Expulsão de jornalista

A expulsão do jornalista americano Larry Roter, correspondente no Brasil do The New York Time, está provocando indignação no mundo. O avanço democrático que se imaginava com o presidente Lula, cai de água abaixo, com essa dose de coronelismo da Ditadura Militar. O direito de expressão sempre foi marca registrada dos partidos de esquerda. A expulsão é um ato insano, autoritário e que relembra os regimes mais duros da América Latina, como o implantado no Chile pelo general Pinochet. Lula agrediu a democracia e joga à rés do chão toda a sua luta por um estado de direito. Esse não é o Lula que levantava os metalúrgicos, na luta pelos seus direitos, pela liberdade, por um Brasil sem preconceitos, mas também sem traumas. Evidente que a notícia enviada pelo jornalista teve um tom de exagero e até de tentativa de macular a imagem do país, já que atinge um presidente, com a força e a legitimidade do seu povo, mas existem meios democráticos de se resolver este problema, sem ser através do extremo da expulsão. Um pedido de retratação, como determina a Lei de Imprensa, ou uma ação jurídica, com o objetivo de esclarecer todos os fatos e punir quem fosse culpado, dentro da lei, que é um instrumento da democracia. Cassar o visto do passaporte de um jornalista, em razão da divulgação de uma notícia, quando o próprio jornal publicou resposta enviada pelo Brasil, é digno dos presidentes dessas republiquetas de bananas que sequer existem no mapa. Acontecer uma coisa desse tipo, característico dos regimes autoritários, logo com o Partido dos Trabalhadores, sinceramente é inacreditável. Mas não é só isso, a determinação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um cidadão que lutou para que todos tivessem o direito de falar, de xingar, criticar ou elogiar sem receio de ser preso, torturado ou expulso do país. Sem medo de continuar feliz. O que está acontecendo é a tal utopia petista, que provoca um certo de sentimento de que fora lesado na concepção de que a democracia estava consolidada no país. Sinceramente é inexplicável. O Lula mandou às favas sua historio, rasgou o seu currículo, deixou cair a máscara. Precisa fazer outro, com essas novas facetas antidemocráticas, às presas. O presidente Lula não pode esconder que toma uma cachacinha. Que fica de pileque. Afinal sempre fez isso quando era líder sindical. O fez quando esteve aqui em Aracaju e deve fazer quando está com amigos e nas peladas com seus companheiros, no campinho do Alvorada. Lógico que isso não tem nada demais. E não se entende porque tanta ira quando se põe a cachacinha brasileira em uma matéria de jornal. O problema é que foi no The New York Time, onde a informação tem outra dimensão e, lógico, assusta quem está empavonado ou vislumbrado pela força do poder. É o inconsciente do torneiro mecânico que ascendeu à Presidência da República e ainda conserva traumas do período que estava na militância ou nas fábricas. Mas, expulsar um jornalista americano, paraguaio, japonês, seja lá de que país for, apenas por ter enviado uma matéria, que o presidente a viu como insultuosa, sinceramente é um grande absurdo. Lembra os prefeitos de pequenas cidades do interior, que expulsa do município, à base da perseguição e da porrada, um repórter que seja correspondente de um jornal em qualquer capital de Estado, até mesmo aqui de Sergipe, porque foi divulgada matéria que desagrada à sua administração. Uma atitude desse tipo, arrancada de um momento de ira e vaidade, quando a emoção supera a razão e se perde o equilíbrio, o melhor seria repensar e retroagir. O presidente sabe que essa expulsão desmancha toda a imagem de luta que Lula da Silva empreendeu em favor da democracia, além de ser ditatorial e abusiva. Também é uma medida inconstitucional, porque o jornalista americano é casado com uma brasileira. Estão surgindo manifestações em todo o mundo. Todas demonstrando indignação e fazendo críticas grosseiras ao país. É que uma atitude dessas, sem diálogo e sem chances de defesa ou da utilização de meios que desfaçam todo o mal entendido, coloca o Brasil na relação dos paises que adotam medidas coercitivas ao livre direito de expressão. É uma vergonha para o País e os brasileiros pedem desculpas pelo gesto do presidente que tem… AGRAVO O Governo do Estado vai entrar com um agravo regimental na justiça, em relação à liminar que determina o pagamento dos dias cortados dos professores. A Procuradoria Geral do Estado percebeu que está havendo uma confusão na liminar concedida pela desembargadora Clara Leite Resende. Ela manda pagar do dia 26 para trás. ENCONTRO Hoje, à noite, haverá uma nova rodada de conversações sobre a escolha do melhor nome para disputar a Prefeitura de Aracaju, pelo bloco que apóia o Governo do Estado. Vão se reunir o prefeito José Almeida Lima, os deputados federais José Carlos Machado e Mendonça Prado, e os secretários José Alves Neto e Flávio Conceição. EM DEFESA O senador Almeida Lima (PDT) defende a candidatura de apenas um nome, desde que tenha o apoio de todo o bloco que dá sustentação ao Governo. O deputado Mendonça Prado acredita que mais de um candidato é importante, porque garante levar as eleições para o segundo turno. MACHADO O deputado José Carlos Machado admite que o governador João Alves Filho não pode evitar que partidos aliados tenham seus candidatos. Segundo Machado, “comandar ao aliados do partido é difícil, imagine o partido dos aliados? Isso é impossível”. INTERESSE O senador José Almeida Lima também acha que ao PFL não interessa ter candidato à Prefeitura de Aracaju. Lembrou que o governador João Alves Filho ganhou cinco eleições estaduais. Das quais, apenas uma em Aracaju, em 1986, quando elegeu Valadares pão Governo do Estado. DUTRA O deputado federal Heleno Silva (PL) teve uma demorada conversa com o presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra. O parlamentar liberal defende que José Eduardo Dutra participe ativamente das eleições municiais na capital e no interior. DISCUSSÃO O vereador Antônio Góis (PT) está sugerindo que se abra a discussão ampla com a sociedade, sobre os meios de comunicação e a liberdade de expressão. Antônio Góis quer que seja revista a democracia nos meios de comunicação e que se precisa é uma nova lei de imprensa, já que a atual é do tempo da ditadura militar. PISTOLAGEM O presidente da Câmara Federal, João Pedro, prorrogou por mais 60 dias a CPI da Pistolagem. Segunda feira o relator fará a pauta. Segundo o deputado federal João Fontes, devem ser ouvidas pessoas de Sergipe, para esclarecimento de alguns fatos vinculados à criminalidade. ITABAIANA Está formada uma frente em Itabaiana, que se manifesta contra a candidatura de Carlinhos da Atlética à Prefeitura daquela cidade. O pessoal já esteve com o secretário da Saúde, Eduardo Amorim (PFL), apelando para que ele seja candidato a prefeito. REUNIÃO O prefeito Marcelo Déda (PT) viaja segunda feira para Goiana, onde participa de um encontro de prefeitos com o presidente Lula da Silva, para discutir problemas das cidades. Na terça-feira haverá eleição para escolha do novo presidente da Frente de Prefeitos das Capitais. Déda não aceitou a reeleição. POSIÇÃO Quando retornar de Goiana é que o prefeito Marcelo Déda colocará sua posição em relação ao nome ao candidato a vice-prefeito. Essa posição será exposta aos membros do Partido dos Trabalhadores e dos demais partidos aliados, para ampla discussão e escolha. O processo está na fase de afunilamento. CONVERSA O deputado federal Jackson Barreto (PTB) teve um demorado encontro, ontem, com o prefeito Marcelo Déda, para conversar sobre sucessão. Tratou da questão da formação da chapa, mas também se referiu ao que está ocorrendo em Brasília. Déda conversa esse final de semana com outros líderes dos partidos aliados. CANDIDATO É provável que o PMDB tenha que escolher o candidato a prefeito, através do voto na convenção. Jorge Alberto e Walter Franco não abrem mão. O presidente do partido, Benedito Figueiredo, acha que esse movimento dentro do PMDB é bom, mas tranqüiliza: “vamos chegar a um consenso, em paz”. Notas REPÚDIO O deputado federal Mendonça Prado (PFL) repudiou o ato do governo do PT, de cassar o visto do jornalista americano Larry Rohter, em represália à matéria divulgada no The New York Times, sobre o comportamento do presidente Lula da Silva em relação consumo excessivo de bebidas alcoólicas. “Trata-se de uma atitude autoritária que cerceia a liberdade de imprensa e que não se justifica num regime democrático“. Mendonça Prado acha que o governo Lula está deslumbrado com o Poder. GUALBERTO O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) foi favorável à expulsão do repórter americano pelo governo brasileiro. No seu entender, se um jornalista brasileiro escrevesse, nos Estados Unidos, uma matéria idêntica em relação ao presidente George Bush, também teria sido banido do país. Citou como exemplo um brasileiro, filho de um colega sergipano, que cursava universidade lá, foi obrigado a deixar o país e suspender os seus estudos, apenas por ter entrado em conflito com um americano. TARIFA Foi aprovada, na Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara Federal a lei que acaba com a cobrança da tarifa básica da telefonia fixa. “Não acho justo o consumidor pagar por aquilo que não usou”, afirmou deputado José Carlos Machado (PFL), membro da Comissão A medida desagradou as empresas telefônicas. O projeto foi da autoria do deputado Marcelo Teixeira (PMDB-CE), mas Machado, como um dos vice-líderes do PFL nacional, responsabilizou-se pela cooptação do seu Partido para a aprovação do Projeto. É fogo O deputado federal João Fontes, ao fazer uma pergunta ao ministro Mantega, do Planejamento, disse que no Governo estava faltando “óleo de peroba”. O ministro Mantega respondeu pouco ao deputado João Fontes, porque considerou que parte da pergunta demonstra ressentimentos. O governador João Alves Filho retornou ontem a Sergipe, procedente de Brasília e São Paulo, onde fez vários contatos nos Ministérios e com empresários. O deputado federal Heleno Silva (PL) participou de almoço com o presidente Lula, que teve uma conversa demorada com a bancada liberal. Ultimamente, o Partido Liberal tem demonstrado descontentamento com a política econômica do Governo Federal. O governador João Alves Filho conversou com alguns deputados, em Brasília, sobre a sucessão municipal. João Alves Filho disse que vem tratando das eleições municipais mais devagar, porque os candidatos têm até o mês de junho para se fixar. No interior, e capital, alguns aliados do Governo estão indóceis porque não estão sentindo pressa para indicação dos candidatos majoritários. O Partido Liberal está negociando apoio ao candidato do PCdoB, Givaldo Silva, na sucessão de Barra dos Coqueiros. O deputado estadual Venâncio Fonseca (PP) se solidarizou com o presidente Lula, pela meteria divulgada no The New York Times. O deputado Fabiano Oliveira criticou o DAC, que proibiu a Empresa Gol de reduzir o preço das passagens aéreas. As vendas do comércio aumentaram 5,7% na semana do Dia das Mães, em relação a igual período do ano passado. Por Diógenes Brayner brayner@infonet.com.br

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