Etapas da luta contra o aquecimento

A 148ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que foi realizada de 1° a 12 de dezembro de 2008 em Poznan (Polônia), faz parte de uma agenda que começou com a Eco-92, no Rio de Janeiro – um calendário voltado para a luta contra o aquecimento global.

 

A reunião das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, em Poznan, na Polônia, terminou  sob críticas de países em desenvolvimento e ambientalistas.

 

A conferencia marca a metade do caminho para um novo acordo sobre emissões de gás carbônico, que deve ser fechado em Copenhague, Dinamarca, no final de 2009.

 

O novo acordo vai substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Veja agora as principais resoluções da conferência:

 

Fundo de Adaptação às mudanças climáticas

 

Considerado o ponto mais urgente, o instrumento finalmente vai sair do papel, liberando milhões de dólares por ano para países em desenvolvimento que enfrentam conseqüências das mudanças climáticas.

 

Redução de Emissões Decorrentes de Desmatamento e Degradação de Florestas (Redd)

 

Um dos assuntos de maior interesse para o Brasil, a redução de emissões por desmatamento e degradação pouco avançou.

 

Cronograma

 

Foram marcadas reuniões em Bonn, na Alemanha, de 29 de março a 8 de abril, e de 10 a 12 de junho, na qual deve ser avaliada a primeira versão de um possível substituto do Protocolo de Kyoto.

 

Mercados de carbono

 

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo criado pelo Protocolo de Kyoto prevê que países desenvolvidos abatam de suas metas reduções de emissões provocadas por projetos em países em desenvolvimento.

 

Seguem as principais etapas deste combate nos âmbitos científico e diplomático:

 

– 1988: Criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC em inglês), pela Organização Meteorológica Mundial e o Programa para o Meio Ambiente das Nações Unidas a pedido do G7 (os sete países mais industrializados). O IPCC nasceu da percepção de que a ação humana poderia estar exercendo uma forte influência sobre o clima do planeta e que era necessário acompanhar esse processo.

 

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas é, hoje, um órgão composto por delegações de 130 governos para prover avaliações regulares sobre a mudança climática.

 

– 1990: O IPCC tem publicado diversos documentos e pareceres técnicos. O primeiro Relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente (Assessment Report, ou simplesmente AR) foi publicado em 1990 e reuniu argumentos em favor da criação da Convenção do Quadro das Nações Unidas para Mudanças do Clima (em inglês, UNFCC), a instância em que os governos negociam políticas referentes à mudança climática. Seguiram-se outros relatórios divulgados em 1995, 2001 e 2007 – confirmando a responsabilidade humana no aumento do efeito estufa responsável pelo aquecimento constatado no século XX, sobretudo através da emissão de gases como o dióxido de carbono (C02), óxido nitroso (N20) e metano (CH4).

 

– 1992: Adoção no Rio da Convenção do Quadro das Nações Unidas para Mudanças do Clima (em inglês, UNFCC) pela qual os 192 Estados participantes, hoje signatários, se declaravam “resolvidos a preservar o sistema climático para as gerações presentes e futuras”.

 

– 1997: Conclusão do Protocolo de Kyoto ratificado por 183 Estados. Entrando em vigor em fevereiro de 2005, impõe a 37 países industrializados e à União Européia objetivos de reduções das emissões dos seis principais gases de efeito estufa entre eles o C02, além do metano, óxido nitroso e outros três gases fluorados (HFC, PFC, SF6) no período 2008-2012.

 

– 2001: Os Estados Unidos, responsáveis por um quarto das emissões mundiais dos Gases de Efeito Estufa, rejeitam o Protocolo de Kyoto que consideram muito caro para a sua economia e “injusto”, uma vez que nem a China nem os grandes países emergentes se submeteram às obrigações de redução desses gases.

 

Os Estados Unidos é hoje o único país industrializado a não ter ratificado o protocolo de Kyoto.

 

– 2007: O 4° relatório do IPCC estima que até o fim deste século a temperatura da Terra deve subir entre 1,8° e 4°C, o que aumentaria a intensidade de tufões e secas. Nesse cenário, um terço das espécies do planeta estaria ameaçada. Populações estariam mais vulneráveis a doenças e desnutrição.

 

O grupo também calcula que o derretimento das camadas polares pode fazer com que os oceanos se elevem entre 18 cm e 58 cm até 2100, fazendo desaparecer pequenas ilhas e obrigando centenas de milhares de pessoas a engrossar o fluxo dos chamados refugiados ambientais – pessoas que são obrigadas a deixar o local onde vivem em conseqüência da piora do meio ambiente.

 

A estimativa do IPCC é de que mais de 1 bilhão de pessoas poderia ficar sem água potável por conta do derretimento do gelo no topo de cordilheiras importantes, como o Himalaia e os Andes.

 

– No segundo relatório, o IPCC alerta que partes da Amazônia podem virar savana. Segundo os cientistas que participaram da elaboração do documento, entre 10% e 25% da floresta poderia desaparecer até 2080, com 50% de possibilidade de que a maior floresta tropical do mundo se transforme parcialmente em cerrado. O Nordeste brasileiro poderia ver, no pior cenário, até 75% de suas fontes de água desaparecerem até 2050. Os manguezais também seriam afetados pela elevação do nível da água. Entretanto, por falta de dados fornecidos por países emergentes, as conclusões do IPCC são menos incisivas nas chamadas “questões regionais”. (Ambientebrasil)

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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