Empréstimo: Governo ataca para não explicar!?

No futebol diz-se muito que a melhor defesa é o ataque. Se retrocedermos alguns anos no tempo e assistirmos os replay dos jogos da seleção brasileira em 1970, há de se concordar com essa frase integralmente. Mas na política essa frase que caiu no gosto popular nem sempre tem como objetivo principal assegurar vitórias e alegrias às grandes massas. Por vezes, a estratégia é usada exatamente para embotar a memória e a consciência das mais amplas massas populares. É o que parece estar acontecendo agora nas hostes do Governo do Estado, quando o tema em discussão é a tomada de um empréstimo para construção e conclusão das obras da ponte sobre o rio Sergipe, que ligará Aracaju à Barra dos Coqueiros.

 

Essa semana, para surpresa não só da oposição, mais de todas as pessoas que acompanham o noticiário local, chegou à Assembléia Legislativa projeto de lei pedindo autorização para contrair um empréstimo de R$ 100 milhões junto ao BNDES exatamente para concluir a ponte em questão. Essa solicitação não seria nada demais não tivesse o governo do PFL alardeado, mesmo antes do lançamento da pedra fundamental da referida obra, que já havia alocado os recursos financeiros necessários, não só para o início como para a conclusão da obra!!!  Não é desejo deste articulista reforçar ou dar eco às cobranças da bancada de oposição, mais fazer valer o princípio ético e moral que norteia a boa conduta pública de qualquer político. O que, aliás, a sociedade está cada dia mais exigente na cobrança desses dois princípios fundamentais.

 

Deparei hoje cedo com a cobrança de explicações dos deputados de oposição ao governo sobre o pedido de empréstimo. Nada de anormal nisso, estando à oposição cumprindo o seu papel. O que me deixou perplexo foi o caminho escolhido pelo Governo do Estado, para dar os “esclarecimentos” cobrados e eticamente necessários até para preencher todos os questionamentos, não da oposição, mais da opinião pública. Essa sim, precisa de explicações fundamentadas em dados técnicos e fundamentalmente porque os recursos que estavam alocados para a obra da ponte, hoje não existem mais!?

 

É isso, que julgo, ser necessário explicar com todas às letras aos sergipanos, sejam eles de oposição, de situação ou neutros dentro do processo político local. No entanto, o líder do governo na Assembléia optou pelo caminho aparentemente mais curto, mais que não esclarece absolutamente nada. Tascou uma tradicional frase de “ataque intimidatório” do tipo: “Querem inviabilizar a construção da ponte”. Pode até ser que o sentimento e o objetivo da oposição seja esse, mais isso não justifica a absoluta falta de explicação – não a oposição – mais a todos os sergipanos que estão a se perguntar. “Por que agora é necessário um empréstimo de R$ 100 milhões (olhe que é muito dinheiro) para a construção de uma obra cujos recursos já existiam?”.

 

É isso que o governo precisa explicar, não pra oposição, mas para todos os sergipanos e isso de forma bem clara e transparente. Do contrário o atual governo corre o risco de cair no lugar comum do fim dado aos recursos da venda da Energipe. Quem não lembra dessa triste história?

 

 

Laudêmio ilegal? OAB entre na briga

O presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade, se prontificou a estudar formas jurídicas para recorrer contra a cobrança do Laudêmio e do Foro dos imóveis localizados nas chamadas áreas de marinha. Ainda esta semana estarei veiculando, neste espaço, entrevista com Henri Clay sobre este assunto. A promessa feita aos leitores de que não deixaria o assunto morrer está mantida.

 

Quem tiver informações que possam ajudar na confecção da ação contra essa bi tributação, favor entrar em contato ou enviar pelo e-mail abaixo.

 

Piada do Dia

Da tribuna da Assembléia, o deputado Augusto Bezerra (PFL), elogiava as ações do governo do Estado no alto sertão sergipano e de rompante soltou a seguinte frase: “O governo federal, o governo do presidente Lula e do PT, até agora não mandou uma só gota de água pro sertão de Sergipe”. Um gaiato que acompanhava a sessão da área reservada à imprensa, não se conteve: “ah, pensei que o poder de fazer chover fosse de Deus e não do governo federal?!, levando as pessoas à gargalhadas.

 

José Araújo é jornalista

josearaujo@infonet.com.br 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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