Se a OAB é – ou deveria ser – a casa da democracia, a seccional de Sergipe está se esforçando para transformá-la em um condomínio fechado, onde só entra quem tem o convite carimbado pelos donos da festa. E que festa! Doze nomes escolhidos a dedo, como os apóstolos do presidente da OAB, prontos para a ceia onde apenas seis serão servidos à advocacia. Isso não é um processo democrático, isso é um roteiro de ficção política, e dos ruins, daqueles que você já sabe o final antes mesmo do primeiro ato.
A advocacia sergipana está diante de uma escolha que já foi feita por eles, pelos padrinhos da ordem, pelos caciques de sempre. O Quinto Constitucional, uma conquista histórica dos advogados para garantir representatividade no Judiciário, está sendo transformado em uma espécie de “quinto dos infernos”. E o pior: com a OAB como cúmplice ativa nesse teatro.
A manobra é simples e, ao mesmo tempo, escancarada. O Conselho decide quem entra na lista. O advogado de verdade, aquele que batalha no dia a dia, que defende prerrogativas, que enfrenta o peso de um sistema cada vez mais fechado, não tem sequer a chance de concorrer, porque já lhe entregaram uma lista filtrada, ajustada, higienizada, pronta para consumo.
É a advocacia da panelinha, dos escolhidos, dos queridinhos do sistema. Não importa se você advoga há anos, se vive a advocacia na pele, se conhece as agruras do exercício profissional. O que importa é se você tem o selo de aprovação da cúpula. O resto? Bem, que se contentem em votar e fingir que participaram de um processo democrático.
A pergunta que não quer calar: onde está a indignação da advocacia sergipana e Nacional? Quando uma rede de fast food faz uma promoção de hambúrgueres gratuitos para advogados, as filas se formam em drive-thrus, os memes inundam as redes, a comoção é instantânea. Mas quando a OAB rasga qualquer traço de democracia interna e impõe um processo antidemocrático, o silêncio ensurdece.
Como chegamos a esse ponto? Como uma classe que deveria ser a voz da resistência, que historicamente lutou contra abusos e arbitrariedades, hoje se contenta com migalhas – ou melhor, com sanduíches?
O problema é que a advocacia está pobre – não apenas financeiramente, mas moralmente. E essa pobreza tem origem em um sistema que prioriza interesses políticos ao invés de fortalecer a profissão. Enquanto 3.788 advogados sequer podem votar por inadimplência, a OAB finge que está tudo bem, cria dezenas de comissões para acomodar aliados e distribui cargos como moeda de troca.
A crise da OAB/SE não é um caso isolado, mas sim um reflexo de um problema sistêmico: a captura da advocacia por interesses políticos e corporativos. O que acontece em Sergipe é apenas mais um capítulo de uma realidade que se repete em todo o país. Nos bastidores do Judiciário, membros apadrinham indicado ao Quinto num processo eleitoral aberto. Dentro da Ordem, grupos políticos manipulam o jogo, decidindo quem pode ou não disputar a vaga. A democracia interna da advocacia está sendo sufocada por alianças de conveniência, transformando um espaço que deveria ser de representatividade em um palco de manobras e favorecimentos.
O resultado? Uma democracia perdida, sem rumo, sem azimute. Se a OAB deveria ser a casa da democracia, hoje ela é um condomínio fechado onde só entra quem tem o nome aprovado pela diretoria. E os advogados que não aceitam esse jogo? São marginalizados, excluídos e calados.
E antes que alguém tente justificar essa manobra com o argumento de que “as regras sempre foram assim”, isso simplesmente não é verdade. Elas foram alteradas pela atual presidência e seus padrinhos políticos, moldadas para atender a interesses pessoais e manter o controle da Ordem nas mãos de poucos. Mas uma coisa é certa: regras injustas não devem ser aceitas – devem ser combatidas! A advocacia sergipana não pode se curvar diante desse jogo sujo. É hora de reagir!
O presidente da OAB/SE, Daniel Alves, está escrevendo seu nome na história. Mas não como um líder respeitado que defendeu a advocacia. Seu legado será o de um dirigente que institucionalizou a manipulação política dentro da Ordem, transformando a escolha do Quinto Constitucional em um processo fabricado para beneficiar poucos.
A OAB não pode ser um cartório de legitimação de interesses privados. Se a advocacia é uma profissão essencial à justiça, seus representantes devem ser escolhidos pelo mérito e pela vontade da classe, não por um conselho que age como um comitê eleitoral.
Advogados de Sergipe, chega de silêncio! A indignação não pode ficar restrita aos grupos de WhatsApp, às conversas de corredor, ao desabafo entre colegas. O momento exige ação, coragem e mobilização!
A OAB/SE, que deveria ser a casa da democracia, foi sequestrada por um grupo que se acha dono da advocacia. Agora, impõem uma lista fechada, um processo manipulado, onde apenas seis serão escolhidos entre os doze que eles mesmos definiram! Isso não é eleição, é um teatro, um jogo sujo de cartas marcadas!
Não aceitem essa farsa! Vão às redes sociais, gravem vídeos, mostrem sua revolta! Não deixem que meia dúzia de “donos da Ordem” decidam o futuro da advocacia sergipana. Marquem o governador Fábio Mitidieri, exijam que ele NÃO aceite os nomes impostos por essa cúpula e só nomeie advogados escolhidos livremente pela classe, não os protegidos de um grupo fechado!
Se a advocacia se curvar agora, estará assinando sua sentença de morte como profissão independente. Hoje eles escolhem os candidatos ao Quinto Constitucional, amanhã decidem quem pode ou não advogar, quem pode ou não ter voz.
Sergipe precisa saber o que está acontecendo! Não deixem que abafem esse escândalo! Cada advogado tem um papel fundamental nessa luta – a voz de vocês pode virar esse jogo!
Se ficarmos parados, amanhã será tarde demais. E quando olharmos para trás, veremos que a advocacia não foi destruída por inimigos externos, mas por aqueles que deveriam protegê-la. A OAB não tem donos! A OAB é dos advogados!