A participação relativa de energias renováveis têm se mantido praticamente estável. O Brasil é o país que mais utiliza de fontes renováveis de energia, as chamadas energias limpas em todo o mundo. Em 2007, as fontes renováveis (Hidráulica, carvão vegetal e produtos de cana de açúcar) representaram 46,4% de toda a produção, ou seja, quase metade da energia consumida no Brasil é gerada por fontes renováveis. A média mundial de utilização de energia renovável é de apenas 13,2%, enquanto nos países da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), esta média é ainda menor, 6,1%.
A manutenção do percentual de utilização das energias renováveis é reflexo da compensação entre o forte crescimento dos produtos da cana de açúcar e outras renováveis de um lado e do crescimento do consumo de urânio e seu derivados, do petróleo e seus derivados e do gás natural, que apresentaram crescimento expressivo e expansão na oferta interna.
A cana de açúcar passou a ser em 2007, pela primeira vez, a segunda matriz energética do Brasil, superando a energia hidráulica como fonte, segundo o presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. A energia produzida por produtos da cana representou 16%, enquanto que a hidráulica foi de 14,7%. Ela só perde para o petróleo, que representa 36,7% das fontes usadas no país.
O potencial brasileiro de geração de energia a partir de fontes renováveis está na mira de grandes grupos europeus, que estão intensificando os investimentos nessa área. De janeiro para cá, o país vem passando por um boom de negócio com esse perfil, envolvendo grupos como os franceses Areva e Velcan Energia, o português EDP e o espanhol Fortunv.
O negócio mais recente nessa área foi anunciada pela Energias do Brasil, holding da gigante portuguesa Energias de Portugal (EDP). O grupo decidiu criar uma unidade de negócios para produção de energia renovável na América do Sul, o que inclui construção de pequenas centrais hidrelétricas, usinas de biomassa e parques eólicos. O objetivo nada modesto da Enernova é chegar a uma capacidade de geração de 1.000 megawatts até 2012, somente em pequenas centrais hidrelétricas. (Ambientebrasil)