Há anos se fala da necessidade de uma Reforma Política para o fortalecimento de nossa democracia. A demora de agendar as várias modificações já debatidas, sob o rótulo de reforma política é movida pelo desinteresse da maioria dos parlamentares. Ninguém se dispõe a modificar um sistema que permite à maioria se perpetuar no exercício do mandato.
Este descaso trouxe, sem dúvida, à tona o que estamos vendo. O PT, como oposição, sempre criticou os partidos que estavam no poder, acusando-os de defenderem interesses externos em detrimento do interesse nacional e também pregava ser o partido onde imperava a ética, a honestidade e aversão à corrupção.
A sociedade brasileira acreditando naquela pregação elegeu em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva para Presidente da República. No poder, contrariando o que defendia como oposição, deu continuidade na política econômica adotada pelo governo anterior.
No campo político, estimulou a troca de partidos por deputados e senadores com o objetivo de aumentar sua base parlamentar. Segundo denúncias apresentadas na Câmara dos Deputados, o PT pagava para deputados votarem a favor de propostas do governo. Os partidos da base aliada usavam cargos nas empresas estatais para angariar recursos para a sua sustentação.
As denúncias foram tantas que foram instaladas, concomitantemente, CPI’s para apurar as extorsões para a constituição do “Caixa 2” das campanhas eleitorais; para apurar o pagamento de propinas a deputados para votarem projetos de interesse do governo; para apurar outras denúncias de corrupção no executivo e legislativo.
Quando estorou o caso Waldemiro Diniz, ficou sem eco as propostas de atacar o projeto de melhoria das normas eleitorais e partidárias. A questão, no entanto, está acima dos interesses partidários. Há consciência geral de que a reforma é uma necessidade que não mais pode ser adiada. O eleitor precisa confiar no sistema político para continuar a exercer o exercício do voto.