A campanha eleitoral ainda não entrou na fase de afunilamento. Isso só acontecerá na segunda quinzena de setembro, quando os programas gratuitos de rádio e televisão já estarão bem apimentados. Por enquanto, todos os candidatos estão empenhados em ir ao eleitor. Fazem carreatas, passeatas e corpo a corpo em feiras do interior e bairros da capital. É um período de conquistas, convencimento e reaproximação com o povo, geralmente procurado a cada eleição, de dois em dois anos. A preocupação também é com a montagem dos programas eleitorais e – pensem numa dor de cabeça para os candidatos! – as pesquisas de opinião pública, que são feitas para consumo interno e algumas, através de empresas, para divulgação. Percebe-se que há um pessoal gabaritado para movimentar a campanha, escrever textos, organizar carreatas e passeatas, além de cuidar da colocação de bandeiras em pontos estratégicos e da pauta do candidato. Além disso, se movimentando nos bastidores, também funcionam aqueles que operacionalizam as contas de campanha e fazem arrecadação das doações, para que tudo funcione dentro de uma estrutura previamente montada para os gastos com a coligação, que se forma em torno dos candidatos majoritários. Em uma campanha todos são importantes e só devem trabalhar nela quem acreditar no candidato e votar nele, embora a maioria se disponibilize para uma grana extra. Os únicos que podem democratizar de forma exagerada a campanha são os seguradores de bandeiras nos pontos de maior movimentação Ontem mesmo, no semáforo que conduz a um dos shoppings de Aracaju, uma única menina segurava a bandeira vermelha do PT e a verde do PFL, para quebrar o galho de uma colega que teve necessidade de ausentar-se por alguns segundos. Percebe-se, entretanto, que nas coligações – em todas elas – há necessidade de pessoas que tenham a tarefa de pensar. Podia-se chamar um grupo de “inteligentia política”, cujo objetivo seria projetar ações que desmanchem a estratégia do adversário, que tenha noção de contra-ataque com eficiência e que execute um trabalho de informação competente, para superar ou frear os avanços dos demais candidatos. Pensaria também no que é correto para ser feito em termos de promoção, de respostas imediatas e até de projetos que ponham os opositores em xeque, através de posicionamentos que atraiam o eleitorado. Seria uma espécie, também, de ombudsman, que representaria a indignação do eleitor com o seu candidato, o que evitaria reações precipitadas que terminam sendo frustrantes, pouco inteligentes e não levam absolutamente a lugar nenhum. Não basta ter coordenadores de campanha, pessoas que às vezes estão totalmente distantes de uma estratégia avançada da política. O ombudsman seria aquele cidadão, dentro de uma estrutura de campanha, que pode falar diretamente com o candidato sobre os seus erros, mostrar falhas nos programas, no relacionamento com a população e até abrir as portas para contatos que podem ser faturados como aliados. Apontar lideranças vulneráveis à adesões e pensar exclusivamente em tentar consertar ou alertar sobre erros, tanto dos majoritários, quanto dos proporcionais. Lógico que os candidatos a governador e senador são os condutores da campanha, mas certamente não terão tempo para verificar o que pode prejudicar suas imagens e o que está acontecendo no campo adversário para fazer incursões eleitoralmente proveitosas. Na reta final da campanha não pode acontecer erros que provoquem descrédito, desânimo, aborrecimento e decepcione o eleitor. Isso faz parte do marketing, claro, mas geralmente os candidatos preferem ele mesmo fazer esse serviço e/ou determinar a outros que não conseguem enxergar um poste a um palmo do nariz. É bom lembrar que uma campanha política se faz com muita garra, recursos e disposição. Mas também com pessoas que opinem para que se evitem exageros e equívocos do candidato que defende, e minem a estratégia e ação dos adversários. ALBANO O ex-governador Albano Franco (PSDB) vê um crescimento real da candidatura do governador João Alves Filho (PFL) à reeleição. “Hoje o clima é outro na capital e interior”, diz Albano, admitindo que muita coisa tem que mudar em relação ao trabalho dos proporcionais. OBSTINADO Albano Franco reconheceu que João Alves Filho é um obstinado, trabalhador e corajoso: “a turma é que precisa ajudá-lo”, disse. Albano Franco fala dos erros do Ibope, mas acha que a posição não está ruim: “agora precisamos trabalhar muito, e nisso João é um herói, um monstro mesmo”, concluiu. REUNIÃO O Diretório Regional do PT fez reunião, segunda-feira à noite, com todos os candidatos do partido para definir gravações para o programa de televisão. Os partidos integrantes da coligação que apoiam Marcelo Déda também estão reunindo candidatos para a definição geral do programa. LULA Apesar de vir a Salvador dia 16, o presidente Lula, candidato à reeleição, não visita Aracaju nesse período. De Salvador retorna à Brasília. Está certa a vinda de Lula a Sergipe na primeira quinzena de setembro, mas não tem data marcada e nem o tempo que ele permanecerá no estado. JANTAR Segunda-feira à noite jantavam em um restaurante do shopping os deputados tucanos Ulices Andrade e Jorge Araújo, e o deputado federal Bosco Costa (sem partido). Minutos depois chegaram Albano Franco e Zezinho Guimarães. Cumprimentaram-se e os dois foram para outra mesa. Zezinho e Albano eram inimigos desde 2002. BOSCO O candidato a deputado estadual José Teles de Mendonça (PSDB) disse ao deputado federal Bosco Costa (PSDB) que se ele tivesse ficado na coligação estaria reeleito. “Tudo bem, mas eu não podia ficar nessa coligação, porque não teria coragem de encarar os meus eleitores”, respondeu Bosco Costa. ENCONTRO A reunião que o governador João Alves (PFL), candidato à reeleição, teve com a equipe foi para ajustar a máquina e manter o pessoal animado para a campanha. Também aproveitou e convidou o pessoal a participar a passeata que a coligação fará na sexta-feira pelo centro da cidade. HILDEGARDS O presidente do Tribunal de Contas, Hildegards Azevedo, vai se manter no cargo até o dia 20, uma sexta-feira, quando se aposenta por ter chegado à idade limite. Ontem ele disse que até o momento não houve nenhum reunião ou indicação de quem ocupará a sua vaga no Tribunal de Contas. MACHADO Até o momento todas as especulações é de que o deputado federal José Carlos Machado ocupará a vaga de conselheiro. Mas nada se definiu. O próprio deputado, que retraiu sua campanha, já disse que vai intensificá-la até que se resolva essa situação. Machado é candidato à vaga de Hildegards. CAMPANHA O deputado federal José Carlos Machado (PFL) avisou ontem que vai colocar a campanha na rua hoje: “a sorte é que ninguém ainda começou”, disse. Machado disse que teve uma conversa com o conselheiro Hildegards Azevedo, a constatou que ele realmente só sai dia 20 de outubro: “não dá para esperar”, admite. VALADARES O senador Antônio Carlos Valadares (PSB) está na campanha e trabalha para eleger o filho para deputado federal, Marcelo Déda governador e José Eduardo Dutra senador. Ele disse que o PSB tem 55 segundos de tempo na TV, o suficiente para apresentar seus candidatos proporcionais e os majoritários da composição. HELENO O site Congresso em Foco publicou ontem uma frase do deputado federal Heleno Silva (PL): “Brasília não é um lugar honesto”. E concluiu: “todo tempo tem alguém oferecendo algum tipo de vantagem. Os lobistas estão por toda parte e nós entramos nessa de gaiato”. CONVERSA O deputado federal Heleno Silva (PL) declarou que descansaria na terça-feira para retornar às atividades hoje cedo. Heleno vai analisar quem apóia para deputado federal é tentará transferir votos. Até o momento ainda não sabe a quem. Notas MULTAS Em decisão unânime, o Superior Tribunal de Justiça considerou as multas de trânsito expedidas por radares eletrônicos entre maio e outubro de 2002 inválidas. A princípio a decisão beneficiará apenas a arquiteta Ana Maria Keating Arsky, que entrou com recurso no DER-DF para anular multas por excesso de velocidade. VOTO A Câmara analisa a PEC, do deputado Mendonça Prado (PFL), que torna o voto facultativo em todas as situações. Atualmente, o voto é facultativo apenas para os analfabetos, para as pessoas com mais de 70 anos e para os maiores de 16 e menores de 18 anos. Para os brasileiros com 18 anos ou mais, o voto é obrigatório. “O exercício da cidadania é um direito fundamental do cidadão na democracia representativa e, assim sendo, o povo deve exercer o supremo poder por vontade própria e não por força da lei”, argumenta o deputado. O Tribunal de Contas da União (TCU) entregou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma lista com 2.900 gestores de recursos públicos, que tiveram contas de suas administrações julgadas irregulares. A relação inclui os nomes de cinco ex-governadores, 1.500 ex-prefeitos e nove juízes de direito. É fogo O XV Congresso Nacional de Voluntários e Instituições de Apoio a Criança com Câncer será realizado em Aracaju no mês de setembro do próximo ano. O Conselho Tutelar do município de Estância ganhou um veículo Kombi, adquirido com recursos da Prefeitura. O deputado federal Heleno Silva (PL) continua percorrendo o sertão para explicar sua decisão de recuar na disputa da reeleição. Na avaliação de políticos da oposição a terceira vaga de deputado federal ficará entre Nilson Lima (PT), Iran Barbosa (PT) e Jorge Alberto (PMDB). Apenas quatro deputados compareceram para a sessão de ontem na Assembléia Legislativa. Não houve expediente. O deputado estadual Fabiano Oliveira (PSDB), candidato a vice-governador, se mostra animado com o crescimento do candidato João Alves Filho (PFL). Já o senador Antônio Carlos Valadares (PSB) tem certeza que o candidato do PT, Marcelo Déda, será eleito. Já o candidato do PDT a governador, deputado João Fontes, não tem dúvida que vai governar Sergipe nos próximos quatro anos. Os donos de bares e restaurantes sergipanos apoiam a iniciativa da entidade de classe de ingressar com ação na Justiça contra as operadoras de tickets-refeição. Com a queda dos juros básicos da economia brasileira, os principais bancos do país têm apostado no aumento da oferta de crédito para manter a rentabilidade.
O julgamento, no entanto, abre precedente para que outros motoristas na mesma situação possam recorrer e solicitar o cancelamento dos autos de infração e o ressarcimento do dinheiro pago pelas multas de trânsito.
IRREGULARES
O presidente do TCU, Adylson Motta, diz que a entrega da lista não tem efeito imediato. Os nomes ainda serão julgados pelo TSE e cabe recurso. Lembra que, se forem condenados, podem ser cassados mesmo após a posse.
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