Ensaio sobre a distância

Pensando sobre o percurso. A distância entre mim e você pode ser considerada a mesma, se levarmos em consideração o caminho oposto de nossa relação? Depende…

Cada lado possui sua própria avaliação das coisas, seus quiproquós. Achar que o ponto de nossa aproximação é válido para ambos os lados pode ser considerado uma tolice danada, algo deselegante. Quando existe uma distância entre duas pessoas, apenas o tempo entre esse encontro é valioso. Quanto maior o tempo, maior o espaço a ser andado. E se nunca mais encontrarmos o outro (lado)? Paciência!

A distância pode ser prolongada se no caminho existirem atalhos que não nos levam ao breve, ao mais rápido abraço. Pegue seus atalhos e reveja o que cada um quer dizer. O atalho é a consciência e quanto mais intricado ele for maior será a distância. Quem é esperto tem nesse tempo, o senhor das decisões. Os impacientes cortam caminho e no final não chegam a lugar algum.

A distância pode ser uma balança. Às vezes, quanto mais nos afastamos daquilo que nos deixa insatisfeitos, mais próximos ficamos da luz. Raciocinar sobre a distância emprega em acrescentar consciência a temas importantes. Todas as minhas distâncias já me tiraram o sono. Cada uma tem um nome, um telefone e mesmo com o GPS em minhas mãos, em alguns casos, preferi me perder.

Uma distância reduzida de forma forçada pode machucar. Eu sei disso, pois já saí ferido de alguns encontros, mas é melhor o saber em si do que se enganar e tecer lamentos seguros de incertezas.

Cada caso é um caso e em algumas situações quanto mais distante, o olhar torna-se mais apurado. Ganha-se força para julgar a situação pela ótica da realidade, que pode ser dura ou amena, depende da espessura da dor em questão.

Agora mesmo, por exemplo, sem me conhecer muito bem, você, caro leitor, pode me julgar de forma mais solta do que assim poderia fazer meus amigos mais íntimos. Claro que com isso correria o risco, também, de erra mais facilmente em sua análise superficial, pois não temos nenhuma relação mais próxima. A nossa distância implica apenas nestas palavras, mas pode a partir do seu raciocínio nós aproximar ainda mais (não apenas pelo seu comentário), mas pela oportunidade de termos uma relação (sadia) entre escritor e leitor, diminuindo assim qualquer distância de outrora.

Querendo ou não, avaliarmos nossas distâncias (no plural mesmo) é a mais pura certeza de que nosso cérebro é maravilhoso. Assim, não nos enxergamos tão próximos do ponto em questão, o que facilita compreender melhor a verdade ou quem verdadeiramente somos. Prezando certas distâncias, sobrevivemos às insanidades do cotidiano.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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