Ensaio sobre a falsidade

Roupa sem grife é falsa. Eletrodoméstico barato é Chinês. Pilha palito falsa descarrega mais rápido. Cor do mar escura é barro. Luar sem cor é minguante. Amor sem “amor” é fraqueza. Música sem compositor é pública. Perfume sem álcool é vaporizador. Carinho em desconhecido é carência. Limpeza superficial dá alergia. Alegria sem razão é Carnaval. Carnaval sem alegria é retiro. Deus sem fé é teoria vazia. Aeroporto vazio é embarque. Já aeroporto lotado é desembarque e embarque atrasado. Impressões erradas são ilusões. Consciência perturbada é culpa. Carta que volta é endereço errado? Doença diagnosticada é alívio ou medo. Resultado errado é processo. Água fervendo pode ser culinária. Pizza de frango gelado não é tão ruim assim. Espelho pequeno é lente de aumento. Espelho grande, motel. IPhone com dois chips é invenção made in Paraguai. Amizade sem consideração não serve. Distância que dói é saudade. Abraço quente, febre. Rock sem guitarra é acústico. Passe livre, velhice. Sapato grande, mulherão. Troféu sem disputa, W.O. Texto sem leitor é arquivo. Sujinho no dente é coentro. Cheiro de mato, essência. Ouro barato é de tolo. Riqueza sem dono é dos mais espertos. Apartamento pequeno, flat. Coca-Cola sem gás, xarope. Mundo sem imaginação é estaticismo. Já Branca de Neve é conto de fadas. Macarrão em restaurante é festival de massas. Dependendo do dia, sardinha pode ser atum. Paciência é dependência. Gosto ruim é ressaca. Chuva pouca, garoa. Doce caseiro enlatado é saboroso. Freedom 90 é hit antigo. Todo aviso é advertência. Manifestos hoje em dia, não têm poder. Coração não é músculo, é desenho. Casamento não é contrato. Loiro no nordeste é gringo. Ócio é tempo perdido. Desejar não é sonhar. Sentir “não custa nada mais que tempo”. Terminar é acabar. Comer, mastigar. Fotografar é captar. Ligar é desligar. Acampar, contemplar. Escrever é conectar. Desprezar é amar. Nunca se deve aconselhar. Chocolate engorda. Cientificar não é racionar. Ter ciúme é querer bem. Não ter ciúme é não ter amor. Loucura é solidão. Correr mais rápido é chegar na frente. Engravidar não é parir. Já nascer nem sempre é respirar.

 

[Recife – 13/04/09]

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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