Entrevista/Mendonça Prado

 

“Eleição não se ganha de véspera” 

 

Para o deputado federal Mendonça Prado (PFL) o governador João Alves Filho (PFL) está em linha ascendente  e quando iniciar a campanha eleitoral as pesquisas terão relevância para o resultado do pleito. Nesta entrevista o deputado reafirma que se não houver aliança com o PSDB, se sentirá a vontade para votar em Heloisa Helena para presidente. “Para mim será algo honroso”, revelou. A seguir a entrevista:

                                                                

Cláudio Nunes – O deputado passou boa parte do mandato como secretário de Estado. Quais os pontos que    serão mostrados para conquistar o eleitorado?

Mendonça Prado – Como secretário acho que executei o meu dever. Foi na minha gestão que o Estado conseguiu instituir um calendário de pagamento que beneficia todos os servidores públicos. Também na nossa administração o Estado conseguiu igualar o valor do vencimento base ao salário mínimo nacional. As licitações na modalidade pregão eletrônico reduziram consideravelmente os custos da maquina administrativa e propiciaram as condições para que houvesse investimentos significativos em setores importantes. Retomamos os jogos dos servidores públicos e criamos a feira de talentos. Ao retornar a câmara, apresentei algumas propostas como a instituição do voto facultativo e a alteração nos termos da propriedade dos minérios, matéria de grande relevância para estados produtores como Sergipe. Além disso, estou lutando pela aprovação de emendas de minha autoria que reorganiza o sistema tributário nacional, assunto que interessa sobremodo aos estados nordestinos.Portanto, na campanha eleitoral apresentarei o resultado de um trabalho que considero extremamente positivo, realizado durante os últimos quatro anos.

 

CN – Mendonça Prado vem de uma família política, onde seu pai, Luciano Prado, foi deputado por vários mandatos. Porém, atualmente grande parte da imprensa lembra apenas que o    deputado é genro do governador, isso lhe incomoda?

MP  A minha vinculação com o governador tem base em vários aspectos. Exerço o meu quinto mandato filiado ao PFL. Fui antes de casar com a minha esposa, presidente do diretório municipal do PFL e candidato à vice-prefeito na chapa da atual senadora Maria do Carmo Alves. Portanto, há uma sintonia que eu diria antiga, mas se as pessoas acham que as minhas ações resultam do fato de ser genro, o que é que eu posso fazer? Sou filho de um político que exerceu mandato eletivo por trinta e dois anos consecutivos. Desse modo, eu quero dizer que a minha vida é a vida de um homem público, assim não tenho domínio das impressões nem das interpretações das pessoas. Todos são livres para expressar pensamentos e fazer a análise que entender correta. Não me incomodo com o que os outros dizem.

                                                                                                                                                           

Mendonça:sou um admirador da senadora Heloisa Helena (foto: César de Oliveira)

CN – Todas pesquisas eleitorais colocam o governador João Alves em segundo lugar. O senhor  avalia que este terceiro mandato dele não correspondeu às expectativas da população ou   falta uma maior divulgação do trabalho realizado?

MP – João Alves é um homem experiente. Eleição não se ganha de véspera. Além disso, o governante que trabalhar com base em pesquisa eleitoral termina comprometendo a sua administração. Há tempo de plantar e há tempo para colher. João Alves está em linha ascendente e quando iniciar a campanha eleitoral, aí sim as pesquisas terão relevância para o resultado do pleito. Esse foi o maior governo que ele realizou  e isso se constata nos índices publicados pelo IBGE que demonstram a considerável melhoria da qualidade de vida dos sergipanos nos últimos três anos. Por essas razões, entendo que a gestão governamental corresponde a expectativa da população, e no momento certo, quando o povo poder expressar através do voto a sua opinião sobre o tema, nós comprovaremos isso. 

 

CN – Das ações do governador João Alves qual o senhor entende como a mais significativa  neste mandato?

MP – São várias, mas a erradicação das casas de taipa e o programa água em toda casa na minha avaliação têm significado especial. São ações que dignificam, que humanizam que elevam a qualidade de vida e permitem que todos os concidadãos sintam-se contemplados com as políticas públicas de um governo voltado para o social.

 

CN  – Em algum momento das negociações com o PSDB, do ex-governador Albano Franco o senhor foi consultado para deixar de ser candidato e ir para o Tribunal de Contas?

MP – Nunca. Esse foi um assunto que criaram e transformaram em fato.

 

CN – O deputado em algum momento foi consultado sobre uma possível composição entre  João Alves e  Albano Franco?

MP – Conversei poucas vezes sobre esse assunto. Sempre fui favorável a aliança preservando a candidatura ao senado do nome que é do PFL, Maria do Carmo. A minha opinião é que é injusto o PFL votar para um candidato a presidente da República do PSDB e não poder manter no estado a candidatura de um nome que tem uma extraordinária aceitação junto ao eleitorado. Mas é bom deixar bem claro que a minha opinião é pessoal e não tem força para definir absolutamente nada.

 

CN – Alguns aliados do senhor, quando concedem entrevista chegam a dizer que a senadora Maria do Carmo já está  reeleita. Apesar do grande percentual dela nas pesquisas não são   temerárias declarações deste tipo?

MP – Acho que ela tem grandes perspectivas em razão do trabalho que realiza e do conceito que dispões junto ao povo sergipano. Entretanto, vitória só se conquista na contagem dos votos, e por essa razão, ninguém pode se considerar eleito antes de uma eleição.

 

CN –  O deputado reafirma à disposição em votar em Heloisa Helena (PSOL) caso não ocorra um entendimento com o PSDB em Sergipe?

MP – Sou um admirador da senadora Heloisa Helena. Acho que ela é coerente, não é corrupta e é contra a transposição do rio São Francisco como nós sergipanos somos. O Brasil, em alguns momentos, precisa de gente que fale com o coração, com a alma, sem dissimulação. Ela me parece que não tem disfarces, é uma voz corajosa capaz de dizer verdades, mesmo que as verdades incomodem.    Acho também que tem que alguém repelir os cínicos, os ladrões e oportunistas que enganam a sociedade e estão em vários setores. Ela tem coragem de fazer isso. Não tenha dúvida de que, se não houver aliança com o PSDB, me sentirei a vontade para fazer o que para mim será algo honroso, votar em Heloisa Helena para presidente.  E mais, se ela aceitar, estarei com ela nos palanques em Sergipe.

        

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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