ENTRE DONNUT”S, DUFF E D”OH

Katty Cristina Lima Sá
Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe
Bolsista PIBITI/CNPq
Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)
katty@getempo.org
Orientador: Prof. Dr. Dilton Cândido Santos Maynard

No dia 19 de abril de 1987 os Simpsons iam ao ar pela primeira vez nos intervalos do talk- show "The Tracey Ullman Show" com pequenos episódios de três minutos. Dois anos mais tarde, em 1989, a família amarela criada por Matt Groening ganhou sua própria série no horário nobre do canal Fox, sendo um sucesso nesse horário e provando com seu humor sarcástico e suas críticas à sociedade ocidental, que os desenhos animados não eram
exclusivos do universo infantil.
Desde o primeiro episódio intitulado "Simpsons Roasting on an Open Fire" até hoje, Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie conquistam fãs e alimentam o imaginário e a "Simpsonmania" de pessoas em todas as partes do mundo. Muitos espectadores se identificaram com o jeito de “Bad boy da America” de Bart Simpson, por isso estamparam sua cara em camisetas; desejaram ter o espírito revolucionário da Lisa ou viram um pouco de si em algum ato ou frase, aparentemente estúpido, de Homer. Além disso, ao assistir os episódios, surge a vontade de beber cerveja Duff, comer no Krusty Burger, ou descobrir em qual das 22 cidades com o nome de Springfield nos Estados Unidos estaria a Taverna do Moe.
O sucesso e a fama dessa série, que já a transformou na mais longa série de TV da história, completando no ano de 2014 seus 25 anos de transmissão interrupta, se deve à atualidade do roteiro bem elaborado, em dia com questões da vida contemporânea como: religião, globalização, racismo, de maneira neutra, sempre colocando os vários lados de uma questão, sem tomar partido, com um humor inteligente.
Uma série que critica a sociedade de tantas formas, como é o caso de "Os Simpsons", para conseguir se manter no ar por tanto tempo necessita também se adequar à crítica sem perder suas principais características. Como prova dessa adaptabilidade dos Simpsons, podemos tomar por exemplo o filho mais velho, Bart, que depois de várias críticas sobre seumal comportamento e à má influência para as crianças, teve seu lado sentimental e de menino incompreendido mostrado com mais frequência e, principalmente, passou a tratar menos o pai por "Homer", sem deixar de ser um garoto brincalhão e travesso.
Outro exemplo dessa adaptabilidade é usar do culto às celebridades, comum na sociedade norte-americana. Vários personagens famosos da política, música e dos esportes como George Bush, Lady Gaga e Ronaldo, já visitaram Springfield, com isso a série bateu o recorde do maior número de participações especiais.
De certo, o prestígio que a série “Os Simpsons” ganhou como ícone na cultura pop,como retrato de nós mesmos, não será tão cedo retirado. Poucos programas de TV conseguem se manter, por tanto tempo, vivos e atuais, despertando o interesse de tantos tipos de pessoas, entre elas, pesquisadores de várias áreas, resultando vários livros e artigos sobre o programa.
Não foi por acaso que em certa ocasião Homer Simpson foi eleito o maior americano de todos os tempos, ou seu famoso "D'OH" registrado no dicionário Oxford. O sucesso e a "Simpsonmania" é o resultado de um programa que consegue retratar a nós mesmos de uma maneira inteligente e divertida.

Para Saber Mais:
The Simpsons Archive: http://www.snpp.com/misc.html
WikiSimpsons: http://pt.simpsons.wikia.com/

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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