Entrevista – Marcelo Déda

Foto: César Oliveira
“Não podemos combater o aparelhamento da máquina pela direita fazendo o aparelhamento da máquina pela esquerda”

Numa entrevista descontraída o governador eleito, Marcelo Deda (PT) fala da expectativa de assumir o governo do estado, do processo de construção da maioria na Assembléia Legislativa, do relacionamento com a imprensa sergipana e da carta publicada pelo governador João Alves recentemente nos jornais locais. A seguir a entrevista completa:

Cláudio Nunes – Quando foi eleito pela primeira vez prefeito, no ano 2000, o senhor descreveu que as pessoas não davam parabéns, mas diziam para que não  as decepcionassem, aumentando sua responsabilidade. Faltando pouco mais de um mês para assumir o governo estadual a cobrança é a mesma?

Marcelo Déda –  Sem dúvida. A mesma intensidade multiplicada por um número maior de pessoas. Nossa vitória esteve o tempo inteiro vinculada a uma idéia de mudança, de transformação efetiva dos costumes, da cultura gerencial, dos compromissos que o Estado precisa manter com a sociedade e das prioridades com os setores mais pobres. Essa idéia de mudança que não é apenas o voto, como disse na reunião da equipe de transição, mas que precisa ser traduzida no conceito de trabalho e numa conseqüência deste trabalho. Essa idéia de mudança esta presente nos corações dos sergipanos e eles estão esperançosos, com uma grande expectativa, como também será grande a cobrança. Estamos preparados do ponto de vista psicológico e do ponto de vista prático. A única coisa que pedimos aos sergipanos é compreensão, porque paciência eles já tiveram demais. Compreensão de que a tarefa que nós recebemos não é algo que possa ser implementado de imediato ou ao curso do primeiro mês ou do primeiro semestre de governo. Não fomos candidato a Deus, ganhamos para ser governador do estado e enfrentaremos enormes dificuldades. No primeiro momento nós precisaremos da compreensão do povo de Sergipe, da mobilização da sociedade e da solidariedade de todos os sergipanos no sentido de nos ajudar a vencer os obstáculos e de processar o mais rápido possível às mudanças de estrutura que nós precisamos fazer para que aí sim os resultados comecem a aparecer.

CN – Como foi ter recebido o apoio do ex-governador Seixas Doria, que foi cassado no golpe militar de 1964 e foi para o horário eleitoral pedir votos para o senhor?

M
D –  É uma honra muito grande. Para nossa geração que acompanhou de longe, muito mais pelas histórias que nós ouvíamos o significado da eleição e, sobretudo a coragem cívica do governador Seixas Doria foi uma honra muito grande. A primeira vez ele se encontrou comigo quando estava ainda à frente da Prefeitura dizendo que queria participar da campanha. E o governador Seixas Doria fará 90 anos agora em 2007 e logicamente não colocaríamos ele na agenda para participar de carreatas e nos comícios. Então pedi a equipe que fosse na casa dele colher um depoimento. E ocorreu um dos momentos mais emocionantes da eleição. Tinha chegado na produtora para gravar e o pessoal me chamou para ver o depoimento dele. E fui para a ilha de edição assistir pela primeira vez, depois chamei José Eduardo, chamei Jackson que também ficou emocionado e todos nós terminamos com lágrimas nos olhos pelo significado daquela participação e pelo conteúdo do depoimento. Foi no momento que estava sendo muito agredido e caluniado, e ele foi capaz de traduzir na sua fala uma síntese tão bela e ao mesmo tempo tão simbólica que todos nós que estávamos na ilha de edição terminamos com os olhos marejados, face a sinceridade do que ele falou, ao significado do que ele falou e ao peso de quem estava falando. Para mim é uma honra muito grande está assumindo o governo tendo o apoio de Seixas Doria e por isso fui convidá-lo para a posse. Brizola falava muito do fio da história e em 64 este fio foi rompido. De certo modo a nossa eleição é como se aquilo que foi rompido pudesse ser outra vez entretecido, quer dizer se articulando para dar continuidade a uma luta de décadas do povo de Sergipe por transformações e mudanças.

CN – O senhor citou a palavra mudança, que foi uma das mais proferidas em sua campanha. As cobranças já começaram a aparecer antes mesmo de assumir o governo por conta da conversa com alguns deputados que dão sustentação ao atual governador. A construção da maioria na Assembléia não pode prejudicar este projeto de mudança em alguns setores?

MD – Não, porque nós ainda na campanha dissemos em várias entrevistas, em vários comícios e reuniões com os aliados que o compromisso número um da nossa administração seria com o povo sergipano. E que eu teria a abertura, a flexibilidade, a sensibilidade e jogo de cintura suficiente para operar concessões, desde que elas não ameacem o conteúdo mudancista do nosso projeto. Nós, como acontece em qualquer democracia do mundo, vamos governar numa coalização e os membros dela vão ter espaço de poder na administração, mas a liderança do projeto é do governador. E o governador assumiu uma responsabilidade com o povo de Sergipe e não vai permitir que esse compromisso prioritário com a população seja ameaçado em momento algum. Nós precisamos compreender que o processo de mudança não pode ser sinônimo de terra arrasada. Não vamos chegar nas repartições demitindo a torto e a direito, afastando todos que se encontram, porque assim teremos uma ruptura que ao invés de beneficiar poderá atrapalhar e atrasar a implementação das mudanças. Nós vamos ter a tranqüilidade para operar as mudanças estratégicas, capacidade de compreender que existem profissionais que mesmo que não votaram em mim são de longo tempo na máquina pública, que conhecem a estrutura do Estado e são técnicos responsáveis que devem ser aproveitados. Não podemos combater o aparelhamento da máquina pela direita fazendo o aparelhamento da máquina pela esquerda. Nós precisamos conciliar as necessidades de mudança de comportamento, de mentalidade e de atitude, com a capacidade de deixar funcionando aquilo que de fato está dando certo. Meus aliados sabem que estou preparado para prestigiá-los, que todos eles participem conosco do governo estadual, mas a essência do projeto é aquilo que divulgamos durante a campanha, que é operar de uma forma diferente as políticas públicas para que o Estado mude e que o principal beneficiário destas mudanças seja o povo sergipano especialmente os mais pobres. “Nós, como acontece em qualquer democracia do mundo, vamos governar numa coalização e os membros dela vão ter espaço de poder na administração, mas a liderança do projeto é do governador”.

CN – O presidente Lula, depois da reeleição começou a desabafar sobre o papel da grande imprensa nas eleições deste ano. E em Sergipe a situação não foi diferente. Qual a avaliação que o senhor faz hoje dos meios de comunicação no Estado?

MD – Acreditamos que durante as eleições uma parcela considerável da mídia assumiu de maneira não declarada, mas indisfarçável o apoio ao governador João Alves Filho. Não achamos equivocado que um órgão de imprensa formalmente declare apoio a uma ou outra candidatura. Isso ocorre nos Estados Unidos da América, isso ocorreu no Brasil com a Carta Capital, que em editorial expressou que considerava a candidatura de Lula o melhor para o Brasil. Mas mesmo quando os órgãos formalmente declaram o apoio a alguma candidatura eles separam a parte opinativa da parte informativa. Infelizmente em alguns órgãos de imprensa, quero pedir permissão para não mencionar, nós vimos uma confusão completa, na verdade muitas matérias na prática eram editoriais, com a intenção muito nítida de desgastar o candidato da oposição e fortalecer o candidato à reeleição. Independente disso a imprensa é indispensável. Não há uma democracia que mereça este nome se não tiver em pleno funcionamento uma imprensa livre. Até diríamos que é melhor uma imprensa livre errando do que a ausência de liberdade de imprensa. Acredito que todas as instituições da democracia podem ser criticadas, como os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A imprensa é uma instituição democrática. Ela não pode ser pressionada, perseguida ou constrangida, mas acho sadio que este processo eleitoral tenha pautado na sociedade brasileira uma reflexão sobre o papel da imprensa. Acho que se acontecer este debate sairá um Brasil mais democrático e uma imprensa mais forte e respeitada com mais independência para produzir  suas criticas e funcionar plenamente. Aqui em Sergipe teve um detalhe que foram as pesquisas. A forma como algumas pesquisas foram manipuladas foram visíveis, foram indiscutíveis. Acredito que a tarefa de convocar a imprensa à reflexão, de pugnar por uma imprensa mais correta não deve ser dos governos. Não há justificativa para que os governos se intrometam no processo da liberdade de expressão. Achamos que a sociedade é que em ultima instância compete fazer a crítica e exigir das instituições da democracia o mais perfeito funcionamento.

CN – E qual a avaliação que o senhor faz dos gastos anuais do governo estadual em mais de R$ 30 milhões em publicidade, cujo contrato o novo governo encontrará em vigor?

MD – Nós vamos rever a política de comunicação de maneira bem profunda. Nós compreendemos que a publicidade oficial é muito mais do que um direito, é um dever do governante. É fundamental que os meios de comunicação possam ser utilizados para que os governos prestem contas a sociedade e informem aos contribuintes onde estão sendo aplicados os tributos. O que nós não podemos persistir é com alguns conceitos inadequados que transformam a publicidade oficial em culto a personalidade ou transformam a publicidade oficial em redes para pescar apoios. Essa manipulação da política de comunicação social é algo que devemos combater. O que pretendemos é  construir uma política de comunicação democrática, saudável, transparente, sem perseguições, profissional, baseada em valores éticos, em valores republicados e democráticos. Pretendemos ao longo do futuro governo criar as condições para que haja uma interlocução mais sadia, mais aberta e tranqüila entre a imprensa e o governo, inclusive entre os empresários e a própria administração pública.  Não temos nenhuma vocação de perseguir, não temos nenhum interesse de criar uma política de culto a personalidade, mas temos a pretensão de usar com parcimônia, com responsabilidade e com eficiência os instrumentos de comunicação social do governo do Estado. Acreditamos que é preciso divulgar, porque se não divulgar o contribuinte não vai acompanhar o que está acontecendo, mas é preciso ter parcimônia. Nós precisamos entender que a publicidade é um meio, não pode ser um fim do governo. É preciso que tenhamos ações concretas até para ter um produto para anunciar, porque do contrário vira um mero exercício de marketing e não uma política de prestação de contas. Para nós a publicidade tem que ser vista como uma política de prestação de contas, é obvio que hoje tem uma tecnologia de marketing e uma séria de técnicas e instrumentos a disposição da divulgação, mas acreditamos que você só pode divulgar com tranqüilidade quando a sua prioridade é realizar. Você não pode colocar em primeiro lugar a divulgação e em segundo lugar o investimento produtivo que interfere na vida das pessoas. Na Prefeitura, tínhamos pouca verba publicitária, num valor pequeno e éramos muito criticados, onde diziam que era uma forma amadora, mas foi uma opção. Tínhamos três grandes momentos de publicidade durante o ano. Tínhamos o aniversário da cidade onde fazíamos a divulgação do período administrativo. No meio do ano onde divulgávamos o Forro Caju, onde concentrávamos a verba de divulgação turística também em outros estados e no final do ano no período de divulgação de atividades administrativas. Foi assim que trabalhamos usando racionalmente os poucos recursos que tínhamos. E quando tínhamos uma obra nova a entregar a comunidade realizávamos campanhas especificas, além das campanhas do IPTU e de utilidade pública. No governo do estado o fundamental será a compreensão de que para divulgar tem que fazer. E a divulgação tem que ter a filosofia de informar ao contribuinte o que estamos fazendo com os recursos públicos e naturalmente em outras situações faremos  algumas divulgações fundamentais de utilidade pública, divulgação turística e outras. Tudo com uma nova política que respeite a autonomia dos órgãos de comunicação e ao mesmo tempo não realize qualquer espécie de perseguição. E também ter mais racionalidade. O dinheiro da publicidade é o dinheiro público. Você não pode ser de uma hora para outra na prática o único anunciante de certos jornais. Tem tanto jornal que eu não sabia que existia e quando leio tem patrocínio do governo estadual. Às vezes um cabo eleitoral lança um jornal e o Estado banca, essas coisas têm que ser mais racionais, mais cuidadosas.

CN – No primeiro governo de Lula, Sergipe foi contemplado com José Eduardo na presidência da Petrobras. A sua expectativa é que Lula atenderá o seu pleito colocando alguém de Sergipe no primeiro escalão do Governo Federal?

MD – Creio que sim. Primeiro conversei com o presidente e expressei com todo respeito, mas de forma muito clara a minha opinião que o Estado de Sergipe deve estar bem representado na segunda administração do presidente Lula. Esta representação pode ser num ministério, mas pode ser num cargo que tecnicamente é chamado de segundo escalão, porém é muitas vezes mais importante que um ministério. Zé Eduardo Dutra foi presidente da Petrobras que tecnicamente falando é um cargo do segundo escalão, subordinado ao Ministério das Minas e Energia, mas na prática tem muito mais impacto e capacidade de influenciar na vida econômica e social do país do que muitos ministérios. A nossa reivindicação é que Sergipe esteja bem representado, de preferência num ministério, numa estatal ou numa agencia pública federal que tenha relação com o Estado de Sergipe, para que tenhamos uma linha direta com o governo central a partir da atuação daquela pessoa que assumir esta responsabilidade. Tivemos a oportunidade de conversar com José Eduardo, que viajou para tirar  férias, e disse que na volta iríamos conversar porque ele disse que ainda não decidiu qual será a prioridade dele se é atuar no governo estadual, se colocar à disposição do governo federal ou até mesmo atuar na iniciativa privada onde tem convites em função da experiência que teve. José Eduardo é hoje um dos currículos mais disputados do país, em função dos três anos que passou à frente da Petrobras. Estamos esperando ele voltar para verificar qual a posição dele.

CN – Ele é o único nome para ocupar um cargo relevante no governo federal?

MD – Não, tem vários nomes dentro do PT e nos partidos aliados. José Eduardo não me pediu nada, mas foi uma ação pessoal minha que tenhamos quadros integrados na tarefa de administrar o país com um todo. Sergipe tem uma tradição histórica de contribuir desde o império até os dias atuais. Essa tarefa não está vinculada a único nome, mas a um nome ligado ao governador e aos seus aliados para que represente Sergipe na composição do futuro governo num cargo de visibilidade que tenha condições efetivas de influenciar na vida dos sergipanos e dos brasileiros.

CN – Qual a avaliação que o senhor faz da carta publicada pelo governador João Alves nos jornais locais?

MD – Li a carta nos jornais, depois recebi o original. Decidi que não farei uma tréplica através da imprensa. Vou responder a carta com toda cortesia e respeito que o governador merece, obviamente que discordo de muita partes do teor dela e peço para não detalhar neste momento. Não me compete agora alimentar polêmica. Em primeiro de janeiro vou assumir o governo do Estado não posso perder a tranqüilidade, nem me apressar. Inexoravelmente no dia primeiro tomarei posse, a única força que pode me impedir é Deus que é o senhor de nossas vidas e de nossos atos. Do ponto de vista da história não preciso me apressar e me aperriar. Não só eu que tem que ficar aperriado. Vou responder a carta e manifestar minha opinião sobre as questões. Decidi não divulgar essa tréplica. Vou dizer para você em primeira mão. Na verdade vazou sem maldade a primeira carta. Fiz aquela entrevista coletiva porque era o jeito. Não tinha nenhum interesse de travar polêmica pública com o governador João Alves. O debate que precisava fazer com ele fiz na campanha. Não tenho nenhum interesse em continuar travando debate, já que desarmei meu palanque no dia seguinte da eleição. Como na audiência que tivemos no dia 19 de outubro, o governador João Alves, na presença de várias testemunhas, disse que tinha um estilo centralizador e que presidiria pessoalmente a transição e que os atos dela deveriam ocorrer quando ele estivesse no Estado para liderar o processo, fiquei aguardando. A eleição terminou, depois passou a semana pós a eleição do segundo turno e quando iniciou a segunda semana e fui informado que ele iria se afastar para descansar com a família, vi que o lapso que era para ser de 10 dias tinha virado mais 17 e corria o risco de virar um mês, correndo o risco de atrasar excessivamente a transição. E ao lado disso uma serie de projetos de lei começaram a tramitar na Assembléia e a imprensa começou a noticiar e foi cobrado nas ruas a respeito dos atos que não tinha nenhuma responsabilidade. Em função disso avaliei que não tinha direito de esconder do povo de Sergipe o que estava acontecendo. Mas não há no meu coração nem na minha mente nenhum desejo nem de polemizar, nem de constranger e nem de criar dificuldades para que o governador João Alves termine seu governo da maneira que julgar mais conveniente. Aprendi a respeitar não apenas os que concordam comigo. Quando era jovem, o professor Paulo Freire esteve em Aracaju quando era secretário de Educação de Luiza Erundina e nós do PT, inclusive o professor Diomedes, nos reunimos e ficou marcado algo que ele disse e nunca mais saiu da minha cabeça que foi aprender com quem pensa igual a você é muito fácil, o grande desafio da vida é você ter tolerância para aprender até de quem diverge. Isso para mim virou uma referência de vida e aprendi ser tolerante, o que não sou é idiota. Aprendi a ter paciência, mas não aprendi a ser ingênuo, a ver as coisas acontecendo, saber que elas iriam se refletir na futura administração, que seria cobrado por uma série de atos de que não tive participação e manter isto guardado no meu coração sem informar a opinião pública. Passaria a idéia de alguém sem pulso, sem coragem e o que é pior, alguém que estaria omitindo do povo que me elegeu informações preciosas a respeito do futuro do Estado.

CN –Quando o senhor começará a dialogar com as lideranças aliadas sobre a composição do secretariado?

MB – Gosto de brincar com o pessoal dizendo que quem não é Pelé, que dá passe de primeira tem que parar a bola e olhar o campo. Sou dos que para a bola e olho o campo. Tenho muito cuidado em realizar tudo, posso até me equivocar, mas todo trabalho preliminar é para evitar o erro. No primeiro momento todas as energias estavam voltadas para o processo de transição. Esperava que fosse um processo de transição entre eu e o atual governador. Esse diálogo infelizmente não evoluiu muito, porque os projetos de lei continuaram sendo enviados a Assembléia Legislativa, e decisões administrativas continuaram a ser tomadas. Estou preocupado em fazer o melhor para que não haja perda de tempo no começo do governo. Resolvida uma parte da transição, de manutenção física e de relacionamento entre as equipes que tem andado nos últimos dias, através dos equipamentos e das reuniões. Quando a transição ganhar o seu ritmo, vou me afastar um pouco das tarefas cotidianas para me dedicar às tarefas políticas de construção do secretariado. Qual é o método. Vou conversar com os partidos aliados. Hoje, (quinta-feira) já posso lhe adiantar em primeira mão, conversei com o presidente do meu partido, Márcio Macedo e vou conversar com todos os partidos aliados, incluído o grupo de dissidentes do PSDB que me ajudou muito e vou os estimular a  colocarem na mesa que contribuição desejam dar ao futuro governo e os quadros que dispõem para compor o secretariado. Vou ouvir calado, vou anotar os nomes, depois vou fazer uma reflexão, vou fazer um cruzamento de todas as conversas, verificando onde há consenso e conflitos. Vou analisar as sugestões e propostas a luz da minha convicção pessoal e do perfil que estou construindo para a administração e depois sistematizar para chamar uma segunda rodada de afunilamento com os aliados para que possa anunciar o mais rápido possível os nomes do secretariado. Esse processo será antecipado pela definição da nova estrutura. Porque não podemos cair no equívoco de que tudo que é importante tem que ter uma secretaria, como por exemplo, da juventude, da criança, do negro, da mulher, do esporte e tudo mais. É preciso compreender que numa administração moderna tem que ter foco e simplificação, através da redução da estrutura burocrática. Isso não é bom apenas para as finanças, porque além reduzir custeio da máquina cria mais agilidade na tomada de decisões. Na hora que tiver esse diagnostico vou travar essa conversa com os aliados. Acho que será um diálogo tranqüilo porque os aliados não vieram em busca de cargos. Mesmo o PMDB que fechamos o acordo durante a convenção e que terá o mesmo tratamento, veio para apoiar um candidato da oposição e não em função de cargos, porque havia uma lenda de que ninguém era capaz de derrotar João Alves no governo e eles vieram muito mais no risco do que na vantagem. E tenho a convicção de que não farei um bom governo se não tiver o apoio e a participação dos aliados. É uma relação de respeito mutuo que será capaz de edificar um governo que dará as respostas que Sergipe espera de nós.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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