoluto, isto é, que a verdade é relativa. E então a verdade deixa de ser relativa, porque há um absoluto. Ora, abaixo a logicidade. A lógica nos incomoda? Assassinemos a lógica. Lógica morta, lógica deposta, lógica inexistente. Lógica ilógica. Sobretudo ilógica”.
Sou um apaixonado pelo Brasil. Esse tom quase ufanista, por vezes perigoso é, no entanto, verdadeiro. Não sou do mundo, sou do Brasil. A minha história é com o Brasil. Agora preciso deixar clara a diferença entre o Brasil que enxergo e os retalhos que muitos anunciam.
Acredito no projeto humano, na natureza humana, na força criadora, na capacidade de transformação, de superação que existe em cada um de nós. Não falo das superações físicas ou da quebra de limites. Falo da inexorável ligação do homem com o absoluto. Estamos ligados a Deus. Conectados com o absoluto num diálogo permanente. Mesmo quando tudo parece irremediavelmente perdido há um sopro misterioso, inexplicável que transforma noite em dia. Morte em vida.
Tantos já anunciaram o fim do mundo. Quantos já ocuparam a mídia para conclamar o fim do Brasil ou simplesmente deitar falação sobre os perigos da globalização – a grande vilã do momento. Parece fácil atacar o óbvio. De fato saímos bem na foto quando abusamos dos clichês ou simplesmente reproduzimos as mesmas panacéias de sempre. Abaixo isso !! Fora aquilo outro !!
Acredito que o fenômeno da globalização tem se apresentado a nós apenas através do seu lado desumano. E a sua forma de dominação difere dos modelos econômicos do passado uma vez que o processo hoje é muito sutil, quase imperceptível. Enquanto capitalistas e comunistas dividiam o mundo na década de 70 e fabricavam guerras para justificar os seus discursos e verdades. Hoje o mundo assiste perplexo o avanço do abismo social e as manobras políticas de uma meia dúzia de senhores que insistem em não largar o osso e, mais, fazem seus sucessores sob a égide de uma pseudodemocracia. O que falar de Guantánamo ? Uma jogada vergonhosa dos USA, onde centenas de prisioneiros aguardam, sem o mínimo de respeito aos direitos individuais, o julgamento e a condenação.
Essa é a face destruidora e visível da globalização. Mas há outra igualmente terrível, porém invisível. Falo da ditadura do vazio, dos rótulos preenchidos, muitas vezes usando a própria mídia, com idiotices do tipo – chegamos ao fundo do poço ou agora tudo é marketing.
Acontece que é fácil usar as velhas fórmulas e esperar que as coisas simplesmente aconteçam. Enquanto isso ignoram que as razões que levaram ao sucesso no passado podem estar representando as razões para a derrota no presente.
É simples, basta querer enxergar.