O resultado das eleições em Aracaju já era esperado. Todo mundo sabia que o prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) seria eleito no primeiro turno e que a campanha do senador Almeida Lima (PMDB) se resumia a muito barulho feito pelos carros de som. Também era evidente a falta de robustez da candidatura de Mendonça Prado (DEM), que, mesmo sendo empurrado pelo sogro, o ex-governador João Alves Filho, não conseguiu empolgar o eleitorado. Vera Lúcia (PSTU) e Anderson Góes (PCB) entraram como franco atiradores e travaram uma disputa entre ambos para saber quem ficaria na lanterna, pois as chances de vitória dos dois eram zero. Portanto, o resultado das urnas foi o esperado e confirmou o que todos os institutos de pesquisa vinham informando há muito tempo. Resta desejar que Edvaldo Nogueira coloque em prática o que prometeu durante a campanha eleitoral. Cobranças “A vitória de Edvaldo Nogueira representa o sucesso de um projeto de dois meninos que saíram da universidade”. Foi o que disse o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), ao chegar ontem à noite ao Centro de Convenções, onde aconteceu a apuração dos votos. Após lembrar os 20 anos da Constituição brasileira, Déda afirmou que lutou contra a ditadura e pela democracia. “São duas décadas de democracia e de liberdade. O herói de tudo isso é o povo do Brasil, de Sergipe de Aracaju”, frisou. O governador revelou esperar que a vitória de Edvaldo seja traduzida em cobranças. Surra feia O deputado estadual Adelson Barreto (PSB) tomou uma verdadeira surra de votos Pleito tranqüilo Não fosse a “detenção” do ex-governador João Alves Filho (DEM), o dia de ontem teria transcorrido sem anormalidade Prejuízo elevado Muita gente amanheceu hoje (06) com a cabeça inchada Grande festa A festa pela reeleição do prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) varou a madrugada. Foi na avenida Barão de Maruim, onde funcionou o comitê central do comunista.Milhares de eleitores pularam, dançaram e consumiram muita “água que passarinho não bebe”. A festa transcorreu sem qualquer problema. Graças a Deus. Pela culatra Muita gente que se achava eleita com folga tomou bomba nesta eleição. Um exemplo disso é o deputado estadual Armando Batalha, derrotado por Alex Rocha na disputa pela Prefeitura de São Cristóvão. Nas eleições proporcionais as decepções foram ainda maiores. O conselho para quem tentou e não conseguiu se eleger vereador é afirmar que não perdeu, apenas ficou de fora por faltas de vagas nas Câmaras. Piada sem graça Parece que somente o senador Almeida Lima (PMDB) não acreditava que seria derrotado nas urnas. Ao chegar ontem para votar, o peemedebista disse que venceria o pleito no primeiro turno, embora as pesquisas o apontassem em queda livre a caminho da terceira colocação. Sempre dizendo que “a gente pode”, slogan de sua campanha, Almeidinha afirmava confiar no eleitorado aracajuano. Pelo resultado das urnas, já está na hora de o senador começar a desconfiar. Ajuda de Rola No apagar das luzes da campanha eleitoral, o biscateiro José Ribeiro, o “Rola”, entrou de cabeça na campanha de Mendonça Prado (DEM). Na última sexta-feira, por exemplo, “Rola” era figura de destaque na reduzida carreata promovida pelo democrata. O resultado das urnas, contudo, demonstrou que a ajuda de “Rola” chegou um pouco tarde, ou o homem não teve força para levantar a campanha. Cidade limpa A rigidez da lei eleitoral foi importante para que Aracaju ficasse limpa durante todo o dia da eleição. Tirando um ou outro “santinho” de candidato largado na rua, nem parecia que estava havendo disputa eleitoral, pois eram poucos os carros com bandeiras de candidatos. Também não apareceram os bonés e camisas estampando propaganda política. Em outras épocas, Aracaju amanhecia na segunda-feira com toneladas de papel jogadas nas ruas, praças e avenidas. Está provado que é possível fazer eleição sem sujar a cidade.
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