A disputa pelo Senado: uma corrida polarizada que promete surpresas

Preparem as pipocas, ajeitem o sofá e ajustem o volume, porque o enredo da política sergipana promete ser mais emocionante e um espetáculo digno de audiência máxima. De um lado, temos Rodrigo Valadares, o jovem político arrojado, embalado pelo bolsonarismo raiz e com a faca nos dentes para disputar uma das cadeiras do Senado em 2026. Do outro, o veterano André Moura, tentando sair das cordas e evitar mais um fiasco histórico. E, no meio disso tudo, uma disputa que não promete espaço para o centro. Aqui será verde e amarelo contra vermelho.

Rodrigo Valadares é aquele tipo de político que você olha e percebe: “Esse aí já entendeu o jogo”. Não é à toa que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez questão de sinalizar o jovem como seu favorito em Sergipe. Vamos combinar? Quem carrega o respaldo do capitão já entra na briga com um “boost” eleitoral de peso. E Rodrigo não só entendeu o recado, como já está mexendo suas peças no tabuleiro.

E o que dizer de André Moura? Bom, se as urnas falassem, diriam: “André, meu caro, o jogo mudou…”. A história recente tem sido um misto de vitórias e frustrações para o ex-deputado. Em 2018, tentou o Senado e foi o sexto mais votado em Aracaju – nada animador para quem disputava uma vaga tão importante. No entanto, em 2022, sua filha Yandra Moura foi eleita a deputada federal mais votada de Sergipe, um feito que não pode ser ignorado. O problema é que, mesmo com esse trunfo, os Mouras ainda enfrentam resistência significativa em Aracaju, especialmente entre o eleitorado bolsonarista, que hoje faz toda a diferença em disputas majoritárias. Em 2024, veio outro baque: uma campanha milionária rendeu apenas a terceira colocação e Yandra de André nas eleições municipais, reforçando a percepção de que, apesar de investir pesado, o grupo não consegue converter dinheiro em carisma popular.

Em resumo, os Mouras continuam tendo força no interior, mas o cenário não está tão favorável quanto parece no papel. E, em 2026, com a corrida pelo Senado polarizada, essa resistência nas urnas pode cobrar um preço alto novamente.

Agora, convenhamos: a política não é para os fracos, e Rodrigo Valadares é um sobrevivente nato. Com sua provável saída do União Brasil (UB) – partido que divide com André Moura –, ele abriu portas para movimentações estratégicas que podem definir o cenário de 2026. Rodrigo tem em mãos três cartas importantes, três partidos que já demonstraram interesse em abrigar sua candidatura ao Senado. A primeira opção é o PL, partido de Jair Bolsonaro, comandado em Sergipe pelo influente Edvan Amorim, um dos principais articuladores políticos do Estado. Outra possibilidade é o Republicanos, alinhado ao bolsonarismo e que tem como uma de suas grandes lideranças o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Em Sergipe, o Republicanos é comandado por Gustinho Ribeiro, o que tornaria essa aliança uma ponte forte entre direita local e nacional. Por fim, há o PP, sob a liderança de Laércio Oliveira, que já deixou claro seu desejo de contar com Rodrigo no partido, possivelmente formando uma dobradinha eleitoral.

Independentemente da escolha, Rodrigo Valadares leva consigo a força do bolsonarismo em Sergipe – e, vamos combinar, o anti-lulismo continua uma força poderosa no estado. Seja no PL, no Republicanos ou no PP, ele entra na disputa como um dos principais nomes da direita, com potencial para sacudir o tabuleiro político.

Mas o que mais impressiona no cenário é a agilidade estratégica de Rodrigo. Enquanto alguns políticos estão pensando que a campanha começa só em 2026, o jovem já está cooptando vereadores, fechando alianças e montando um bloco sólido. O cara sabe que, na política, vale quanto pesa – ou melhor, vale quanto vota. E, nesse quesito, ele já está alguns passos à frente.Do outro lado, André Moura parece estar perdido em seu próprio labirinto político. Há quem diga que ele avalia se vale a pena disputar novamente o Senado ou colocar algum membro da família em cargos estratégicos – seja a filha como vice-governadora ou a esposa no Tribunal de Contas. Mas, sinceramente? André precisa mesmo é de uma dose de realismo político. Se tivesse ouvido seu pai, o saudoso Reinaldo Moura, talvez a história fosse outra. Reinaldo, que era um mestre em articulação, certamente teria aconselhado André a ir devagar com o andor.

Agora, voltemos a Rodrigo. O rapaz não está para brincadeira. Se for para o Senado, há chances de levar sua esposa, Moama, para a Câmara Federal. E, cá entre nós, com quase 6 mil votos em Aracaju, Moama já mostrou que tem potencial para crescer. É aquele clássico movimento de puxar aliados e fortalecer a base – um jogo que Rodrigo parece dominar muito bem.

E quanto a André Moura? Bem, ele ainda tem tempo para se reinventar, mas, se não fizer ajustes, corre o risco de repetir o fiasco de 2018. Vamos ser sinceros: dinheiro não compra simpatia popular, e a rejeição que os Mouras enfrentam em Aracaju é uma pedra no sapato difícil de tirar. No cenário atual, André parece estar mais perdido do que preparado para enfrentar uma disputa tão polarizada.

O fato é que Rodrigo não será o único peso-pesado no jogo. Não podemos esquecer que o senador Rogério Carvalho (PT), que disputará a reeleição, é o nome mais forte da esquerda em Sergipe. Rogério já demonstrou ser um habilidoso articulador político e deve contar com o apoio maciço da esquerda, o que faz dele um forte candidato a garantir uma das duas cadeiras em disputa. Se as eleições fossem hoje, ele provavelmente estaria eleito, dada a base consolidada que construiu nos últimos anos.

Por outro lado, há também a presença de Alessandro Vieira, que saiu de direita para ser um crítico de Bolsonaro. Ele foi eleito em 2018, surfando a onda bolsonarista, mas logo se tornou uma voz independente, criticando tanto a esquerda quanto a direita radical. Embora tenha ganhado notoriedade por seu discurso anticorrupção, Alessandro aprendeu a fazer a política do “sozinho”, o que pode acabar diluindo sua base eleitoral. Ainda assim, ele corre por fora, especialmente se conseguir retomar parte do eleitorado mais conservador que ajudou a elegê-lo.

E não podemos deixar de citar Adailton Sousa, o ex-prefeito de Itabaiana, que já teve seu nome ventilado para o Senado por Valmir de Francisquinho, uma das principais lideranças da região. Embora ainda não tenha grande expressão em nível estadual, Adailton pode ser um fator surpresa, principalmente se a campanha no interior for bem conduzida. Valmir, que é um político altamente popular em Itabaiana e arredores, pode ser um cabo eleitoral poderoso.

Preparem-se, porque a série do senado de 2026 promete ser recheada de surpresas. E se eu fosse apostar minhas fichas hoje, colocaria meu dinheiro em Rodrigo Valadares e Rogério Carvalho como favoritos para as duas cadeiras. O jogo já começou, e quem está lendo o cenário político com clareza já começou a fazer suas apostas.
No fim das contas, a política é como um xadrez – e Rodrigo Valadares já mostrou que sabe mover as peças muito bem. Se André Moura não acordar para o novo jogo, vai terminar sobrando novamente.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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