Apesar do governador eleito Marcelo Deda (PT) demonstrar maior preocupação em trabalhar para que o presidente Lula ganhe com expressivo número de votos em Sergipe, já se faz muita especulação em torno dos auxiliares diretos e do pessoal de segundo escalão. Evidente que Marcelo Déda não teve muito tempo para tratar do assunto – sequer viajou para descansar – mas existem nomes que integram naturalmente o grupo que ele sempre gostou de trabalhar e confia muito neles. Embora também não sinalize, o futuro governador já tem os membros da equipe de transição, que vai dar formato ao projeto de governo. Por trás das especulações em torno da formação da cúpula administrativa, também existe uma articulação que ronda a Assembléia Legislativa. A coligação liderada por Marcelo Déda fez apenas oito deputados, mais dois que se elegeram pelo PSDB – Ulices Andrade e Luiz Mittidieri. Para fazer a maioria simples o governador eleito precisa de apenas mais três, entretanto vai partir para o mais seguro: dezesseis parlamentares, com o objetivo de fazer dois terços. Segundo um bom observador dessa movimentação parlamentar, apenas quatro deputados não vão para a oposição de jeito nenhum: Augusto Bezerra, Venâncio Fonseca, Arnaldo Bispo e Antônio Passos. Ficam ainda Celinha Franco, que ouve o irmão, prefeito José Franco (N.S. do Socorro), Armando Batalha e João da Graça, que não resistem a uma boa conversa. Já tem gente que está dialogando firme com deputados – ou procurando-os. Só que ninguém vai garantir maioria para um esquema de governo sem ter nada em troca. Podem ir reservando lugares atraentes para conquistar alguns desses parlamentares, há muitos anos participando das administrações. Quanto às conversas que rolam sobre auxiliares do governo, existem alguns nomes que realmente estão dentro do contexto da coligação. Para a Secretaria da Fazenda fala-se em Nilson Lima. Para a Saúde o médico e deputado federal Jorge Alberto (PMDB). Para Agricultura, Paulo Viana (PSB). Para Planejamento, Lúcia Falcon. Segurança ficaria com Kércio Pinto, que está se aposentando da Polícia Federal. Comunicação fala-se em Luiz Eduardo Costa. É possível que o deputado federal Bosco Costa ocupe alguma vaga e que o vice-governador Belivaldo Chagas seja o responsável pela articulação política. O ex-presidente da Petrobrás. José Eduardo Dutra (PT), só assumirá uma boa secretaria, caso o presidente Lula não se reeleja. Dutra é cotado para um alto cargo no governo federal. Marcelo Déda já avisou que vai reduzir o número de Secretarias, mas deve transformar algumas em fundação ou departamento porque são necessárias para qualquer administração. Só para dá um exemplo, Esporte e Lazer. Como se trata de um governo que tem compromissos com partidos que o apoiaram, é justo que outros nomes sejam indicados para compor a equipe. A base mais sólida, entretanto, ficará entre os petistas mais próximos do governador eleito, o que é absolutamente natural. No primeiro ano legislativo dificilmente algum deputado federal eleito pela primeira vez deixará a Câmara Federal para ficar no Estado à frente de alguma pasta. Mas pode acontecer. Há um fato que também deve mudar a estrutura do primeiro escalão: o fim da reeleição. Tudo indica que o candidato de Déda à Prefeitura de Aracaju será o deputado estadual eleito Rogério Carvalho (PT). Poderá ser convocado para a Saúde, o que abre vaga para a primeira suplente Tânia Soares (PCdoB). Poderá também trazer o deputado federal eleito Iran Barbosa (PT) para a Educação, fazendo retornar à Câmara o primeiro suplente de deputado federal Jorge Alberto (PMDB). Lógico que isso se trata de uma equação onde nem sempre “X + Y” daria um resultado lógico, mas pode ser uma simples especulação que termine virando estratégia. Até o momento, Déda não falou absolutamente nada, mas já tem gente dividindo assessorias entre cervejinhas e feijoadas. AUDIÊNCIA O governador eleito Marcelo Déda (PT) vai marcar uma audiência com o governador João Alves Filho, para iniciar os primeiros passos para a transição. Segundo um assessor do prefeito, há projetos do atual governador que se vincula ao próximo governo, como é o caso do orçamento para 2007. SEM PROBLEMA Não haverá problema para que o governador eleito Marcelo Déda use a equipe de transição para tomar pé da estrutura administrativa. O governador João Alves Filho já disse que não colocará nenhum impedimento para que se faça uma transição tranqüila. ULICES O deputado estadual Ulices Andrade (PSDB) – reeleito – disse ontem que terá dificuldade em permanecer onde está, porque os tucanos farão oposição a Marcelo Déda. Há uma tendência para Ulices deixar o partido, mas ele não conversou ainda com o seu grupo. Uma coisa está definida: Ulices não fica em nenhum partido de oposição a Déda. BLOCO Ulices Andrade disse que ficará um tempo sem partido. Acha que ainda é cedo e é preciso deixar baixar a poeira, para que se adote uma posição. O deputado diz estará junto aos deputados Bosco Costa (federal), Jorge Araújo (estadual), à prefeita de Itabaiana Maria Mendonça e a outros ex-tucanos que não seguiram o partido. PREFEITOS O prefeito eleito de Sergipe, Marcelo Déda está chamando um por um dos prefeitos do PFL para avisar: se votar em Lula no segundo turno, tudo bem. Do contrário, prepare-se para ser derrotado daqui a dois anos. Na Bahia, Jaques Wagner está fazendo o mesmo. A informação está no blog do Noblat. ARRUMADAS Alguns prefeitos do interior que votaram no governador João Alves Filho (PFL) já estão de malas prontas para migrar para o lado do governador eleito Marcelo Déda. Um deles praticamente penetrou no bloco e carrega a bandeira. A maioria dos prefeitos sempre foi governo. É difícil administrar município pequeno sem o estado. ALBANO O deputado federal eleito Albano Franco (PSDB) explicou que jamais teria dito que alguma liderança do interior o traiu e por essa razão não chegou em primeiro lugar. Deixou claro que imaginava ter entre 65 a 70 mil votos e se surpreendeu com os números que o elegeram. Lembra que entrou na disputa muito depois de outros candidatos. COMANDO Sexta-feira à noite, no Augustu’s, o governador João Alves Filho (PFL) indicou Fabiano Oliveira para coordenar a campanha de Alckmin, neste segundo turno, em Sergipe. João Alves continua no comando geral da campanha no Nordeste, por indicação do próprio Geraldo Alckmin. NILSON Nilson Lima retornou às suas atividades de auditor na Receita Federal e diz que está muito tranqüilo em relação resultado do pleito. Nilson diz que continua trabalhando pela reeleição de Lula para presidente e estará sempre à disposição do partido para qualquer missão que lhe for proposta. BATALHA O deputado federal Jackson Barreto (PTB) já disse que não vai aceitar o deputado estadual Armando Batalha (PV) no bloco do governo eleito Marcelo Déda (PT). O problema são as divergências municipais entre Batalha e o grupo do prefeito Zezinho da Everest, em São Cristóvão. CAMPANHA O governador eleito Marcelo Déda já entrou para valer na campanha pela reeleição do presidente Lula em Aracaju e cidades do interior. No domingo, Marcelo Déda fez uma carreata por bairros da periferia em que ele foi mais votado durante as eleições estaduais. PERGUNTAS O deputado federal João Fontes (PDT) disse que o seu partido enviou perguntas para os dois candidatos, com o objetivo de decidir qual dos dois vai apoiar. Segundo Fontes, a maioria quer apoiar Alckmin – apenas dois estados preferem Lula. O partido define sua posição na segunda-feira. BRASÍLIA O governador João Alves Filho viajou a Brasília e reuniu-se com membros que participam da coordenação política de Geraldo Alckmin. Hoje, João Alves Filho desembarca em Belo Horizonte para um encontro com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB).O assunto também será campanha de Alckmin. Notas RESULTADO O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio Mello, proclamou oficialmente ontem os resultados do primeiro turno das eleições, realizado no último dia primeiro. Os candidatos que disputam o segundo turno podem começar a propaganda no rádio e na televisão na quinta-feira. CAMPANHA GREVE Os bancários decidiram ontem que vão manter a greve por melhores salários em todo o país por tempo indeterminado. Eles não receberem nenhuma contraproposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) às suas reivindicações, mas não querem ceder do que estão pedindo, embora aceitem o diálogo. Os bancários reivindicam um aumento real de salários de 7,05%, reposição da inflação e participação maior nos lucros e resultados – 5% do lucro líquido e mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. a Fenaban não aceitou. É fogo O deputado federal Jackson Barreto (PTB) ainda não desceu do palanque, para se comportar como um cidadão de mais de 100 mil votos. Todos já se tranqüilizaram, porque acabou a campanha e não há o que fazer. Saber ganhar é uma virtude do tamanho de quem sabe perder. A deputada Susana Azevedo (PSC) ainda não está tomando qualquer outra posição política, porque ouve o partido. O governador eleito Marcelo Déda (PT) vai tentar conquistar mais deputados para sua bancada. É natural que queira fazer maioria. A maioria dos secretários de Estado está começando a arrumas as suas pastas, para deixar tudo absolutamente em ordem. O clima do debate realizado ontem demonstrou como será a temperatura da campanha eleitoral no segundo turno. A ponte já está provocando uma corrida imobiliária à Barra dos Coqueiros, que se transformará em um bairro central de Aracaju. Certamente a sexta-feira será imprensada, em razão do feriado de 12 de outubro. Ainda não se falou em ponto facultativo. O PSDB deve se reunir esta semana – ou na próxima – para voltar a fortalecer o partido e trazer novos nomes da política sergipana para o seu lado. brayner@infonet.com.br
Marco Aurélio convocou sessão extraordinária no TSE para proclamar os resultados. A legislação eleitoral estabelece que a campanha começa 48 horas após o anúncio oficial. Os dois candidatos começaram a gravação.
A campanha de segundo turno vai durar 16 dias e será interrompida no dia 27, dois dias antes do segundo turno, marcado para o dia 29. Lula teve mais votos no primeiro turno e vai abrir a nova rodada de programas eleitorais. A mesma lógica vale para os candidatos que disputam o governo nos estados.
Cada candidato terá dois blocos diários de 20 minutos na televisão e no rádio. A primeira parte, que vai ao ar inclusive aos domingos, vai ser dos presidenciáveis. O horário eleitoral no rádio começa às 7h e ao meio-dia.
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