Dia desses um jornal local trouxe uma declaração atribuída a um empresário “anônimo” dando conta que a corrupção existe no Brasil desde a época do império. E quem disse que a corrupção é um “privilégio” apenas de nações como o Brasil? Ela está presente em todos os países do mundo. Isso não justifica, no entanto, buscarmos argumentos para justificar a sua existência. Ser ético e moralmente comprometido com o dinheiro público é uma obrigação de toda pessoa humana, independente de ocupar função pública ou não. Quando o governo de FHC era acusado de favorecer esse ou aquele grupo econômico, em especial quando da privatização das empresas estatais, estavam lá os encautos da defesa do “impossível”, todos eles integrantes do PSDB e do PFL, combatendo a instalação de CPI.
Do outro lado, estava a oposição capitaneada pelo PT brigando pela instalação de CPI. Hoje no poder, a situação se inverte. PSDB e PFL na oposição cobram CPI para apurar denúncias de existência de “mensalão” e de corrupção nos Correios, enquanto o PT busca os mais variados argumentos para evitar a CPI. Quem está certo nesta disputa? Parece um disparate afirmar que nenhum dos dois blocos está com a razão. O que defende as CPIs e os que são contra, estão movidos apenas por questões eleitorais. Quem esta no poder tenta evitar o desgaste natural, o qual tende a desaguar na derrocada do projeto de reeleição do presidente Lula. A oposição briga exatamente para inviabilizar a reeleição de Lula e evidentemente a vitória de um candidato do PSDB ou do PFL.
Tanto nos governos passados, quando no presente (é triste chegar a essa conclusão) nenhum dos blocos esteve ou está verdadeiramente preocupado em ações que venham a contribuir com o bem estar da maioria da população. O combate à corrupção, por exemplo, só interessa à uma das partes, quando os envolvidos são os adversários. O deputado Roberto Jeferson só decidiu “puxar o pino da bomba” após constatar que seu mandato seria rifado, até porque as denúncias que pesam sobre ele são muito fortes e têm provas. Mas, apesar dos pesares, tudo isso deixa um saldo positivo: o povo brasileiro precisa urgentemente modificar a forma de escolha de seus representantes, seja no Poder Executivo ou no legislativo. Dos atuais detentores do poder, são poucos, muito poucos mesmo, os que ainda merecem o apoio da população.
A maioria dos “representantes do povo”, agora a coisa ficou mais transparente, não merece o mínimo de nossa confiança. Mentem deslavadamente, fazem promessas que não podem cumprir e ainda se locupletam com o dinheiro público que se bem aplicado poderia literalmente matar a fome de milhares de pessoas.
Suspensão de contrato
O Tribunal de Contas do Estado mandou que os vereadores da Barra dos Coqueiros suspendam o contrato firmado entre a prefeitura daquele município e a empresa Torre. O curioso é que a inspeção que resultou no pedido de sustação do contrato foi provocado pelo então prefeito eleito, Airton Martins (PT) que denunciou contrato idêntico firmado pelo ex-prefeito Gilson dos Anjos (PFL).
Ao fazer as inspeções os técnicos do TCE encontraram, nas palavras do procurador Bandeira de Mello, “erros ainda mais graves”. O atual prefeito, segundo relatório do TCE, teria contratado a Torre com um aumento de 152% de aumento em relação ao contrato mantido pela administração anterior, “sem que tivesse apresentado qualquer prova de aumento dos serviços”, ressalta o procurador.
Procurando
O senador Almeida Lima (PSDB) está mesmo procurando um partido para deixar o ninho tucano. Segundo pessoas ligadas ao senador, ele está convencido que a cúpula do PSDB não está interessada em lhe entregar o comando da legenda em Sergipe.
Divisão do ICMS
Nesta quinta-feira, 16/06, o pleno do Tribunal de Contas estará definindo os novos cálculos para a distribuição das quotas do ICMS para os 75 municípios sergipanos. O relator do processo será o conselheiro Reinaldo Moura.
Quer estrutura
O ex-prefeito de Pirambu, André Moura (PFL) ainda não assumiu a Secretaria de Assuntos Metropolitanos (Secmetro) porque aguarda sua estruturação. Ele só quer assumir o cargo após ser destinado um orçamento próprio, estrutura física para funcionamento da pasta e móveis, entre outros detalhes.
Indagações
Começam a tomar corpo três questionamentos nas lides políticas de Sergipe. “O governador João Alves (PFL) será mesmo candidato à reeleição? Caso não seja candidato, quem apresentará como seu substituto? O terceiro e último questionamento é; até que ponto os escândalos que estão estourando no Governo Federal e no PT nacional afetarão a provável candidatura do prefeito Marcelo Deda (PT) ao Governo do Estado?
Cotado
Um jornalista amigo que vive e trabalha num grande jornal do Rio de Janeiro me ligou ontem para saber procedia as informações que circulavam ontem em Brasília quanto a indicação do prefeito Marcelo Deda para ocupar um ministério no governo Lula. Será que é?
José Araújo é jornalista